Capítulo 13
2074palavras
2023-08-18 14:27
Ponto de Vista de Lisle
"Lisle!" Viviana grita assim que volto para onde minha alcateia assiste tudo. "Você é incrível!"
"Ei, estou tentando fazer o meu melhor." Digo ao afundar nos braços de Mickey. Assim que eu saio do ringue, ele me segura em seus braços e começa a verificar se eu não estou machucada depois do golpe de Allende. Mickey praticamente me carrega nos braços até a pousada, como se eu fosse feita de porcelana.
Alfa Lucas Labels olha para nós e começa a rir quando vê Mickey se curvar e beijar o meu pescoço, assustando-me. Pela primeira vez desde que o conheci, sinto um leve formigamento quando ele me toca, pequenos... formigamentos muito pequenos que me assustam.
"Parece que o plano era apenas fingir ser um casal, mas, pelo que vejo, não há necessidade de fingir." Alfa Lucas afirma, entretido. "Raquel..." Ele chama, estendendo uma mão para ele. "Me dê os 500 dólares. Ganhei a aposta." Raquel revira os olhos, e todos começam a rir quando ele entrega a Lucas o dinheiro. Mickey e eu olhamos perplexos para eles, sem entender o que está acontecendo.
"O que você quer dizer?" Eu pergunto sem jeito.
"Não estão fingindo nada!" Lucas refuta, "O olhar de Mikey está sempre seguindo você, Lisle. Se eu não soubesse da verdade, poderia jurar que é a companheira predestinada dele." Ele solta risada. "Quando comentei sobre o plano de serem falsos companheiros e forjar uma futura Luna, os olhos dele brilharam. Parecia que ele tinha ganhado na loteria."
"Você ficou bravo com isso?" Eu questiono, um pouco assustada, pois eu realmente não quero chatear o antigo Alfa. A sua família tem sido maravilhosa comigo e me cerca de amor. Não quero causar nenhum inconveniente apenas por causa da minha própria felicidade.
Mickey olha para mim de repente, e Lucas diz em um tom sério:
"Por que eu ficaria bravo? Meu filho está feliz. Há cinco anos, venho pedindo a ele para escolher uma companheira e não ficar esperando. A vida está passando, talvez a sua companheira predestinada esteja morta, ou ela escolheu outro companheiro e está vivendo uma vida tranquila, enquanto Mickey espera em vão. Não estou chateado, Lisle. Pelo contrário, estou extremamente feliz pelo jeito que as coisas estão indo. Deixe Mécia saber, aí você verá quanta felicidade você trouxe para nossas vidas. Ela e Viviana já tinham planos para aproximar vocês dois no momento em que colocassem os pés de volta em casa."
"Alfa Lucas." Eu chamo, com humildade. "Como posso recompensá-lo pela maneira como você me recebeu e me encheu de amor?" Sinto meus olhos se encherem de lágrimas.
"Eu tenho algumas ideias, minha querida. Em primeiro lugar, quero que você pare de me chamar de Alfa Lucas. Me chame de Lucas ou, se você acha que mereço, pode me chamar de 'pai', porque você é, sinceramente, como uma filha para mim."
"Ah!" Viviana exclama, balbuciando alegre. "Eu tenho uma irmã! Não que eu não esteja feliz com você, Mickey, mas sempre quis uma irmã. Mal posso esperar para chegar em casa!" Ela sai andando e berrando: "Vou pegar algo para bebermos e comemorarmos essa notícia maravilhosa!" Então, ela desaparece de imediato, mas a ouvimos cantando pelo corredor.
"Até chegarmos em casa, melhor mantermos os pés no chão." Raquel diz, com seriedade. Acho que o Beta Raquel deve ser o homem mais sério da alcateia. Ele é sempre pragmático e se mantém realista, pergunto-me se já o ouvi rindo. Ele está sempre em alerta e no caminho certo. É tão dedicado que não é de surpreender que continue solteiro. Todo o seu tempo é dedicado à segurança da alcateia.
"Este foi apenas o primeiro dia de competição, e Lisle começou muito bem, mas, à tarde, Lisle, espero vê-la no treino."
"Raquel! E quando vou passar um tempo com ela?" Mickey pergunta, fingindo ser a vítima da situação.
"Você pode vir para a sala de treinamento e ser uma cobaia, fica grudado nela. Tenho certeza de que Lisle vai ter prazer em acabar com você." Assim, todos nós começamos a rir.
"Pensando nisso, não acho que seja uma má ideia. Mickey precisa entender quem manda de verdade em casa." Todos nós estamos rindo enquanto saímos de lá.
Quando abrimos a porta, eu fico paralisada no lugar. Do outro lado, está Rafael, que me olha com tanto carinho que sinto um nó na garganta. Seus olhos estão cheios de lágrimas e posso ver o arrependimento neles. Eu observo os arredores com cuidado. Ele está sozinho.
"Lisle." Ele diz, com a voz abafada, lutando para não chorar. Não é difícil para as pessoas ao seu redor descobrirem quem ele é. Somos muito parecidos.
Rafael abre os braços e se apressa em tentar me abraçar, eu não consigo reagir. Na verdade, estou mesmo paralisada. Mas, logo, Rafael é impedido e derrubado pelo Beta Raquel e pelo Gama William.
"Tire suas mãos de Lisle." William afirma, com os dentes cerrados. Aqui estão pessoas mais próximas de mim na Alcateia Deep Valley. Todos sabem a minha história e como entrei na sua alcateia.
"Eu sou o irmão dela!" Rafael grita. "Eu tenho o direito de abraçar a minha irmã. Me solte." Ele diz, nervoso.
"Sabemos que tipo de irmão você é." Raquel afirma, irritado.
"Lisle, por favor." Rafael me chama, olhando para mim e implorando para que eu o deixe se aproximar. "Lisle, eu sinto muito. Por favor, me perdoe!"
"Raquel, William... Deixem ele levantar." Eu falo com calma, mirando-o nos olhos o tempo todo. "O que você quer, Rafael?"
"Nós podemos conversar?" Ele logo pergunta.
"Pode falar, você tem cinco minutos para me dizer o que quer."
"Eu estava pensando na gente conversar, sabe, sozinhos." Rafael diz, parece assustado com a possibilidade de eu recusar.
"Você NÃO vai falar sozinho com a minha companheira! Você NÃO vai se aproximar dela enquanto ela estiver sozinha." Mickey afirma, cheio de autoridade.
"Ela não é sua companheira!" Rafael encara Mickey. "Ela é a de Damon."
"Só nos sonhos dele!" Mickey rebate.
"Acredite se quiser, mas ela ainda é a companheira dele, você não pode fazer nada quanto a isso. Então, deixe-me dizer uma coisa: você pode enfiar essa possessividade na sua b*nda. Ela não tem nada a ver com você, mas vai ser a minha irmã para sempre."
Mickey solta minha mão, então corre até Rafael e o agarra pela garganta. Ele o levanta do chão, como se não pesasse nada, e o joga contra a parede.
"Repita o que disse." Mickey diz, com raiva.
"Ela não tem nada... COMPANHEIRA..."
"Eu voltei!" Viviana surge, segurando uma bandeja com taças cheias de champanhe; mas, assim que ela entra no chalé e vê Rafael, solta a bandeja de suas mãos e o encara, chocada.
Ela olha para, então para Rafael. Assim ela percebe que ele é meu irmão. Os seus olhos se enchem de lágrimas quando ela afirma, quase chorando: "MEU COMPANHEIRO."
"O quê?!?" Todos nós falamos ao mesmo tempo, como um coro cantando em uníssono.
"Companheiro? Não pode ser!" Mickey diz. "Rejeite-o!" Ele comanda Viviana. "Você não pode ser a companheira dele, eu me recuso a deixar esse lixo chegar perto de qualquer uma das mulheres importantes da minha vida..."
"Mickie." Eu o deto, tocando o braço de Mickey, aquele que segura Rafael contra a parede. "Eu não acho que é sua escolha. Ele é companheiro dela, então é uma decisão dela. Nós não podemos interferir e não podemos falar nada sobre isso. Se Viviana quiser aceitar Rafael como companheiro, teremos que aceitá-lo como parte de nossas vidas. Agora, isso é a decisão da Viviana, não nossa."
"Mas... mas..." Eu o ouço dizer, porém, sinto como ele começa a se acalmar.
"Viviana?" Eu me viro para ela. Nesse tempo todo, a Viviana mira os olhos de Rafael. Lágrimas escorrem por suas bochechas. Minha querida Viviana, ela merece toda a felicidade do mundo. Eu sei como Rafael é um homem dedicado e como ele seria um bom companheiro para ela, não importa o que aconteceu entre nós dois.
"Eu não posso." Viviana afirma, quase se afogando em suas próprias lágrimas. "Não posso aceitar que meu companheiro seja alguém capaz de fazer o mal que Rafael causou à Lisle. Não posso aceitar que meu companheiro seja tão cruel. Não desejo estar conectada a você. Eu, Viviana Labels, a fêmea Alfa da Alcateia Deep Valley, rejeito você, Rafael Kennedy, como meu companheiro."
Rafael começa a chorar, e vejo quando ele perde o fôlego, pois ele não consegue se acalmar.
"Eu mudei! Acredite em mim, eu mudei! Sinto muito por cada lágrima que Lisle já derramou, sinto muito por cada sorriso que poderia ter aparecido em seu lindo rosto e que eu roubei com a minha estupidez! Pensei nela todos os dias dos últimos seis meses e no quanto a atormentei. O homem que você conhece dessas histórias não existe mais!"
"Eu não me importo." Viviana diz. "Só de saber que você é capaz de tudo aquilo é o bastante para mim."
"Eu, Beta Rafael Kennedy... NÃO ACEITO A SUA REJEIÇÃO! Nunca, Viviana, ouviu? Nunca. Você é minha companheira predestinada! Estou esperando por você há 22 anos. Vou provar a você que eu sou digno de ser seu companheiro, que sou digno do seu amor!"
"Viviana, minha querida, você tem certeza?" Lucas pergunta.
"Eu nunca tive tanta certeza de nada, pai." Ela olha de novo para Rafael. "Você diz que mudou? Então, prove isso para mim."
"Peça-me qualquer coisa, e eu farei, mas não me peça para aceitar a sua rejeição, porque isso é impossível."
"Saia do meu caminho!" Viviana exclama, já tremendo.
Mickey solta Rafael, que olha para mim e fica claro quanta mágoa ele sente, pois me diz, entre lágrimas: "Sinto muito por tudo, Lisle. Por favor, perdoe-me e deixe-me fazer parte de sua vida mais uma vez. Deixe-me apoiá-la e protegê-la novamente. Eu sinto muito!"
"Perdoe-me, Viviana, por não ser como você imaginou que seu companheiro seria. Mas eu juro que mudei e que mais nada do meu eu passado existe. Me dê uma chance."
"Vá embora, ou pedirei ao meu irmão para bater em você até você aceitar a minha rejeição. Aí, você não teria mais nada para fazer."
Rafael vai embora, aos tropeços. Eu nunca o vi tão arrasado e isso me deixa mal. Percebo que ele mudou, mas, ao mesmo tempo, sinto que ainda não posso confiar nele.
"Viviana, você tem certeza do que está fazendo? Ele é o seu companheiro predestinado." Eu pergunto, muito séria. Ela não para de chorar desde que Rafael se afastou.
"Viviana, querida." Lucas a chama. "Lisle está certa, ele é seu companheiro predestinado. Talvez você queira retirar a sua rejeição. Pode testá-lo, torturá-lo, fazê-lo pagar pelo que fez, mas a rejeição é algo muito grave."
Viviana não diz nada, apenas continua a chorar em meus braços.
Após meia hora, quando saímos da arena, vejo algo que parte meu coração. Rafael está encostado em uma parede no saguão ao lado do nosso alojamento. Ele está sentado no chão, com os joelhos perto do peito, e está chorando. Não o vejo em tal estado desde que nossos pais morreram.
Viviana olha para ele, chocada.
"Pode nos deixar sozinhas com ele, por favor?" Eu peço ao Mickey, que acena a cabeça em negativa.
"Por favor... Se acontecer alguma coisa, eu aviso na hora, mas, como você pode ver, acho que estamos seguras." O nosso grupo se afasta após um momento.
"Rafael..." Eu chamo, com calma e carinho, quase fico chocada com a minha própria voz.
"Sinto muito." Rafael afirma, suspirando.
"Eu o perdoo, se você me prometer que nunca mais vai tratar ninguém assim."
"Eu prometo, Lisle, eu juro que mudei. Eu era um idiota!"
Viviana olha para ele, estende uma mão e toca o seu cabelo, acariciando-o de leve.
"Eu retiro a minha rejeição. Mas quero que entenda que isso não significa que eu aceito você como meu companheiro predestinado. Isso significa que você está em um período de teste. Não importa quão pequeno seja o erro que você cometer, juro que vou rejeitá-lo e não vou aceitá-lo de volta."
Eu olho para Viviana e aceno com a cabeça em aprovação. 'Você conseguiu, garota! Você fez a coisa certa.' Eu digo a ela na ligação mental.
'Espero não me arrepender.' Ela responde, incerta.
'Ele vai ser um bom companheiro, vai fazê-la feliz quando você decidir aceitá-lo.'
'Primeiro, deixe-o pagar pelo que fez. Vamos fazê-lo sofrer um pouco.' Viviana afirma.