Capítulo 16
1681palavras
2023-07-29 22:36
O caminho até a casa de Luke não demorou, ele dirigiu cantarolando todas as músicas que tocavam na rádio. Ele era muito bonito, mas toda aquela coisa de ser engraçado só me faziam vê-lo como uma pessoa irritante.
— Bem vinda a minha humilde casa, milady. — ele fez uma reverência me deixando passar na frente e eu revirei os olhos entrando no lugar.
O lugar estava impecável e arrumado, o que me surpreendeu totalmente já que Luke passava uma ideia totalmente contrária a isso.
— Olha só, pensei que estaria cheio de garrafas de cerveja vazias e caixas de pizza jogadas por aí.
— Tinha que fazer uma faxina para a festa, não é? Melhor eu deixar minha bagunça só pra mim. — ele trancou a porta e sumiu no corredor me deixando plantada na sala.
Olhando em volta dava para ver que o lugar era totalmente de solteiro, sofá, televisão enorme, alguns porta retratos espalhados pelas paredes e só, não tinha nada muito decorativo, nada que deixasse o lugar aconchegante. Nada de tapetes, mesinhas de canto, nem mesmo uma plantinha para dar vida ao lugar.
— Bem a cara dele.
— Falando sozinha, loirinha? — a voz dele surgiu do nada e me fez pular no lugar com o susto.
— Filho da... — me virei xingando o idiota, mas minhas palavras morreram quando eu dei de cara com o homem sem camisa e descalço, mexendo no som da televisão.
— Eu vou tomar um banho, mas fique a vontade, tem cerveja na geladeira e as pizzas vão chegar logo. — ele ligou o som e estendeu o controle na minha direção, mas eu ainda não tinha absorvido aquela aparência dele.
Eu não tinha ideia que ele era ainda mais bonito sem camisa, sem sombra de dúvida ele malhava tanto quanto Alejandro. O peitoral marcado e largo, o abdômen definido e os braços fortes, tudo em uma pele bronzeada e manchada de graxa.
Porque aquilo era tão sexy? Eu não deveria pensar assim, isso é loucura. Só poderia ser os hormônios parecia até que eu estava ovulando, ou eu deveria estar com muito tesão acumulado depois de ter uma noite frustrada.
— Tá bom. — peguei o controle e continuei observando ele enquanto voltava até o corredor.
Até mesmo as costas dele eram malhadas, deveria ser proibido algo assim. Porque eu estava reparando isso nele só agora? Deveria estar ficando maluca.
Mexi na televisão escolhendo uma música animada e tentando esquecer todo o resto. Imaginava que os amigos dele logo chegariam e eu estava empolgada para conhecer gente nova, pessoas de verdade e não as cheias de falsidade e interesse descarado.
A buzina de uma moto soou na calçada e eu coloquei a cabeça para fora, só para dar de cara com o motoboy da pizzaria.
— Luke! — gritei, mas nem sabia onde o homem estava enfiado para ter certeza que ele tinha me escutado ou não. — Luke, a pizza já está aqui! — me aproximei do corredor gritando, mas foi quando ouvi o barulho de um chuveiro que soube onde ele estava. — Luke, sai já daí!
Bati na porta no mesmo ritmo desenfreado que o homem continuava a buzinar.
— Oiiii! — ele berrou abrindo a porta. — Pronto, estou aqui!
Luke estava completamente molhado estava terminando de enrolar a toalha na cintura. Por pouco, muito pouco, eu não tinha visto o pau dele.
— O entregador chegou. — resmunguei sem conseguir desviar os olhos do seu tamanho marcado na toalha.
— Merda. — ele sibilou passando por mim e eu precisei me espremer no batente da porta para que ele não me molhasse. — Faz um favor pra mim e passa esse cartão? — então abriu a porta em frente ao banheiro, mostrando o quarto totalmente bagunçado, com certeza tinha guardado a bagunça só pra si mesmo. — Aqui, vai demorar para me vestir e até lá o homem já vai ter ido embora.
Peguei o cartão das mãos dele e dei uma última olhada em seu corpo, avaliando tudo antes que ele se trancasse e fosse se vestir. O que diabos estava acontecendo comigo? Luke sorriu erguendo uma sobrancelha e eu me lembrei de sair e pegar as pizzas de uma vez.
Depois que coloquei tudo na cozinha abri a geladeira e peguei uma cerveja, sem dúvida eu precisava beber para que as coisas aqui começasse a fazer algum sentido.
Não demorou para que ele saísse do quarto, dessa vez já vestido com uma calça jeans e uma camiseta, cobrindo a maior parte de sua beleza.
— Eu não esperei por você. — acenei com a garrafa de cerveja.
— Aí, essa doeu. — Luke levou as mãos ao peito fazendo graça e me obrigando a revirar os olhos mais uma vez.
— Você é cheio de gracinhas, não é?
— Sabe o que dizem, um homem que te faz rir é o mais perigoso de todos. Em um minuto você está rindo e no outro está nua na cama com ele. — o homem falou com tanta convicção e seriedade que eu não aguentei e explodi em uma risada. — A primeira parte já consegui!
Dessa vez ele tinha me deixado sem palavras e me feito rir de verdade. Talvez toda aquela baboseira de piadas e tiradas engraçadinhas ajudasse ele de algum jeito.
Luke se aproximou com passos lentos em minha direção, e eu me afastei, mesmo sem entender os motivos dei passos para trás. Os olhos dele encaravam diretamente os meus, me impedindo de olhar para qualquer lugar que não fosse as esferas esverdeadas.
De repente senti minhas costas baterem contra o armário da cozinha, não nenhum outro lugar para ir, ele se aproximou ainda mais, me prendendo entre o balcão e seu corpo.
— E você acha que acha que vai conseguir a segunda parte também? — perguntei com minha voz saindo em um sussurro.
Luke ergueu a mão direita e segurou meu cabelo, o empurrando para trás da orelha com delicadeza, sem nenhuma pressa. Então os olhos dele finalmente desviaram para os meus lábios. Instintivamente mordi meu lábio inferior e isso pareceu chamar sua atenção ainda mais.
— Acho que vamos descobrir logo logo.— ele deslizou os dedos por meu pescoço e me segurou no lugar enquanto descia o rosto em direção ao meu, antes de unir nossas bocas.
Os lábios macios se moveram contra os meus sem nenhuma pressa, ele sugou e deslizou a língua sobre minha boca parecendo me degustar e seduzir ao mesmo tempo. Só quando me ouviu suspirar foi que ele acabou com minha angústia e enfiou a língua através dos meus lábios buscando pela minha.
Não consegui evitar o gemido que me escapou quando nossas línguas se enroscaram em uma dança lenta e sensual. Sem conseguir me conter eu agarrei a gola de sua camisa e o puxei ainda mais contra mim.
Era bom de mais para ser verdade, nunca imaginei que Luke pudesse beijar tão bem assim.
As mãos dele seguraram meu quadril e ele uniu ainda mais nossos corpos, me tocando por completo e não deixando nenhum espaço entre nós. Antes que eu pudesse prever ele me segurou mais firme e me impulsionou para cima, me fazendo sentar no tampo do armário e se enfiou entre as minhas pernas intensificando ainda mais o beijo.
O lugar todo tinha começado a esquentar e nem mesmo a chuva, ou a cerveja gelada pareciam ter algum efeito contrário para o valor que eu estava começando a sentir.
As mãos de agarraram minhas coxas, apertando mesmo sobre o vestido, me arrancando um arquejo. Luke definitivamente não era Alejandro, mas quando um não quer, dois não brigam, e Alejandro tinha deixado claro que não me queria mais, então eu estava totalmente livre para me divertir com quem eu quisesse.
Subi minhas mãos pelos braços fortes, contornando os músculos dele até alcançar seu pescoço. Os cabelos castanhos estavam desgrenhados e bagunçados em todas as direções, eu não hesitei em deslizar os dedos entre os fios só para descobrir que eram tão macios quanto pareciam.
— Não tem ideia do quanto eu queria fazer isso desde que a vi, loirinha. — ele disse desviando os lábios dos meus e descendo por meu pescoço.
Mas antes que pudéssemos continuar o som da campainha tocando nos trouxe de volta para o presente.
— Merda. — sussurrei sabendo que logo a casa estaria cheia de amigos dele e mais uma vez meus planos de transar seriam adiados.
— Vamos terminar isso mais tarde. — ele disse segurando meu rosto com as duas mãos e mantendo nossos olhares unidos. — Você não me escapa hoje.
Os amigos de Luke foram chegando e animando a noite. Nós começamos a beber como se não houvesse amanhã, assistimos ao jogo juntos e, mesmo que eu não torcesse pra time nenhum, me divertir em gritar para quem estava ganhando.
Nunca tinha me divertido tanto em uma noite, foi a coisa mais legal e aleatória que eu já tinha feito na vida. Conversei, ri, bebi e compartilhei coisas com pessoas que nunca vi antes e adorei cada segundo.
Mas em algum momento da noite tudo começou a ficar completamente embaçado, eu estava ficando tonta e mesmo assim não conseguia parar de beber. Meu susto foi maior quando acordei em uma cama estranha, usando apenas sutiã e calcinha.
Minha cabeça doía mais do que achei ser possível, qualquer movimento que eu fazia parecia né fazer sofrer o dobro, meu estômago estava se revirando e eu duvidava que fosse demorar para que eu acabasse vomitando na coberta.
Quando olhei para o lado dei de cara com Luke enrolado nos lençóis e parecendo não estar usando nada por baixo.
— Aí meu Deus, que porra aconteceu aqui? — gritei acordando ele e não me importando nenhum pouco, só queria respostas.
— Não surte agora. — Luke pediu erguendo as mãos e tentando me acalmar.
Minha cabeça estava uma confusão e eu só queria vomitar e voltar a dormir, mas eu só ia me acalmar quando soubesse exatamente o que aconteceu ali!