Capítulo 30
1875palavras
2023-06-21 13:30
PONTO DE VISTA DO NARRADOR
A mulher que já estava deitada na cama, estava sentada elegantemente, ignorando seu corpo ensanguentado. O cabelo ondulado e prateado reluzia, caindo em cascata em suas costas. Ela tinha um sorriso suave no rosto, mas seus olhos sem vida eram frios como gelo.
“Parece que você estava gostando me de torturar.” A voz da mulher soou macia e encantadora, mas cada palavra pronunciada era cortante.
O carrasco tentou falar alguma coisa, mas de repente, ele viu tudo ficar de cabeça para baixo. Ele não sentia nenhuma dor, mas ele sabia que já estava condenado.
Até parecia que o próprio diabo estava diante dele, para cobrar sua dívida.
A mulher o encarou friamente e em seguida quebrou o pescoço dele. Os seus olhos ainda estavam abertos quando ele morreu.
Então, ela estalou a língua e olhou para suas garras afiadas que escorriam sangue. Seu rosto parecia repleto de desgosto enquanto ela resgava o lençol da cama e o usou a parte que ainda estava sem manchas do sangue de Yunifer, para limpar as garras.
Quando a mulher olhou para a camisa que vestia, que mais se assemelhava a uma bata de hospital, estava toda tingida de vermelho. Ela contorceu suas feições ao ver o estado de suas vestes.
Assim, ela rasgou a camisa ensanguentada, ficando apenas com o sutiã esportivo e a calça marrom de cintura alta.
Ao tentar se mover, ela ouvi o som metálico das correntes em seu tornozelo. Seus olhos encararam com frieza as correntes que a impediam de se mover, então, usando as próprias mãos ela as esmagou. Em segundos, a corrente virou pedacinhos.
“Hah... enfim livre. Faz tanto tempo desde que eu me libertei. Minha querida, você sofreu tanto nas mãos dos outros. Agora deixe-me cuidar das coisas.” A mulher sussurrou baixinho para si mesma, enquanto tentava sentir a consciência de alguém dentro dela, que parecia estar se esvaindo. Por um instante, a mulher tentou segurar esse alguém que desaparecia dentro de seu corpo, para que não virasse pó.
Um sorriso gentil apareceu no rosto da mulher, enquanto ela estava persuadia alguém a assumir o controle de sua consciência. Mas, este sorriso doce logo desapareceu, quando sentiu uma presença se aproximar.
Seus olhos se estreitaram e encararam os outro lacaios do Rei Alfa, os quais também tinham abusado de sua protegida.
“Eu odeio quando alguém se atreve a tocar um dedo na minha querida.” A mulher disse baixinho, enquanto puxava as barras de metal, que se envergaram com facilidade, até pareciam um elástico. Logo depois, ela conseguiu sair tranquilamente da cela.
Então, ela examinou os capangas que estavam ali. ‘Um, dois, três... ah, são só cinco? Nem dá para me divertir.’
Se fossem em maior número, ela poderia encher a cela de sangue e fazer uma surpresa para o Rei Alfa.
A mulher olhou os lacaios com simpatia, porém ainda havia um brilho de desapontamento.
“C-Como você escapou?!” Um dos homens perguntou gaguejando enquanto apontava para a mulher.
Ela soltou uma risada e um brilho frio faiscou em seus olhos. “Oh, estão vendo aquele buraco...” Ela apontou para as barras da cela envergadas, ao ponto de permitirem que uma pessoa passasse por ali, então a mulher voltou a olhar a para quem havia perguntado e disse: “Eu saí por ali.”
“V-Você...” Os homens tremeram assustados, principalmente ao verem o corpo do carrasco sem vida no chão, era uma cena terrível.
Qualquer um que visse aquela cena ficaria aterrorizado.
Quando a mulher olhou para eles, com aquelas expressões horrorizadas por verem o homem morto brutalmente, ela soltou uma gargalhada gélida.
“Ó? Vocês estão com medo agora? Mas vocês não tiveram um pigo de simpatia com a pobre humana que torturaram.” Ela zombou friamente, enquanto ela caminhava com os pés descalços em direção aos homens.
Mas, antes que eles pudessem fugir, a mulher grunhiu e abriu os pescoços deles com suas garras afiadas. Apenas os três que sobreviveram conseguiram gritar e com os olhos arregalados de horror olhavam para a mulher.
“M-Monstro...” Eles proferiram no meio da luta, fazendo a mulher rir.
“Mas este aqui, o corpo do monstro, é o mesmo que vocês torturaram.” A mulher falou com um tom delicado, à medida que o pelo começava a aparecer em seu pescoço. Então, ela usou seu poder e cortou o pescoço dos sobreviventes.
Por fim, a mulher cuspiu sobre as cabeças no chão. Ela se regozijou ao vê-los eliminados por suas mãos.
No entanto, quando ela viu o sangue manchar seus pés descalços, ela grunhiu em desagravo e seu rosto tornou a ficar carrancudo.
Então, examinou as roupas dos mortos, rasgou-as e as usou para limpar seus pés sujos de sangue.
Depois de se limpar, ela jogou fora os trapos e saiu daquele lugar alegremente, cantarolando uma música.
Por onde quer que ela passasse, sempre havia um lobo a espreita, pronto para atacá-la. Porém, ela os eliminava impiedosamente, separando a cabeça do restante do corpo, então ela continuava seu caminho com um sorriso no rosto.
“Eu quero conhecer o Rei. Ele feriu a minha querida protegida, ao ponto dela querer se matar... Ele precisa pagar pelo que fez...” Ela cantarolava suavemente enquanto abatia os lacaios do Rei Alfa, que tentavam machucá-la.
Então, com as mãos ela agarrou o colarinho de um dos subordinados. Suas veias saltavam em suas mãos pálidas, por causa da força usada para levantar o homem e encará-lo olho no olho.
“Onde está o Rei Alfa?” A mulher perguntou em um tom gélido, mas ao ver que o homem estava tão aterrorizado, que perdeu a fala. Então, ela cortou seu pescoço.
“São todos um bando de filhos da p*ta! Por que ninguém pode me levar até o m*ldito Rei Alfa?! Isso está me deixado irritada!” O sorriso gentil desaparecera, dando lugar para uma expressão colérica.
As veias saltaram na lateral do pescoço e na testa, seus olhos eram vermelhos cor de sangue e seu canino tornou-se ainda mais afiado, à medida que a raiva a consumia.
De repente, alguma coisa gentil tentou acalmá-la, fazendo a mulher ensandecida respirar fundo.
Então, um breve sorriso voltou ao seus lábios enquanto ela murmurava consigo mesma: “Pode ter certeza, eu vou matar todos eles e honrar o seu sangue. Nenhum deles sairá impune. Vou fazê-los para pela dor que fizeram você passar esses dias, minha querida Yunifer.”
Depois de dizer isso a si mesma, ela voltou a cantarolar e continuou a despedaçar seus oponentes, como se fossem folhas de papel.
“O que eu preciso fazer para que o Rei Alfa saia de seu torno e venha até mim? Será que vou ter que matar todos os seus lacaios espalhados por essa mansão velha e assustadora?” A mulher perguntou suavemente.
Se os homens do rei não estivessem mortos, eles diriam: “Mas, você já não está fazendo isso? Matar cada um de nós?!”
Ela se entediou facilmente, tudo era tão entediante. Ninguém conseguia se equiparar em força e, todos eram mortos como insetos. A mulher queria alguém forte o suficiente para poder lutar com ela. Até parecia que ela sentia falta de um adversário poderoso. Mas, até agora eram todos fracos demais.
Todos eram muito fracos para lutar com ela. Por vezes ela continha sua força, para que pudessem revidar, mas no fim, eles ainda acabavam mortos ou inconscientes. Eles eram muito fracos.
Contudo, quando a mulher descobriu o nome do Rei Alfa, seus olhos brilharam. Ela pensava que o Rei Alfa, o mais poderoso entre os Alfas, poderia ser um bom adversário!
Só de pensar nisso, a mulher sorriu extasiada. Já fazia algum tempo desde que ela lutara contra alguém e, além disso, era a primeira fez que ela saia completamente de sua querida humana, Yunifer.
Yunifer também era forte, mais forte do qualquer humano comum. Mas, ela foi facilmente dominada por terem injetado uma droga em seu corpo, para enfraquecer seu poder. Por isso, Yunifer era apenas uma garotinha impotente contra seus agressores.
Só de pensar em como haviam torturado sua queridinha, as sobrancelhas da mulher franziram e seu rosto se contorceu de raiva, então ela cerrou os punhos e rangeu os dentes.
Bom, aqueles m*ditos filhos da p*ta fizeram um ótimo trabalho, ao provocara alguém que não deveriam ter provocado.
A mulher imediatamente desviou de um ataque, esquivando-se para o lado esquerdo e usou o impulso do corpo para chutar quem a atacara, fazendo mais um corpo voar para longe e expelir sangue.
“Onde está o Rei Alfa? Diga a ele que quero conhecê-lo.” A mulher declarou friamente, sem parar de bater em seus oponentes sem piedade.
Então, um dos subordinados do Rei Alfa riu ao ouvir aquelas palavras arrogantes. “Mulher, não acha que é muita ousadia exigir conhecer o Rei Alfa? Você se acha digna de enfrentá-lo?”
Quando a mulher recebeu essa resposta, ela parou de chutar um lacaio e virou-se para o quem havia falado, então um sorriso floresceu em seus lábios.
“Mesmo? Então, o que eu devo fazer para ser digna o suficiente para conhecê-lo?” Ela rebateu suavemente enquanto sorria para o subordinado, então ela fez uma expressão sofrida antes de acrescentar: “Escute, eu tenho algo a dizer para o Rei Alfa, é por isso que desejo me encontrar com ele, para que ele possa responder as minhas perguntas.”
O lacaio riu e tornou-se mais ousado, zombando da mulher que teve um pouco de pena dele.
“Você não é digna para conhecer o Rei Alfa, por isso não podemos deixá-la se encontrar com ele. Além disso, você vai voltar para sua cela.” Ele avisou com frieza, lançando um olhar zombeteiro para a mulher. 
Ao não receber a resposta que queria, a mulher parou o que fazia e seu rosto assumiu uma expressão fria, fitando o homem à sua frente.
“Para quê? Para me tortura de novo? Aquele m*ldito Rei acabou de sequestrar minha protegida e a torturo sem qualquer motivo!” O rosto dela tornou-se lívido ao retrucar o homem.
Antes que o homem pudesse abrir a boca e dizer mais bobagens, a mulher o interrompeu, acrescentando com um tom indiferente.
“Além disso, não posso mais voltar para aquela cela, eu já a destruí e não pretendo voltar para lá. Aquele lugar estava imundo.” A mulher disse enquanto encarava severamente o homem cujo rosto estava enrugado.
Foi quando alguém se esgueirou por trás da mulher, com a pretensão de atacá-la. Mas, de repente, o sangue jorrou da mão que empunhava uma espada afiada.
A mão, junto com a espada voou a metros de distância do corpo. Então, o homem olhou para sua mão separada de seu corpo e começou a berrar.
“AHHH!!! MINHA MÃO! MINHA MÃO!” Ele continuou berrando, com uma expressão desesperada e raivosa.
O homem tentou estancar o sangue que escorria do punho decepado, mas era impossível conter a vasão. Ele ficou mais ansioso, temendo morrer por causa da massiva perda de sangue.
Quando o homem viu seu colega naquela situação, lançou um olhar de choque para a mulher de cabelos prateados que fitava inexpressivamente o oponente caído, como se aquilo não tivesse nada a ver com ela.
“Você é cruel! Monstro!” O homem não pôde evitar a mutação.
Essas palavras foram o suficiente para atrair a atenção da mulher.
“Se eu sou um monstro, como você chama o seu Rei Alfa? Lúcifer?”