Adolph vai para a sua casa e quando chega ele avista uma carta na mesinha, ele pega e lê o que está escrito no envelope.
" Para o meu querido bobinho." – Ele aperta o envelope com força.
Ele vai para o seu quarto e mesmo molhado ele senta-se na cama encarando aquele envelope com aqueles dizeres debochados.
– Como eu consegui ser tão cego? – Questiona-se.
Ele fica por vários minutos encarando aquele envelope, ele deixa na cama e desce até a adega e pega duas garrafas de vinho e retorna ao quarto, ele senta-se no chão e começa a beber aquele vinho no gargalo, enquanto seus pensamentos o fazem sentir-se péssimo por tudo que aconteceu, quando ele está quase no fim da segunda garrafa, ele pega o envelope e enfim tem coragem de abri-lo, para ler aquela carta.
" Olá bobinho,
Enquanto você lê essa carta, eu estarei indo para longe dessa cidade, porque você me proporcionou um recomeço, com todo o dinheiro que você me deu, como diz a sonsa da minha irmã, eu também queria ver a tua cara de idiota ao descobrir a verdade. Como você pode ser tão burro? Você foi mais fácil de enganar que a Fera, até aquela aberração aproveitou o meu lindo corpo e você não passou de uns beijos, digno de pena. Você era o trampolim para eu chegar até o Levi, mas aquele idiota foi se apaixonar por aquela boneca inflável da Kaira, ele tem uma ervilha no lugar do cérebro? Só pode, porque não tem explicação, como ele prefere ela e não eu? Quem sabe você não me encontre por aí, talvez eu te dê uma noite inesquecível, porque é óbvio que você não irá me esquecer. Obrigada, bobinho, por ser tão idiota e ter caído nos meus joguinhos, enquanto você chora, eu estarei numa luxuosa suíte, relaxando numa hidromassagem, com uma taça de champanhe, gargalhando da sua burrice. Amo-te, meu eterno bobinho. Com amor Kaira Zimmermann! Brincadeira, esse nome não funciona mais. Beijos de luz meu amorzinho. Norabel Zimmermann." – Adolph aperta aquela carta, enquanto deixa as lágrimas escorrerem, ele não sabe se está chorando de tristeza por ter seu coração partido ou por estar cheio de raiva.
Ele termina de tomar o vinho e deita-se no chão, enquanto segue chorando com a dor que ele sente naquele momento, ele pega o seu celular e liga diversas vezes para Levi que não atende, então ele começa a deixar vários áudios, no fim de cada ligação que é rejeitada.
" Eu quero morrer, eu preciso esquecer essa dor de ser enganado desaparecer." – A voz dele está trêmula e um pouco enrolada devido à bebida.
" Como eu pude ser idiota dessa forma? Você me avisou Levi e eu segui sendo cego, eu não tenho nem palavras para descrever o quanto me sinto idiota agora."
" Essa dor não passa, o que eu faço, Levi, o que eu faço?"
" Por que você foi embora? Por que não veio aqui quebrar a minha cara? Eu mereço, eu estou me odiando."
" Eu não consigo, Levi, ela me deixou a merda de uma carta, agora eu entendo o Chris, é horrível saber que a pessoa te engana da forma mais baixa que existe e ainda zomba de você, dói demais, eu não sei como lidar com isso." – Ele desiste de tentar falar com Levi e joga o celular na parede.
Ao terminar de escutar aqueles áudios, Levi retorna as ligações para acalmar Adolph, ele faz diversas ligações sem sucesso, ele fica preocupado e vai direto para o hangar para retornar para Lucerna. Após algumas horas de voo ao desembarcar na cidade ele pega um táxi e vai direto para a casa de Adolph, ele toca diversas vezes a campainha e quando Adolph abre a porta embriagado, tudo que ele faz é dar um soco na cara dele, que cai por cima da mesinha da entrada, Levi entra e bate a porta irritado.
– Puta que pariu Adolph, que merda você está fazendo? – Questiona ele bravo. – Como você faz umas merdas dessa, você quer o quê? Me matar, como eu odeio você!
– Levi, meu amigo, você está aqui. – Diz ele indo abraçá-lo e Levi empurra-o.
– Eu vou matar você por isso. – Levi o arrasta para cima, leva-o até o banheiro do quarto e coloca-o debaixo do chuveiro gelado.
– Levi, está frio, para com isso. – Reclama Adolph.
– Cala a boca Adolph, eu não quero machucar você. – Ele não consegue esconder seu descontentamento. – Estou com tanto ódio, que eu sairei preso daqui, se você não manter a porra da boca fechada.
– Você não deveria tirar a minha roupa para isso? – Questiona Adolph rindo e Levi não deixa de rir.
– Vá se foder e faça isso sozinho. – Diz ele saindo do banheiro e Adolph fica rindo.
– Levi, volta aqui, eu preciso de ajuda. – Grita ele e Levi ignora-o.
Levi enxerga o papel amassado no chão, ele pega-o e começa a ler, ele não consegue deixar de odiar mais ainda Norabel, mas acaba rindo no final quando ela assina como Kaira.
– Você mereceu Adolph, realmente mereceu. – Resmunga ele, Levi desce e vai até à adega e pega um vinho e começa tomar enquanto aguarda Adolph, depois de um tempo ele avista o seu amigo descer apenas de roupão. – Que porra você está fazendo Adolph? Vai colocar uma roupa.
– Eu não quero, vamos facilitar o trabalho do legista e o do agente funerário, porque você vai me matar, não é? – Diz ele baixando o olhar e Levi toma seu vinho num gole só.
– Como você me deixa essas merdas de áudios e depois não me atende? Que tipo de pessoa você é? Você sabe tudo que passei e ainda assim teve coragem de continuar sendo babaca, eu pensei mil coisas até chegar aqui! – Diz Levi servindo-se de mais vinho, Adolph se aproxima e serve para ele também.
– Me desculpa, eu não quis te preocupar, eu surtei e depois eu só queria te pedir perdão pelo que fiz, eu fui muito idiota e está sendo foda lidar com isso, ela está rindo por aí de mim, eu entendo a dor do Chris.
– Adolph vá se ferrar, não fique falando do Chris.
– Você está certo, eu só qui..
– Você não quer nada, não compare essas merdas! – Diz ele interrompendo-o. – Eu te avisei quem ela era e você seguiu sendo idiota. Você não foi meu amigo, quando eu precisei e teve a audácia de fazer um showzinho desses e me trazer de volta para a merda dessa cidade, eu mesmo deveria buscar a minha arma e matar você.
– Pois mate, eu mereço, me fará um favor se fizer isso, porque eu sou um lixo de homem, eu não mereço a tua amizade, eu sei disso, mas você é tudo que eu tenho.
– Vá se foder Adolph, para com essa lamentação, eu estou puto da vida com você, como pode ficar contra mim? Por causa de uma mulher.
– Eu não sei, fiquei cego de amor por ela, eu ainda a amo! É uma merda, porra, eu sou idiota demais. Eu não estou comparando nada Levi, mas ele e eu fomos enganados pela mesmo mulher e não seja injusto, porque você não me ouvia, quando ainda achávamos que era a Kaira.
– Adolph, para de ser burro, eu te avisei, no momento que soube que foi ela. Não me chame de injusto, eu estava me apaixonando pela mulher que eu achava que fez o meu irmão se suicidar, como eu não surtaria com isso? Eu continuei fazendo ela sofrer por isso, para no final descobrir que foi aquela pirralha, vagabunda que fez tudo. Se você me falasse querer perdoá-la, porque estava apaixonado, eu tentaria aceitar, porque eu lidei dia e noite com o sentimento de traição com o meu irmão, por amar a Kaira, mesmo se fosse ela, eu tentaria perdoá-la. Você foi um merda Adolph, eu não sei se consigo te perdoar.
– Apenas beba comigo e depois vamos dormir de conchinha, chorando nossas mágoas. – Diverte-se Adolph, fazendo ele rir.
– Eu odeio você, para com essas idiotices. Não fique de gracinhas achando que vou te perdoar. – Diz Levi sério, eles passam aquela noite bebendo.