Capítulo 64
797palavras
2023-09-09 00:02
Enquanto Peter levava Roxanne para seu quarto, ela se virou para ele e sorriu fracamente.
"Honestamente, Peter. Te agradeço por tudo", pela expressão em seu rosto era visível que ela estava muito cansada e ele sabia disso.
Um sorriso genuíno surgiu em seu rosto quando ela se curvou para ele em cortesia.

"O prazer foi todo meu, senhorita Harvey. Tente descansar um pouco".
"Hmmm", ela assentiu com a cabeça.
Roxanne entrou no seu quarto e Peter fechou a porta. Ele ficou de costas para a porta e tirou o celular do bolso. Ele ligou o celular para ver a hora.
Já eram 21h da noite. Ele se lembrou de que tinha que falar com Lancelot antes de dormir.
Lancelot claramente ainda não estava em seus aposentos, então havia apenas dois lugares onde ele poderia estar naquele momento: o escritório do Rei ou a sala. E com a presença de Reuben, Peter tinha certeza de que ele era a última opção.
Então, ele colocou o celular no bolso novamente enquanto caminhava em direção ao sala.

O cheiro de bebida e vinho caro atingiu seu nariz primeiro quando ele entrou no salão. Seguido pelo leve cheiro de charutos. Os olhos de Peter analisaram o local e encontraram Lord Richard fumando cachimbo, sentado em uma mesa redonda com os outros homens da casa. Eles estavam reunidos em torno de um tabuleiro de xadrez, enquanto Reuben estava em frente à mesa, jogando dardos. Peter continuou olhando ao redor da sala até encontrar Lancelot sentado no balcão do bar.
Havia uma garrafa de vodka em cima do balcão na frente dele. Ao lado havia uma garrafa de Hennessy. Os olhos de Peter se estreitaram quando ele o viu. Três anos trabalhando com Lancelot lhe ensinaram duas coisas.
A primeira era que Lancelot só bebia até certo ponto quando estava estressado, incomodado ou se sentindo vazio. E ele não tinha certeza se ele estava sentindo um desses ou todos os três.
A segunda coisa, era que Lancelot Dankworth não era muito receptivo ao álcool. O que significava que três doses de vodka poderiam deixá-lo bêbado. Peter suspirou fundo enquanto se movia para um canto, com os olhos fixados em Lancelot. Ele teria que manter os olhos em seu chefe pelo resto da noite.

Lancelot continuou sentado em silêncio, despejando o conteúdo da garrafa no copo. Esse era o terceiro copo da mistura de Vodka com Hennessy que ele estava bebendo, e ele ainda iria beber mais. Ele olhou para Reuben, que estava segurando um alfinete de dardo na mão enquanto ria.
Lancelot havia se afastado dele. Ele odiava se sentar ao lado de Reuben. O homem o lembrava muito o seu irmão. E Lancelot tentou durante todos esses anos esquecer ele. Justamente quando ele pensava que estava progredindo, Reuben reaparece e não cala a boca nem por um minuto.
Enquanto Lancelot continuava o encarando, Reuben se virou para olhá-lo. Reuben ficou intrigado com a forma como Lancelot estava olhando para ele. Quando sorriu, Lancelot desviou os olhos dele e voltou a olhar para a garrafa que estava à sua frente.
"Ei, Lance", Reuben gritou. Lancelot cerrou os dentes. Por que Reuben simplesmente não o deixa em paz? Só por ele estar sozinho nesse lugar já era uma tortura, ele não precisava que Reuben conversasse com ele, e muito menos ouvir ele lembrar de memórias engraçadas que tinha com Bran.
Mas foi exatamente isso que Reuben fez a seguir.
"Lembra daquela vez durante a cerimônia do aniversário do seu pai, quando Bran encheu todas as caixas de bolo e estragou todas as nossas roupas?"
Ao ouvir isso, todos na sala riram.
"Sério? Ele realmente fez isso?", Madeline gritou, dando risada.
Reuben se afastou de Lancelot e olhou para a tia.
"Claro que sim! Nós tivemos que se livrar de todas as roupas pra que ninguém nunca falasse sobre isso pra ele", enquanto ele falava, seus olhos continuaram a brilhar de tanto rir.
"Não acredito que os criados não disseram nada sobre isso!", Edward falou, rindo enquanto colocava o braço direito sobre os ombros da sua esposa. Ele estava cheio de alegria e de alívio por estar falando sobre seu filho, Madeline suspirou fundo enquanto descansava a cabeça no corpo de Edward.
"Lancelot subornou a nossa faxineira com uma nota de cinco libras pra ela não falar nada. Ele sempre foi assim...", Reuben falou novamente, se virando para Lancelot.
"É mesmo, Lance?"
Ao mencionar seu nome, Lancelot inclinou ligeiramente a cabeça, e ficou olhando para Reuben. Se o homem não fizesse o que ele estava querendo dizer com seu olhar, Lancelot iria repreendê-lo.
"Me deixa em paz", ele falou, um soluço escapou de sua garganta. Lancelot segurou a garrafa de Hennessy pelo gargalo e bebeu mais um gole, antes de desviar o olhar de Reuben.