Durante todo o caminho Levi, Matteo e Adolph vão conversando por celular, traçando um plano para agirem ao chegarem ao local. No esconderijo Norabel está totalmente transtornada com a quantidade de drogas que ela ingeriu e Julian também, eles novamente estão numa maratona de sexo pela casa, Beth está cuidando de Simon, que continua dormindo, pois, ele custou a pegar no sono naquela noite, enquanto chorava chamando pelos pais. Depois do sexo, Norabel entra na sala que eles estão.
– Não acredito que esse pirralho continua dormindo! – Grita Norabel, ela se aproxima e puxa-o forte pelo braço, derrubando-o da cama, Simon chora ao sentir seu corpo bater no chão. – Você não se mexe, deixe esse bastardo chorando! – Ela grita com Beth, que chora com aquela cena. – Vamos parar de drama, não é? – Diz ela se abaixando e agarrando Simon pelos cabelos, ele chora assustado e com as dores causadas por Norabel.
– Eu quero minha mamãe! – Simon pede por Kaira entre as lágrimas.
– Você não tem mãe pirralho, sua mãe morreu! Kaira e Levi não são os teus pais, você não tem ninguém! Você não faz parte dessa família, você é um bastardinho de merda. – Ela aperta as bochechas de Simon. Beth segue chorando se sentindo impotente. – Você não tem mamãe, você não tem mamãe. – Quanto mais Simon chora, mais ela tortura aquela criança. – Você está com fome, Simon? – Ele confirma com a cabeça. – Eu sabia, um pirralho, bastardo e morto de fome. – Ela empurra a cabecinha dele, levanta-se e sai do quarto.
Beth corre até Simon que chora desesperado, pega-o no colo e abraça-o, tentando acalmá-lo.
– Meu amorzinho, está tudo bem, tudo bem!
– Eu não tenho mamãe? – Questiona Simon chorando.
– É claro que você tem mamãe, Kaira é sua mamãe! Essa titia, ela é a bruxa má, é tudo brincadeira do jogo que ela está jogando com a sua mamãe.
– Titia, eu não gosto desse jogo, ela fez dodói.
– Onde está doendo?
– Aqui titia! – Ele leva a mão ao braço direito, Beth checa se o braço dele está deslocado ou quebrado, mas provavelmente é só uma dor pela batida, ela enche de beijinho no lugar, tentando deixá-lo mais calmo.
Norabel entra na sala novamente e joga duas fatias de pão no chão.
– Simon, venha até aqui seu bastardo e pegue o seu café da manhã. – Beth abraça-o forte, tentando protegê-lo. – Largue ele Beth, deixe esse pirralho vir até aqui.
– Simon, é só um jogo, mamãe está jogando também, daqui a pouco eles estarão aqui, vai lá pegar os pãozinhos. – Diz Beth no ouvido dele.
Ela solta Simon no chão, mas ele não se mexe, ele está assustado e com medo da Norabel, ele volta a chorar.
– Anda pirralho, venha até aqui! – Grita ela. Simon corre para Beth com medo, aumentando a raiva de Norabel. – Você quer me desafiar. – Ela se aproxima e puxa-o pelo braço novamente e joga ele no chão perto dos pães. – O choro desesperado de Simon preenche aquele quarto, ele está com tanto medo que não consegue se mexer.
– Simon, pega os pães e traga até aqui para a titia. – Diz Beth incentivando ele, para que Norabel não o machuque mais, Simon obedece, pega os pães e leva para Beth.
– Muito bem, pirralho. – Norabel dá uma gargalhada assustando mais ainda Simon. – Bom café para você monstrinho, você não tem mamãe, Simon, sua mamãe morreu! – Ela sai do quarto batendo a porta.
Beth novamente pega Simon no colo e deixa as lágrimas escorrerem enquanto conforta aquela criança, ela fica se questionando como Norabel pode ser tão ruim, Simon é apenas uma criança e ela está o torturando.
– Meu amor, vamos comer esse pãozinho? – Questiona Beth ao perceber que Simon está mais calmo, ele sacode a cabeça positivamente.
Beth dá um dos pães para Simon que come com vontade, eles estão desde a tarde do dia anterior, quando foram sequestrados, sem comer qualquer coisa, quando ele termina ele dá o outro para ele. Lá fora, Norabel está bebendo vodka com Julian, eles começam a se despir e se agarrarem loucamente.
– Você gosta da minha lingerie Julian?
– Você fica muito sexy nela. – Ele bebe um gole da vodka e entrega a garrafa para ela.
Norabel está muito viciada em vários tipos de drogas, ela raramente se mantém sóbria e depois que Kaira machucou o rosto dela, ela só sabe se drogar, para não encarar as marcas em seu rosto, mesmo que ele já esteja cicatrizando.
– O que você acha de foder a minha irmã? Posso arrumar isso para você também.
Antes que ele possa responder, eles escutam o barulho de várias sirenes.
– Merda! Eles nos encontraram Norabel! Eu disse que isso ia dar merda. – Diz Julian levantando-se e vestindo suas calças.
– Eu não posso ser presa Julian, eu não posso! – Grita ela desesperada.
Quanto mais próximos ficam os barulhos das sirenes, mais o medo e desespero toma conta deles, Julian corre para o carro e Norabel segue ele.
– O que vamos fazer?
– Vamos ir embora daqui Norabel, antes que eles nos encontrem, eu também não vou para a prisão, ainda mais por causa de um pirralho qualquer!
Ele começa a dirigir e quando chega no portão da propriedade, ele avista dois carros da polícia passarem em direção ao pedágio da cidade vizinha, ele suspira aliviado e ao sair da propriedade, ele se depara com a rua cheia de viaturas, aquilo os assustam e Julian começa a dirigir em alta velocidade, chamando atenção dos policiais que começam uma perseguição atrás deles.
– Não deixe eles se aproximarem de nós, Julian, não deixe! – Grita Norabel alucinada.
– Cala a boca sua puta, isso é tudo culpa tua. – Responde ele tentando se manter focado na estrada.
Todas as viaturas são avisadas sobre a perseguição aos suspeitos. Algumas viaturas ficaram para trás e cercam a propriedade de onde o carro saiu.
– Levi, eles estão perseguindo os suspeitos! – Diz Antony logo que Levi atende a ligação.
– Meu filho está com eles?
– Eu não sei, os policiais ainda não conseguiram identificar quantas pessoas tem no carro! Algumas viaturas estão cercando o local de onde o carro saiu. – Levi avista algumas viaturas paradas logo a frente.
– Me mantém informado! – Levi desliga a ligação e acelera para chegar mais rápido ao local, ele freia com tudo e desce do carro. – Eles estavam aqui nesta propriedade?
– Sim. – Responde um dos policiais.
– E por que ainda não entraram? – Questiona Levi irritado.
– Estamos terminando de analisar o local! – Responde o policial, Levi ignora tudo e entra correndo na propriedade.
– Senhor, você não pode entrar. – Grita o policial tentando impedi-lo.
O terreno é enorme, Levi olha para todos os lados enquanto corre procurando qualquer coisa que eles possam ter usado como abrigo, ele avista uma casa e corre até ela, ele entra e sai checando cada cômodo, rezando para que Simon esteja bem.
– Por favor meu Deus, que ele esteja bem! – Súplica Levi.
Quando ele abre a porta da sala, que Beth e Simon estão, ele avista os dois encolhidos num sofá, os olhos de Simon brilham ao enxergá-lo e ele corre para os braços de Levi, que o abraça forte.
– Meu menino, eu te achei! Graças a Deus você está bem! – Diz Levi chorando emocionado, enquanto balança Simon em seus braços, ele senta-se no chão e mantém aquela criança em seu abraço, agradecendo mentalmente por ele estar bem.
– Papai, eu estou com medo. – Simon gruda no pescoço dele.
– Você não precisa mais ter medo filho, você ganhou o jogo! Você escapou da bruxa má. – Diz ele confortando o filho que chora sem parar. – Tia Beth, você está bem? – Questiona Levi observando-a chorar. Dois policiais param na porta e ficam em silêncio para não estragar aquele momento, na entrada da propriedade, Matteo e Adolph estão com os policiais, aguardando por notícias.
– Eu vou ficar Sr. Schneider. – Responde ela.
– Eu não tenho mamãe? – Questiona Simon ainda agarrado em Levi.
– É claro que você tem, aquela titia é a bruxa má, ela estava atuando nesse jogo! Vamos falar para a mamãe que você venceu?
– Vamos! – Diz Simon.
– Então tem que parar de chorar, você é um garotão forte que venceu o jogo, vou fazer uma sessão de cócegas para substituir esse choro por risadas. – Simon dá uma leve risada em meio às lágrimas.
– Está bem papai. – Ele vai se acalmando, Levi seca as lágrimas do filho e as suas próprias lágrimas, ele pega o celular do bolso e faz uma chamada de vídeo.
Quando Kaira vê aquela ligação, seu coração acelera e ela atende na expectativa de boas notícias.
– Ai meu Deus, meu bebê! Oi, meu amorzinho, já estou morrendo de saudades. – Ela chora emocionada.
– Mamãe, eu venci o jogo. – Diz Simon passando a mão na tela, como se estivesse fazendo carinho em Kaira.
– Eu disse que você ganharia esse jogo, você é o melhor meu amor!
– Eles estão bem meu amor, acabou, ok? Fique tranquila, em breve estaremos em casa com você!
– Mamãe, a bruxa fez dodói em mim! – Simon volta a chorar. – Levi aperta-o mais forte em seu abraço, sentindo-se fraco por seu filho ter passado por aquela situação.
– Eu vou encher de beijinhos os seus dodóis, quando você chegar em casa! E depois vamos comer um monte de guloseimas, tudo bem?
– Tudo bem mamãe.
– Simon, não esqueça que a mamãe te ama muito, ok?
– Eu amo a mamãe e o papai. – Levi beija a bochecha dele, arrancando um enorme sorriso de Kaira.
Todos estão aliviados por encontrarem Simon, Levi não solta por nenhum minuto sequer o seu filho e eles conversam com Kaira por vários minutos.