Capítulo 66
890palavras
2023-09-10 00:02
Roxanne se jogou na cama depois de ter tomado um banho bem quente. Seu corpo estava doendo, tudo correu bem no jantar, com sua apresentação no piano, ela ainda não estava conseguindo se livrar da sensação de que grande parte da família real não a queria no palácio.
Os olhares que recebeu a deixou confusa. No entanto, o banho quente e um copo de milkshake foram mais que suficientes para acalmar seus nervos.
Com a cabeça apoiada no travesseiro, ela fechou os olhos para tentar dormir. Justamente quando ela pensou que finalmente havia encontrado paz, seu celular começou a tocar. E continuou vibrando debaixo do seu travesseiro. Ela gemeu de frustração e levantou o travesseiro, para pegar seu celular e era Peter que estava ligando.

Roxanne olhou em volta, se perguntando por que Peter estava ligando para ela àquela hora da noite.
Curiosa, ela atendeu a ligação e encostou o alto-falante no ouvido esquerdo.
"Peter?", o tom de sua voz deve ter deixado claro que ela estava com sono, porque Peter riu do outro lado da linha.
"Minhas desculpas por te acordar a essa hora, Srta. Harvey".
Ela suspirou fundo e disse: "Não tem problema", ela estava mentindo, tinha problema, sim.
"Fico feliz. O senhor Lancelot precisa que você leve uma xícara de chá com canela para ele. Coloque leite de cabra, e é sem açúcar".

As sobrancelhas de Roxanne franziram. Peter estava realmente pedindo para ela levar um chá para Lancelot a essa hora da noite? Eles não tinham empregadas domésticas e criadas para fazer isso?
"Peter, eu..."
"Todo mundo já foi dormir. Os corredores estão vazios. Eu mesmo teria feito isso, mas tenho que enviar uns arquivos para alguns clientes estrangeiros, por causa do fuso horário e tudo mais..."
"Eu entendo", Roxanne o interrompeu, enquanto revirava os olhos.

"Eu vou e...", ela começou a falar novamente. Mas Peter a interrompeu.
"Se vista apropriadamente", ela ouviu Peter gritar. Roxanne fez uma pausa e franziu a testa.
"O quê?"
"Vista uma roupa formal. Eu sei que todos já foram para os seus quartos, mas você não quer ser vista de camisola, né?"
Roxanne revirou os olhos e gemeu. Por quê tudo sobre essas pessoas tinha que ser tão formal e adequado?
"Você tá certo", ela concordou, e Peter desligou o celular imediatamente.
Depois de colocar o celular debaixo do travesseiro novamente, ela se levantou da cama e bateu os pés com raiva, enquanto se dirigia ao guarda-roupa. Ela escolheu uma saia preta e uma blusa com mangas brancas.
Ela levou cinco minutos para colocar a roupa. Ela calçou um par de sapatilhas pretas antes de sair do quarto.
Em trinta minutos, ela conseguiu chegar até a cozinha do palácio e pegar tudo o que precisava para preparar o chá de Lancelot do jeito que Peter havia lhe pedido. Ela colocou a xícara de chá em um pires, colocou o pires em uma pequena bandeja e passou pelos corredores vazios, subiu as escadas, desceu o corredor silencioso, antes de encontrar a porta do quarto dele.
Estava ligeiramente aberta e a luz brilhante do quarto iluminou o corredor. Ela não se preocupou em bater, ela empurrou a porta com cuidado, apenas o suficiente para poder passar, antes de entrar no quarto.
Enquanto seus olhos absorviam a visão, ela se engasgou.
Roxanne sabia que o quarto dele seria grande desde o dia em que o viu pela brecha da porta, mas não sabia que ficar dentro dele pareceria que ela estaria dentro de um sonho.
O quarto hexagonal era grande, com paredes altas brancas e cinzas. Dois luxuosos lustres de prata pendurados em cima da sua cama de casal king-size, com uma moldura de cama cinza e requintada. A cama estava adornada com lençóis brancos e um edredom branco, e ele estava por baixo.
Havia uma sensação de solidão nesse quarto. Talvez fosse porque o quarto era grande e quase não havia nada nele, além da cama, guarda-roupa de três metros, de um grande espelho, uma estante de livros e de uma mesa de trabalho.
Ela não conseguia ver o rosto dele de onde estava, então se aproximou mais dele. Ela chegou ao pé da cama antes de perceber que ele estava dormindo. Pela gola, ela percebeu que ele tinha deitado na cama com a mesma camisa que usou no jantar.
Algo em seu rosto sonolento o fez sorrir. Seus olhos estavam fechados e seus longos cílios estavam à mostra. Seus lábios vermelhos se separaram ligeiramente e a cara feia que sempre estava em seu rosto sumiu. As rugas em sua testa eram claras. Enquanto ele dormia, ela podia ouvir a sua respiração. Seus braços estavam cruzados sobre o estômago enquanto ele descansava.
Roxanne não acreditava que Lancelot pudesse parecer ser tão pacífico. O que ela estava vendo agora não parecia ser o mesmo Lancelot que ela conhecia. Assim, ele parecia não ter nenhum problema no mundo. Ele estava em paz, inclusive consigo mesmo.
Roxanne suspirou fundo enquanto o admirava com um sorriso no rosto. O toque do celular dele sobre a mesa a fez estremecer. A bandeja em suas mãos tremeu e ela rapidamente firmou sua postura. Suas bochechas ficaram vermelhas quando ela percebeu que estava olhando para ele.
Envergonhada, ela se abaixou e colocou a bandeja em cima da mesa da cabeceira. Roxanne se levantou e deu uma última olhada nele.