Capítulo 61
1562palavras
2023-10-07 00:50
OZ
A liberdade
A simples escolha de sair pela porta e caminhar para onde quiser
A decisão de fazer o que desejar quando e onde ir e o que fazer tudo pode ser arruinado quando a mente em desacordo com o que sabemos ser o correto ela nos leva ainda mais baixo do que seria considerável aceitável palavras jogadas ao vento que sem o poder de as pegar de volta o que fica é o arrependimento mas o que domina a minha alma não é o que disse mas sim o que a favor da minha diversão deixei de fazer por que o meu humor não pode ser entendido por qualquer um e é possuindo um carater que não pode ser corrompido por valores que não são os meus eu sou imperturbável diante de quem nunca absolutamente nunca atingirá o lugar onde pertenço pois sua insignificância, a sua origem e seus costumes são só frutos de uma história onde nada esteja ao seu favor
As grades que me aprisionam as barras que em nada contém a minha mente que ávida para que consciência e corpo não sejam esquecidos em um limbo infinito nós somos como um livro em branco que a cada página tudo é reescrito para o nosso próprio benefício e assim quem são os vilões e os heróis eles se misturam como um personagem tirado de uma mente perturbada e vil
Poderia lamentar onde estou poderia amaldiçoar e gritar que aqui não é onde pertenço poderia chorar e declarar que sou inocente mas aqui dentro dessa prisão junto com o que o mundo tem de pior eu não poderia estar mais satisfeito e louco para viver toda a experiencia que envolve estar preso eu não posso deixar de me sentir alegre pois nada aqui me desagrada apesar da comida ser ruim ela é tolerável, a cela é pequena e com outros três homens se torna ainda menor mas aqui não posso dizer que tenha um momento de tédio, no banho de sol guardas nos vigiam mas não tenho como me aborrecer já que meu pai tinha seguranças me vigiando a todo momento no banho não tenho privacidade mas nunca de fato fui tímido então não me sinto incômodo com os olhares de curiosidade direcionados a minha pele
Não sinto ansiedade, medo e tristeza como um homem normal mas por tanto tempo fingi sentir tudo isso que é natural demonstrar tais sentimento quando de fato não os sinto
Tenho alegrias, felicidades, surpresa e nojo. Quando sou provocado, sinto raiva e frustração quando não consigo alcançar os seus objetivos.
Representei por vários anos um personagem que as vezes eu mesmo me digo que estou sentindo algo mas no fim é só a minha mente acostumada a refletir uma imagem que não é a correta
- Estou indo para o lado de fora Oz - sorrindo apesar dos inúmeros hematomas que cobrem o seu corpo Miguel segura as barras de metal e se inclinando para mim ele parece feliz demais para quem não terá um futuro - Estou sendo liberado e não é engraçado que eu vá e você fique?
Hum...
Eu deveria ficar aborrecido?
É talvez eu deveria
Raul, Reira e Zembro assistem tudo com uma curiosidade mal disfarçada por que sentados no espaço em que os pertence meus colegas de cela já sabem que quando estou em questão esperar pelo desconhecido é o que os faz tão ansiosos para se livrarem do incômodo que sou em uma rotina fortemente estabelecida
- Não pense que no mundo em que habitamos em algum lugar você estará a salvo de mim Miguel - ficando de pé eu caminho até o homem que ainda não percebeu o seu infortúnio e é segurando as barras que imito a sua posse - Somos filhos de nossos pais você acha mesmo que viveremos uma vida longa e feliz?
- Assista Oz - com seu dedo indicador acariciando a minha mão Miguel demonstra um sentimento de superioridade que grita alto e bom tom a sua soberba - Eu voltarei para a minha casa onde terei todo o conforto que o dinheiro pode comprar e é claro terei lotes e mais lotes de diversão e enquanto você tudo que posso ver em seu futuro é uma pequena cela onde terá que compartilhar o seu espaço com quem mal o tolera
- Você quer saber de um segredo? - sussurrando eu chego mais perto e é com toda a brutalidade que escondo que o puxando pelos cabelos eu o seguro para que seu precioso rosto presione as barras - Você é um idiota - anúncio quando seu gemido de dor alcança os meus ouvidos por que com toda a sua autoconfiança Miguel nem ao menos é acompanhado por um guarda e isso tudo é claro para sentir o prazer de me provocar
Não sou um homem para se levar de um modo despreocupado
Por que é quem não representa nenhum risco que nunca temos plena certeza se esta só distraído ou simplesmente tramando a sua morte
- Me largue - Miguel tenta se livrar de meu aperto e é percebendo uma movimentação que rapidamente me viro para meus colegas de cela
- Não - isso é tudo que basta para que voltem a se sentar e como um pai que repreende os seus filhos minha ordem é obedecida prontamente sem ao menos levarem em conta que de todos nós eu sou o mais jovem
As vezes a idade não quer dizer nada
Se é a sua mente que é mais poderosa que qualquer contestação
No mundo do crime um nome só pode ser feito quando seus atos falam o que sua boca não precisa expressar pois é envolvido em atos de má fé que não somos temidos pelo que podemos fazer mais sim pelas inúmeras possibilidades que se apresentam pois o sobrenome Dafoe não é só assombrado por traços escritos com sangue mas é permitindo que ossos contem a sua história que não podem nos associar a uma família cheia de benfeitorias já que em nosso passado o que mancha nossas mãos é o líquido rubro e é permitindo que venha a tona o que de pior me possui que não tento mais domar a minha péssima personalidade
- Somos o total oposto um do outro - declaro agora percebendo que de toda a concentração que possuo eu jamais me deixaria levar por um sentimento tão lascivo
- O que... o que esta quendo dizer Oz?
- Você Miguel é desprezível sua má conduta em nada o levará longe você se força a quem não o deseja - Me inclinando eu digo o que ambos já sabemos - Nenhum de nós é digno de salvação mas pelo menos eu tenho regras
Não me importo com os sentimentos de ninguém não me interesso em confortar quem precisa e não tenho paciência para ouvir lamurias mas pelo menos eu nunca cruzei os meus limites o sofrimento humano nunca de fato me comoveu é escondendo minha péssima personalidade e me calando quando coisas ruins queriam sair de minha boca e foi evitando causar certos males que ouvindo os conselhos de meu pai eu por fim me dava por vencido e desistia de causar o caos que nasci para provocar
- Eu não tenho medo de você - descontente Miguel redobra os seus esforços para se livrar de meu aperto e divertido com a sua irritação eu o solto
- Não é o que parece - cruzando os braços eu o encaro de cima - Sua sensação de liberdade é ilusória por que não importa para onde corra não interessa para onde fuja você nunca poderá se esconder mim não da Besta
- Corte toda essa besteira eu nunca acreditei que fosse um sádico assassino você só esta levando essa história adiante por que os presos tem medo de se aproximar
- Não se esqueça Miguel os seus lhos são meus eles ficariam lindos dentro de uma caixa - o assusto e o prazer de ver a sua confiança despencar em grande peso é algo lindo - Vá Miguel saia pelos portões e aproveite os seus cinco minutos de liberdade por que quando minha soltura for algo certo então será quando descobrirá que me subestimar foi um erro
- Você é patético suas ameaças são só isso ameaças que não levaram a lugar nenhum - arrumando o seu casaco que deve ter custado uma pequena fortuna Miguel em tom de zombaria ele balança a mão no alto - Adeus Oz - com um sorriso irritante em seu rosto Miguel parte para o que será um futuro sem escolhas
Sua amargura será aprisionada
Os seus desejos esquecidos
Suas necessidades ignoradas
E suas lágrimas perdidas
- Eu não o conheço por um longo período de tempo Oz mas tenho certeza de que na história em que esta escrevendo não é assim que Miguel termina - Raul sentado ao chão e inclinado contra uma parede ele evita contato visual
- Não - declaro como uma certeza - Se eu estivesse escrevendo um livro a história contada não poderia terminar sem antes um pouco de dor e sofrimento
O passado não pode ser mudado
O presente como se apresenta tudo que podemos fazer é tentar lidar com as situações que surgem
Mas é no futuro onde a esperança é depositada que luto para que minha voz não seja silenciada