Capítulo 97
1551palavras
2023-07-18 23:04
Durante a madrugada, após beberem e se divertirem bastante, os homens decidem ir embora.
– Era para ser a minha noite, mas vocês dois idiotas tiveram que beber mais do que eu, odeio vocês. – Resmunga Adolph indignado. – Vamos embora! – Levi e Matteo estão bem embriagados e dão risadas dele.
– Para de sentir pena de você, essa noite era para o Levi, ele que está encalhado e sofrendo pela Srta. Adank, que pode virar Sra. Sutherland.
– Se eu conseguisse ficar de pé sem ver tudo girando, eu certamente te daria um soco, não fique me lembrando sobre isso, meu coração está sangrando, daqui a pouco eu vou morrer. Por que o amor machuca?
– Não tem nada pior que um homem apaixonado, carente e bêbado. – Reclama Adolph puxando eles para irem para o estacionamento. – Cadê a diversão do noivo?
– Para de ser chato, tua dona vai te divertir quando você chegar em casa. – Diz Matteo rindo.
– Pode parar que o pet é você. – Adolph responde empurrando eles para dentro do carro. – Coloquem os cintos.
– Adolph, cala a boca, estou com dor de cabeça. Apenas dirija em silêncio e nos leve para casa. – Diz Levi jogado no banco.
– Deus, o que fiz para merecer isso? – Ele dirige indignado, principalmente ao observar os dois jogados no banco de trás, ele observa as horas e quando volta o olhar para a estrada ele se assusta com um cachorro na pista, ele vai desviar e acaba batendo num poste, jogando eles para frente. – Droga! – Diz ele com a mão na testa e olha para trás para verificar os seus amigos que bateram as cabeças nos bancos.
– Essa doeu. – Diz Matteo, abrindo a porta do carro e saindo, Levi faz o mesmo.
– Não me falta mais nada, um acidente e dois bêbados no meio da rua. – Ele desce do carro e coloca os dois sentados na calçada, enquanto aciona o socorro, depois ele senta-se ao lado dos dois, enquanto aguarda.
Quando o socorro chega, eles fazem os primeiros atendimentos médicos ali mesmo, enquanto os policiais interrogam Adolph que é o único sóbrio.
– Sr. Karps, tem certeza que era você que estava dirigindo? – Questiona o policial.
– Como eu disse anteriormente, sim, era eu, eu desviei o olhar para checar as horas e o cachorro saiu do nada, eu fui desviar e acabei perdendo o controle e batendo no poste.
– Você tem certeza? Não está protegendo um dos teus amigos?
– Eu tenho certeza, eu sou advogado, não contaria uma mentira que pode ser facilmente validada nas câmeras de segurança das ruas. Terminamos? Já posso ir?
– Não senhor, vocês vão para o hospital, para ficarem em observação. – Responde o paramédico.
– Não é necessário, estamos bem! – Rebate ele.
– É necessário, sim, vocês bateram a cabeça, vamos para o hospital.
– Que noite, era para ser uma noite de diversão, eu não estou me divertindo. – Diz ele chutando o pneu do carro, mesmo com todos os protestos dele, eles são encaminhados para o hospital, para ficarem de observação.
No seu horário habitual, Kaira chega ao hospital para sua residência.
– Bom dia, minha linda. – Diz Lia Jost, médica responsável pela residência dela.
– Bom dia Dra. Lia, como você está?
– Estou ótima, já estou com os nossos pacientes, temos três que sofreram um acidente de carro durante a madrugada, eles estão todos bem, estão nos quartos, você quer passar para fazer o atendimento?
– Claro, eu posso fazer. – Diz ela animada, raramente ela atende os pacientes sem supervisão.
– Aqui estão os prontuários. – Lia entrega para ela e Kaira fica surpresa ao ver os nomes. – Se você precisar de ajuda, você pode me chamar.
Kaira sai do consultório de Lia, quase não escondendo a sua impaciência para realizar aqueles atendimentos.
– Kaira, você está bem? – Questiona Sofia Waser, ela é enfermeira e amiga de Kaira.
– Sim, tudo bem, eu vou atender às vítimas do acidente de carro.
– Eles estão bem, acabei de checar, eles estão só em observação porque bateram as cabeças, dois deles estavam bêbados, estamos apostando que o motorista sóbrio assumiu a culpa por um deles.
– Por que diabos um homem sóbrio ia deixar um bêbado dirigir? Não faz sentido nenhum. Deixa eu fazer o meu trabalho. – Ela vai em direção aos quartos.
– É você, graças a Deus, eu já posso ir? – Diz Adolph ao avistá-la.
– O que foi que aconteceu, Adolph?
– Eu estava levando aqueles dois idiotas para casa, olhei as horas por um segundo e um cachorro surgiu do nada na estrada, eu fui desviar e bati no poste.
– Era você mesmo que estava dirigindo?
– Até você? É claro que era eu, Levi e Matteo estavam bêbados, aqueles filhos da puta se divertiram mais que eu na minha despedida de solteiro. – É visível a irritação dele. – Estou aqui há horas, por uma batida na cabeça.
– Agradeça por não ficar com hematomas no rosto, senão você seria um homem morto. – Ela examina ele. – Eu vou solicitar à Dra. Jost a tua alta e você estará liberado.
– E daqueles dois idiotas também? – Questiona ele.
– Eu não sei, vou examiná-los agora. – Diz ela caminhando até a porta.
– Dra. Adank? – Ela vira-se para ele. – O Sr. Schneider está com o coração frágil, coloca uma burca para não acelerar os batimentos cardíacos dele. – Diverte-se ele.
– Você é um idiota Adolph, não sei porque eu ainda presto atenção nas tuas besteiras. – Ela sai batendo a porta, mas do lado de fora ela dá risadas.
– Dra. Adank, bom dia. – Diz Karl se aproximando.
– Bom dia! – Diz ela com um sorriso.
– Eu juro que uma hora não vou resistir e vou te arrastar para o meu escritório. – Diz ele se aproximando e ela dá um passo para trás se afastando.
– Dr. Sutherland, já falamos sobre isso, mantenha a postura no horário do expediente. Com licença. – Diz ela se afastando.
– Sempre tão séria a minha garota. – Resmunga ele.
Kaira passa no quarto de Matteo que está dormindo. Ela sai do quarto dele e vai para o do Levi, ela suspira na porta, tomando coragem para encará-lo depois de tantos anos sem se verem, quando entra ela avista ele dormindo e encara-o com um leve sorriso, perdida em seus pensamentos.
– Você sim, poderia ter machucado o rosto e ficado feio, ia facilitar o meu trabalho. – Resmunga ela, enquanto observa ele dormindo, ela leva seu olhar para o prontuário dele. – Você continua sendo um irresponsável, idiota, vontade de apertar o teu rosto com um travesseiro, ainda mais depois de todas as fotos nos jornais que vi no último ano.
– Por um minuto achei que eu estava no céu. – Diz ele observando-a, ela se assusta e deixa o prontuário cair no chão. – Até escutar você!
– Droga. – Ela se abaixa para pegar o prontuário e demora um pouco para levantar-se, apenas para esconder sua vergonha e respiração acelerada. – Sr. Schneider, bom dia. – Diz ela escondendo seu constrangimento.
– Srta. Adank, bom dia. Me diga, nesse hospital é permitido que os médicos insultem os pacientes?
– Não, senhor.
– Então me peça desculpas, porque você estava me insultando.
– Acho que você está delirando, eu acabei de entrar neste quarto.
– Então chame o médico responsável por você, quero fazer uma denúncia formalmente.
– Me poupe, quem irá acreditar num bêbado irresponsável como você, fique quieto e me deixe fazer o meu trabalho. Sente-se. – Diz ela num tom autoritário. – Eu não vou repetir, se quiser eu posso pedir para outra médica atender você. – Levi dá um leve sorriso e senta-se na cama.
– Pronto doutora, pode me examinar. – Kaira se aproxima devagar, como se estivesse com medo de ficar próxima dele, ela começa examiná-lo e em todos os momentos eles trocam olhares. – Senti saudades do teu cheiro. – Ambos estão com a respiração acelerada, pela proximidade depois de tantos anos longe. – Você está linda.
– Você já está bem, em breve você receberá a permissão para ir embora. – Diz ela se afastando apressada e indo para a porta.
– Dra. Adank, como estão Adolph e Matteo? – Questiona ele impedindo ela de sair.
– Adolph está bem irritado, mas está bem e Matteo estava dormindo, mas acredito que esteja bem também, assim que ele acordar, poderá ir para casa. – Ele olha para a mão direita dela e observa o anel que parece uma aliança, ela segue o olhar dele e sorri sem graça. – Toque o botão ao lado da cama, se precisar de algo. – Ela se vira para sair e ele toca o botão. – O que foi? – Questiona ela virando-se para ele.
– Estava apenas testando, para ver se está funcionando, você já pode ir, Dra. Adank. – Diz ele virando o rosto para a janela.
Kaira observa-o e sai do quarto, ela se encosta na porta e suspira, tentando acalmar seu coração que bate descontrolado.