Capítulo 97
1633palavras
2023-10-07 00:01
Eu a encaro nos olhos e começo a chorar.
"Você está aqui!" Eu digo. "Você é real!" Rehana e Santiago riem atrás de mim.
"Temos que ir, Jasper." Santiago chama. "Tenho que ver como Helens está, já sinto que estou enlouquecendo. Você consegue lidar com isso aqui?" Ele me pergunta, dá para ver em seu rosto a preocupação com o destino de Helens.
"Podem ir, nós já vamos." Eu respondo.
"O que aconteceu com Helens?" Amanda me pergunta, assustada.
"A pessoa sequestrou você tentou me machucar, mas Helens se colocou na frente e foi ferido no meu lugar." Explico, tentando evitar os detalhes por trás do infortúnio.
"Pelo amor da Deusa!" Amanda exclama. "Precisamos voltar com urgência. Mas, antes, me mostre como voltar à forma humana." Amanda me pede. Eu sinceramente não entendo o que ela quer fazer, pois ela pode correr mais rápido na forma de loba.
"Visualize seu corpo, isso é o suficiente." Mal termino de falar e a vejo na minha frente, nua e perfeita. Também estou sem roupas, porque nenhum de nós teve tempo de se trocar quando Amanda caiu no chão com aquela louca em cima dela.
Amanda vem até mim e me pega nos braços. Ela coloca as mãozinhas no meu pescoço, então me beija.
"Senti tanto a sua falta." Ela diz, depois beija meus lábios de novo. Sinto o formigamento e a eletricidade que surgem em todos os lugares onde ela me toca.
Estou simplesmente encantado. Este é o sentimento pelo qual espero durante toda a minha vida.
"Vamos." Ela se transforma em loba e começa a correr. Deixo que ela dê um pequeno passo a frente só para poder admirá-la. Ela é realmente linda. Sua loba não é grande, mas é linda. Tem um pelo avermelhado e olhos esmeraldas, ela encanta qualquer um.
'Eu sou Diaz.' Meu lobo se aproxima. 'Você é tão linda, ruivinha.' Ele diz, incapaz de tirar os olhos dela.
'Nossa companheira é uma loba!' Ele grita na minha cabeça. 'Ela é uma loba agora! Isso é uma loucura!'
'Eu sou Ruby.' Ela se apresenta, então acelera o passo, deixando-me para trás.
'Pequena e agitada.' Diaz comenta. 'É exatamente o que precisamos.' Ele ri, mas a risada logo desaparece quando chegamos ao alojamento da alcateia e os encontramos todos chorando.
Rehana vem até nós e nos traz dois lençóis para nos cobrirmos. Nós voltamos a nossa forma humana.
"Diga que ele está vivo." Entro em pânico ao ver os rostos tristes e chorosos.
"Tia Lisle." Amanda chama. "Isso é tudo culpa minha. Se eu tivesse conseguido me defender, não teríamos chegado a este ponto hoje." Ela começa a chorar.
"Na verdade, a culpa é dele." Ralph se vira para mim. "Se ele tivesse sido capaz de manter o p*u dentro das calças e não se deitado com a maior maluda da alcateia, não estaríamos aqui."
E eu me sinto mal. Meu pai olha para Ralph e falta pouco para que avance sobre ele. Minha mãe olha para mim sem entender nada, assim como todos que não estavam lá quando salvei Amanda. Raquel e Julia vão na direção de Ralph. Mikael se afasta, já sabendo o que vem a seguir e abre espaço para eles. Pouco antes de Raquel dizer algo, Julia dá um soco no rosto do filho.
"Você é um idiota?" Ela está toda tremendo.
"Ele é seu futuro Alfa, e você fala essas bobagens na frente dele e de sua companheira. Você pensa antes de falar?" Julia pergunta com raiva. Ela vem até a Amanda, que me encara chocada e com lágrimas nos olhos.
"Amanda..." Eu tento me aproximar dela, mas Amanda faz um gesto que me manda manter a distância.
"Vamos ver como Helens está primeiro. Preciso saber que ele está bem e, depois, eu lido com você." Ela caminha até Kathy e Lisle, que choram baixinho.
"Ele está vivo, mas em estado crítico." Mickey explica. "Cheguei aqui logo depois que Rafael o trouxe, e sua situação ainda não mudou."
"É tudo culpa minha." Digo, atordoado. "Se Helens sofrer por minha causa, não sei como vou conseguir viver com essa culpa."
"Não é sua culpa!" Mickey retruca. "Você entende o que estou lhe dizendo?" Ele me abraça. "Coisas ruins acontecem. Todos nós erramos quando na juventude. É apenas uma coincidência que nada de ruim tenha acontecido antes. Mas quero que você entenda que a culpa não é sua."
Ele me abraça novamente.
"Onde ele está!?" De repente, ouvimos Nelson gritar da porta.
"Nelson..." Kathy vai em sua direção, chorando direto.
"ONDE ELE ESTÁ?" Nelson grita. Meu pai aproxima dele, mas Nelson apenas chora.
"Por favor, não me expulse daqui. Eu preciso estar ao lado do meu irmão. Por favor, eu faço qualquer coisa." Ele implora, desesperado e entre lágrimas. "Peço desculpas de joelhos na sua frente se você quiser, mesmo que um Alfa nunca implore por nada. Só não me obrigue a sair daqui. Preciso ficar com Helens e Kathy ou vou morrer!"
Lisle e Mickey se aproximam dele, mas meu pai logo o abraça apertado contra o peito.
"Você é como um filho para mim, Nelson." Meu pai afirma.
Mickey e Lisle param a alguns passos deles, deixando que se resolvam sozinhos, apesar de eu saber que meu pai perdoou Nelson há muito tempo.
"Você não precisa implorar ou fazer nada para ficar aqui. Esta é a sua casa!" Ele beija a testa de Nelson. "Vamos ver como Helens está." Meu pai o leva para a enfermaria.
Quando vemos Helens, parece que o mundo para.
No meio da cama do hospital, ele está pálido e sem toda aquela sua energia habitual.
Sentimos nossos corações se partirem.
Amanda está chorando. Eu tento ir em sua direção, mas ela dá um passo para trás e sai do quarto. Minha mãe imediatamente gesticula para eu ir atrás dela, mas, no tempo que levo para decidir se posso segui-la, Amanda já some.
'Diaz, encontre-a!' Peço assustado ao meu lobo. Agora que a marquei, posso segui-la. Quando ela me marcar, as coisas serão muito mais simples.
'Se algum dia ela quiser nos marcar.' Diaz resmunga, conformado.
Eu a encontro no meio do roseiral da minha avó, acomodada em uma gangorra, embaixo de uma pérgula de rosas.
Sou tão idiota que nem sei o que fazer ou dizer agora, então eu apenas me sento ao lado dela sem falar nada.
"Eu não sou v*rgem, sabe?" Ela comenta. "Mas não por uma escolha minha. Outra pessoa decidiu roubar isso de mim." Amanda completa, com uma voz triste.
"Nunca ousei perguntar se você esperou pela sua companheira predestinada, se esperou para vivenciar tudo isso. Mas, no meu coração, eu pedi para que você tivesse esperado e que eu fosse a primeira mulher na sua vida." Ela ri amargamente.
"Eu sei que sou patética por esperar algo assim, principalmente porque não tenho nada para oferecer em troca... Mas... Eu daria tudo para poder oferecer a você essa experiência, só que é impossível. Eu não posso, fui usada e abusa por diferentes lobos renegados." Ela começa a chorar.
"Amanda..." Eu a seguro em meus braços e a coloco em meu colo. "Eu não me importo, você entendeu? Eu não me importo com nada disso. Tudo que me importa é ter você ao meu lado para sempre. Não é culpa sua e, sendo muito honesto, mesmo se você fosse uma pr*stituta, eu ainda amaria você. Tudo que temos, a nossa eternidade juntos, é muito mais importante do que todo o resto." Eu afirmo e a beijo com ternura.
"Isso realmente não incomoda você?" Ela enxuga as suas lágrimas.
"É por isso que você não quis se deitar comigo ainda?" Eu pergunto, dou um leve beijo em sua testa.
"É, sim." Ela confessa. "Eu estava com medo de que você ficasse decepcionado comigo"
"Nunca, Amanda." Eu digo. "Nunca vou ficar decepcionado. Tudo que você me dá é perfeito. Poderia até me dar um cocô para comer, que eu ia achar perfeito vindo de você." Ela faz uma cara de nojo para meu último comentário.
"Não vamos exagerar." Amanda sorri para mim.
"Mas ainda não estou pronta para me deitar com você assim." Ela diz, mas nem me importo mais. Entendo melhor os seus motivos agora, sei que ela precisa de tempo para se curar dessa tragédia.
"Está tudo bem." Eu respondo.
"Você acha…" Ela começa a falar.
"Estou ouvindo." Eu a incentivo a continuar.
"Você acha que eu poderia marcar você também?" Ela me pergunta com timidez. "Quero que todos saibam que você é meu." Amanda logo fica corada.
Tiro a camisa e fico seminu na sua frente.
"É aqui que você deve me marcar." Explico, expondo totalmente meu pescoço para ela. "Cheire, beije, lamba esse lugar do meu pescoço e, assim que encontrar o ponto que mais gostar, pode me marcar."
Ela mira os meus olhos; coloca uma mão atrás do meu pescoço e outra no meu peito. Ela senta no meu colo e coloca as pernas em volta da minha cintura e começa a me cheirar de leve.
"O seu perfume me lembra uma floresta." Ela começa a dar leves beijos pelo meu pescoço.
Sinto que estou ficando louco. Tocá-la após marcá-la é muito mais difícil, tudo que eu quero é ficar grudado nela e encher seu ventre com meus filhos. É um desejo extremo, muito complicado de controlar.
Quando penso que não vou mais resistir, suas presas se alongam. É como se ela estivesse me provocando, ela passa os dentes pelo meu pescoço, deixando marcas finas em minha pele.
Sinto meu membro completamente enrijecido quando Amanda enfia as presas na minha garganta. Sinto o brilho de uma aura esplêndida ao nosso redor.
"Essa é a bênção da minha mãe!" Ela sorri. "Você é meu."
"Eu sou seu e só seu." Imediatamente, eu me perco em seus beijos.