Naquela noite, Kara teve uma febre alta.
Ela agitava as mãos no ar e gritava: "Não, não, me salve... Simon, me salve..."
Simon se abaixou, segurou suas mãos, e tentou acalmá-la, mas foi inútil.

Kara mergulhou em um medo sem fim, e sua voz estava rouca.
No final, o médico não teve escolha a não ser lhe aplicar uma injeção para acalmá-la. Somente então ela se acalmou.
Vendo o rosto sério de Simon, o médico enxugou o suor da testa, temendo. "A febre alta da senhorita Tower foi causada por desidratação e medo, é por isso que ela está nesse estado de consciência. Quando a febre baixar e ela acordar, ela ficará bem."
"Quanto tempo levará para ela acordar?" A voz de Simon era baixa e rouca, como uma faca afiada contra o pescoço do médico.
O médico enxugou o suor novamente. "Talvez, talvez..."
Sob o olhar frio de Simon, o médico abruptamente mudou suas palavras. "Antes do amanhecer, tenho certeza de que a febre dela vai abaixar!"

Simon desviou o olhar para Kara, que estava deitada na cama. O médico sentiu que era como um peixe à beira de uma asfixia. Ele deu algumas respirações profundas e disse: "Está quase na hora. Vou pedir para a enfermeira entrar e trocar o curativo da senhorita Tower. Existem muitas feridas em seu corpo."
"Não há necessidade. Entregue-me o medicamento. Eu vou fazer isso." Simon ordenou em voz profunda.
O médico não teve coragem de objetar e entregou rapidamente toda a pomada.
*

Hamlin e Nathan correram para o hospital. Claro, sem exceção, eles foram bloqueados do lado de fora pelos homens trazidos por Simon.
Nathan gritou insatisfeito: "Tudo bem se ele não deixar esse homem entrar. Afinal, ele e Simon são rivais no amor, mas Kara e eu somos bons amigos. Por que ele não me deixa entrar?"
"Ei, Simon, se não fosse por eu te avisar, você seria capaz de chegar a tempo? Afinal, eu sou o salvador da Kara. É assim que você trata o seu salvador?"
Nathan gritou alto e finalmente fez Simon sair.
Simon não dormiu a noite toda, e o rosto dele estava frio como água. "Cale a boca."
"Deixe-me entrar e dar uma olhada. Eu vou calar a boca naturalmente." Nathan não havia dormido bem nos últimos dias. Seus olhos estavam escuros e o rosto não era muito melhor que o de Simon.
"Ela não pode ver ninguém agora. Você deveria ir embora primeiro." Simon ordenou friamente que ele saísse.
Nathan franziu a testa. "Eu vim de tão longe. Como posso ficar tranquilo se você não me deixar dar uma olhada nela?"
"Contanto que eu esteja aqui, você não precisa se preocupar."
"... Há algo errado com ela?" Ninguém sabia o que estava acontecendo lá dentro naquele tempo, exceto Simon e Walter.
No entanto, quando ele viu que Walter havia sido incapacitado, Nathan ficou preocupado. E se Kara estivesse realmente...
Então, ele perguntou de maneira implícita, mas Simon entendeu. Seus olhos frios eram como uma faca afiada que poderia matar pessoas. Nathan se calou e disse: "Ok, não vou perguntar mais nada. Vou voltar para dormir. Volto para vê-la amanhã."
Nathan não insistiu em ver Kara, então ele se virou e saiu.
Hamlin se recusou a sair e confrontou Simon em silêncio.
Depois de um longo tempo, Hamlin quebrou o silêncio. "Eu quero vê-la."
Era uma sentença simples, mas mostrava a determinação dele.
"Você não tem o direito." Simon recusou diretamente.
Hamlin rosnou irritado, "Simon, não cabe a você decidir se tenho o direito ou não. Eu disse que quero vê-la!"
Simon fingiu não ouvir. Hamlin ameaçou: "Simon, você realmente acha que não tenho coragem de fazer nada com você? Se não posso vê-la hoje, não me culpe por ser rude!"
"Então você pode tentar!" Simon respondeu em tom de desafio.
Os homens de Hamlin estavam esperando não muito longe. Nesse momento, quando viram Hamlin acenando com a mão, todos se juntaram.
Ele não trouxe muitas pessoas com ele. Eram quatro, mas era óbvio que todos eram soldados de elite e generais fortes. Eles eram musculosos, assim como Oscar e outros. Eram mestres de artes marciais.
Simon agiu de forma ligeira desta vez e não trouxe muitas pessoas com ele. O número de pessoas do lado dele era quase o mesmo que os do lado de Hamlin. Se realmente lutassem, o resultado seria incerto.
Felizmente, o médico logo percebeu que algo estava errado e correu para lá. Embora estivesse um pouco assustado, ainda se armou de coragem para lembrá-los. "Isto é um hospital. Se querem lutar, deveriam sair e lutar."
Hamlin deu um passo à frente e disse para Simon, "Quero vê-la!"
Simon deu um sorriso sarcástico e assentiu para ele. "Venha comigo para fora."
No espaço aberto fora do hospital, Simon e Hamlin estavam frente a frente.
Simon fixou Hamlin com uma expressão séria. "Não é você que quer lutar? Venha, lute comigo. Se você ganhar, eu deixo você vê-la!"
Sem outra palavra, Hamlin desferiu um soco nele.
No entanto, o punho foi firmemente agarrado por Simon!
Hamlin não esperava que Simon fosse tão forte. Ele franziu o cenho e virou-se para atacar a perna de Simon.
No entanto, Simon conseguiu desviá-lo com sucesso. Vendo que Hamlin tinha usado quase todos os seus movimentos, ele começou a atacar em vez de se defender. Cada um de seus movimentos estava cheio de intenção matadora intensa. Ele atacava sem piedade.
O rosto de Hamlin foi socado duas vezes. Não querendo mostrar fraqueza, ele também deu um chute no peito de Simon.
Simon cobriu o peito e recuou dois passos, mas Hamlin estava meio deitado no chão, ofegante. Eles se olharam como se estivessem olhando para um inimigo antigo.
Finalmente, Simon se levantou e olhou para Hamlin no chão. "Deixe-me repetir. Você não tem o direito de ver ela. Não apareça na frente dela no futuro."
Hamlin cerrou os dentes e disse: "Não pense que eu não sei sobre o seu acordo. Sua irmã e eu somos um casal falso. E você e a Kara também. Simon, eu estou apaixonado por ela há tanto tempo. Você acha que pode me impedir?"
Simon subitamente se virou, e havia um olhar forte e assassino em seus olhos frios. "Tente."
Depois disso, ele se virou e caminhou para o hospital.
Hamlin ficou meio ajoelhado no chão, fechou o punho e o bateu na estrada de cimento. Com um estalo, uma marca de punho ensanguentada foi deixada no chão!
*
Kara esteve em coma a noite toda. No dia seguinte, quando o céu estava claro, sua febre finalmente baixou.
O médico suspirou aliviado e sentiu que finalmente estava seguro. Cansado, ele moveu o pescoço e disse a Simon: "Sr. Marcus, a condição da Srta. Tower estabilizou. Quando ela acordar, vai ficar bem, mas..."
"Mas o quê?" Simon franziu a testa. Era óbvio que ele não tinha paciência. "Diga o que quer dizer."
O médico rapidamente adicionou: "Embora o corpo da Srta. Tower não esteja seriamente machucado, tenho medo que ela fique muito agitada depois de acordar. Ela deve ter tido algum trauma psicológico. Se houver necessidade, sugiro que você encontre um psicólogo para ajudá-la."
"Entendi." O rosto de Simon escureceu. O médico não ousou ficar com ele mais tempo e aproveitou a oportunidade para sair.
O quarto ficou quieto, restando apenas ele e Kara.
Kara estava deitada na cama fracamente. O sol da manhã brilhava em seu rosto, fazendo-a parecer menos pálida, como se ela pudesse desaparecer a qualquer momento.