Capítulo 74
1352palavras
2024-01-30 08:37
OZ
Medo
Para o ser humano, o medo pode se diversificar como por exemplo podemos temer um coração partido ou então possuir o forte sentimento de pavor quando diante de um perigo iminente o medo pode ser considerado como um sentimento de receio em relação a uma pessoa, a uma situação ou mesmo um objeto mas o que pode causar um grande pânico em alguém para outra pessoa a indiferença é o que sentem pois o desespero que se apodera de tudo que sou em nada posso dizer que já conheci no passado por que é em meio a uma luta que correndo para a mulher que mexe com a minha consciência eu não me importo em comprovar se de fato Otávio conseguiu subjugar Sérgio já que indo em direção a Davika eu seguro o seu delicado rosto para que assim permaneça acordada

Nada faz mais sentido, nada segura a minha atenção sem ser a mulher ferida ao qual seguro, e sem dar importância para nada mais meu coração bate como nunca bateu por que é diante de inúmeras mortes que nesta noite pela primeira vez minhas mãos tremem diante de tanto sangue que escapa de seu estômago
- Você ficara bem - como uma promessa eu não ouso pensar o contrário - Você tem que ficar bem
Deus
Quantos litros de sangue uma pequena mulher pode ter?
- Oz nós precisamos nos apressar - meu pai cortando as cordas que a prendem a cadeira ele tem pesar em seu tom - Davika precisa ir para um hospital
Ao fundo Otávio ao ficar de pé ele bate em sérgio com toda a sua fúria por que como se fossemos irmãos a minha dor é a sua e a sua se transforma em meu sofrimento então sem dosar a sua força é com o seu punho fechado que o sangue imundo de Sérgio mancha o chão suas tentativas de revidar são patéticas e socando o ar meu bom e velho amigo a cada instante o reduz mais e mais a uma massa sangrenta

O mais puro ódio ameaça controlar a minha mente e é jurando retaliação que pegando Davika em meus braços eu corro para a chuva por que para a minha completa falta de entendimento são as minhas lágrimas que descendo por minhas bochechas elas se perdem em meio a intensidade de água que cai dos céus para assim expressar a minha tristeza
- Eu não posso perde-lo agora que o tenho - balbuciando coisas sem sentido Davika empurra o seu rosto contra a minha jaqueta - Esperei por um longo tempo eu fui paciente e obediente...
Coisas duvidosas continuam a sair de seus lábios e dizendo algo sobre o dia dos namorados sua voz perde um pouco de força quando relatando uma história sem qualquer sentido lembranças começam a surgir para comprovar que verdadeiramente o que diz não é tão ilógico algo sobre um idiota e um cupcake de amendoim soa muito familiar e é constatando que nossa história vai muito além do que um protegido e sua guarda costas que percebo finalmente o que Davika queria dizer quando disse que esperou por um longo tempo
Por que ela me esperou desde que era um adolescente

Entrando no carro com todo o cuidado ao qual nunca tive com nada eu a deposito no banco de trás e ocupando um lugar eu pressiono a sua ferida mas o sangue que flui é tanto que apesar de ser a causa de tantas mortes eu não tenho como não ficar preocupado minha pequena mulher não deveria sofrer danos e com a vida toda pela frente eu a recompensarei com tudo que tenho
- Por que ainda não ligou o carro? - assustado eu grito com o meu pai que segurando o volante ele me encara de volta
- Você é mesmo a Besta Oz?
Deus
Eu não acredito que estou discutindo isso quando tenho uma Davika ferida em meus braços
- Sim eu sou - declaro mal contendo o meu péssimo temperamento - O senhor nos contatava por e-mail um nome era dado e isso era tudo que bastava o pagamento era sempre em dinheiro uma pequena mala era colocada na lixeira que fica em frente a casa de massagem
Casa de massagem
Isso é uma piada já que podemos chamar também de bordel
- Certo - ainda me olhando como se não me enxergasse Oliver Dafoe não parece saber o que fazer comigo agora que sabe a verdade - Certo - ele repete
- Sim certo agora dirija - o ordeno com impaciência
- Desculpe - nos colocando em movimento o armazém fica no esquecimento quando atingindo a civilização é em meio a tantos outros carros que acelerando e desviando meu pai nos conduz em grande pressa e sem poder reclamar eu ignoro os motoristas que nos amaldiçoando eles reclamam do modo como dirigimos
Em minha curta vida eu só temi poucas coisas como por exemplo perder o meu pai ou então que algo acontecesse com Otávio por que como irmãos é o seu infortúnio que se transforma em um azar compartilhado mas nesse instante tudo que consigo pensar é que se Davika partir ela terá passado para o mundo dos mortos sem antes tenha ouvido de mim que de tudo que conheço é o meu amor por ela que me faz fraco
- Como isso começou? - meu pai pergunta quando em uma velocidade absurda ele ultrapassa o sinal vermelho - Digo como se transformou em um assassino?
- Você quer mesmo discutir isso enquanto estamos a caminho do hospital?
- Sim desculpe mas é difícil de acreditar eu ainda não consigo imaginar o meu garotinho tirando a vida de alguém
- Eu já sou um homem pai - bufando eu aperto ainda mais as minhas mãos contra a ferida de seu estômago - Se quer saber a verdade então direi isso tudo começou quando atingi os meus vinte anos
Relembrando um passado não tão distante eu não posso dizer que de toda a situação eu era inocente afinal alguém livre de culpa jamais faria o que fiz e tornando a realizar o que por noites considerei o abominável se mostrou e com uma personalidade corrompida é em minhas pegadas que o sangue se acumula para que no presente seja um passado repleto de impetuosidade que ira me assombrar até os meus últimos dias
- O senhor estava em uma reunião para discutir medidas a serem tomadas para que um grande carregamento de armas pudesse chegar a Europa sua atenção estava em seus aliados e esquecendo de mim por algumas horas eu sai escondido para ir em uma festa minha tola mentalidade me dizia que seria divertido sair para beber mas o quão enganado estava? - rindo eu tenho em mente o rosto pálido de Otávio
- O que aconteceu?
- Vejamos eu fui perseguido, emboscado e no processo meu pulso se machucou mas no fim da noite não foi eu quem caiu em um sono profundo de início eu não sabia o que fazer com um corpo minha mente em choque só pensava que iria ser pego mas ao ligar para Otávio ele me acalmou e me ajudou a dar um fim na prova que me condenava
- Você se arrepende Oz?
- Não eu não me arrependo de nada do que venho fazendo - olhando para Davika que permanece perdida para a inconsciência eu só me arrependo de não ter impedido que danos fossem feitos - Você ficara bem você tem que ficar bem - acariciando os seus cabelos eu me inclino para colocar um beijo em sua testa
- Você gosta dela - não é uma pergunta mas mesmo assim eu respondo
- Sim até agora eu não sabia o quão importante é Davika em minha vida - a beijando novamente eu admito - Eu a amo
Não sei quando comecei ama-la
Não entendo quando foi que parei de vê-la como uma mulher desejável para ser a minha mulher
Mas seja como for eu não medirei esforços para que enfrentemos a passagem do tempo juntos e unidos pela vida