Capítulo 68
1389palavras
2023-07-06 23:35
Levi está no seu quarto jogado na cama encarando o teto se perguntando o que está fazendo, ele está dominado pela culpa e não sabe como resolver tudo sem perder ela. Todas as possibilidades terminam com ela não o perdoando por fazê-la sofrer no lugar de outra mulher, outra mulher que ele não faz ideia quem seja, ele começa a pensar que provavelmente alguém se aproveitou de todas as fofocas envolvendo o nome dela, mas quem? Ele pensa primeiramente em Norabel, mas ela é tão ingênua como a Kaira, então ele descarta-a.
– Droga Keller, você também não me ajudou! – Resmunga ele irritado. – Porra Levi, como você foi se apaixonar? – Ele olha o horário e levanta-se para ir para o Hangar, quando ele desce as escadas ele se depara com Kaira. – O que você está fazendo aqui?
– Nossa conversa não acabou, você não vai ficar brincando assim comigo. – Diz ela ignorando a presença de Anabela.
– Terminou, sim, eu não quero conversar agora.
– Então eu vou subir e conversar com o meu marido.
– Vai lá, quero ver se você vai conseguir fazer ele abrir a porta. – Diz ele saindo pela porta, Kaira olha as escadas, mas vai atrás de Levi. Anabela corre para janela com a empregada para observarem os dois.
– Levi, o que você está fazendo? Por que está estranho?
– Kaira, você não entendeu ainda o que está acontecendo? Eu não sei como ficar com você, todas as possibilidades terminam com você me odiando, eu não posso deixar você ir nesse momento, pois eu não consigo, não sei te dizer adeus! – Ela abraça-o.
– Então não diga, fique comigo, vamos subir lá e conversar com ele, falar que estamos apaixonados, ele é teu amigo, ele vai entender. Se você me ama, como disse que ama, faça isso comigo, para de fugir, para de joguinhos, por favor Levi. – Ela esquece tudo à sua volta e beija-o, Anabela leva a mão a boca.
– Eu disse, ela é uma vagabunda, tomara que o Sr. Keller mate ela e demita ele, eles são dois abusados, sem vergonhas! – Diz Anabela para a empregada.
– Kaira, vem comigo para Toulouse, por favor. Você é inteligente, uma semana que você perder de aulas, não fará diferença. Deixe eu mostrar a você o homem que eu sou e quando voltarmos, esclarecemos tudo.
– Levi, eu quero, mas não posso, minha semana é toda de prova, eu não posso perder.
– Então vamos hoje e amanhã você volta. – Ele faz carinho no rosto dela. – Eu faço panquecas para você no café da manhã.
– Com morangos?
– E chantilly e te levo na cama e depois te faço uma massagem!– Ela abraça-o.
– Se você não cumprir, eu mato você. – Levi sorri animado e beija-a, ele abre a porta do carro para ela e entra também.
– Senhora Rose, senhora Rose! – Anabela vai até o quarto dela chamando por ela.
– O que foi Anabela? – Questiona Rose.
– Suba lá e conta para o nosso chefe que o advogado e a esposa dele estavam aos beijos na frente da casa, dois sem vergonha.
– Isso não é da sua conta, Anabela, o Sr. Keller não liga. Para de se meter onde você não foi chamada.
– Como ele não liga? Ele casou com uma vagabunda.
– Você está procurando por problemas, se eu falar isso para o Sr. Keller, você será demitida. Vá fazer o seu trabalho e esqueça a Sra. Keller. – Anabela sai pisando forte e cheia de raiva por Rose não contar ao chefe o que está acontecendo.
Norabel chega na casa da irmã, conforme ela tinha pedido mais cedo para voltar a ficar ali.
– Oi Sra. Hoffmann! – Cumprimenta ela logo que Jade abre a porta para ela.
– Srta. Zimmermann, boa noite.
– Minha irmã está na sala de jantar ou está lá em cima?
– Sua irmã saiu há um tempo.
– Daqui a pouco ela deve voltar, ela sabia que eu estava vindo ficar aqui, eu posso subir e ir para o meu quarto?
– Claro, fique à vontade. – Norabel sobe as escadas e vai para o seu quarto, ela guarda as coisas que comprou e sorri cheirando o perfume igual ao da sua irmã.
Quando chegam em Toulouse no início da madrugada, eles vão direto para a casa de Levi, ele acende a lareira e pega um vinho na adega para eles.
– Eu vou comprar um jantar para nós, algo em especial que você queira comer?
– O que você quiser, me surpreenda com algum prato típico Francês. – Ele sorri e faz um pedido no aplicativo de entregas, ele serve uma taça de vinho e entrega a ela.
– Obrigado por aceitar. – Diz ele sentando-se ao lado dela.
– Levi, você quer conversar? Quer me falar sobre o que te incomoda?
– Kaira, eu só quero aproveitar com você nesse momento, como se nada mais existisse.
– Me conta a sua relação com o Christoph, acho que estou entendendo tudo isso.
– Você acha que estou mal, porque te amo e você está casada com ele, não é?
– Sim, eu acho! – Ele dá um beijo na cabeça dela e aconchega ela em seu abraço.
– Christoph, Adolph e eu nos conhecemos desde a infância, eu não o suportava e quanto mais ele tentava ser meu amigo, mais eu o desprezava. Christoph representava para mim, o retrato da felicidade, ele tinha tudo que eu queria e eu o odiava por isso, eu pensava como aquele menino doente e tão frágil, podia ser tão feliz e eu não? – Kaira sente o peso na voz dele, como se ele estivesse triste. – Adolph sempre me incentiva a ser amigo dele e eu não conseguia, então eu dei a ele o apelido que usam até hoje! Fui eu que comecei a falar na escola que o Chris era a Fera de Lucerna. – Kaira observa-o surpresa. – Eu sei, é horrível! Mas isso não foi o pior, devido à doença dele, ele estava sempre machucado, uma tarde, estávamos brincando na casa de campo, lá tem um lago, um dos lugares preferidos do Chris.
– Meu lugar preferido também. – Diz ela abraçando-o, ele dá um beijo na cabeça dela novamente.
– Eu ainda o odiava e me perguntava todo dia, porque eu tinha que ser amigo dele, então eu xinguei ele de aberração e de Fera. – Ele aperta ela em seu abraço, lembrando-se do passado. – Próximo do rio, tem uma parte mais inclinada do terreno, ele me seguiu até lá com a babá empurrando sua cadeira de rodas, eu estava parado no topo do abismo, ele ficou parado do meu lado, dizendo querer apenas ser meu amigo e eu segui ignorando-o, ele se levantou da cadeira, sua perna sofreu uma fratura com o esforço e ele rolou pelo abismo, ficando paraplégico e cheio de cicatrizes pelo corpo, devido às várias fraturadas que ele sofreu, ele quase morreu naquele dia. – Kaira sente as lágrimas dele acertarem seu rosto e abraça-o forte. – E foi naquele dia que eu me arrependi profundamente por tratá-lo mal, desde pequeno ele sempre foi gentil e amável, o melhor de nós.
– Você era uma criança Levi, com certeza ele te perdoou, senão nem seria o teu amigo até hoje.
– Eu sei que sim, mas não exclui o fato que fui um monstro com ele. E agora es..
– Não continue com isso. – Diz ela interrompendo-o. – Ele vai entender, eu não quero nem saber o motivo por eu ser a escolhida, mas ele não me ama Levi, ele nunca me viu, talvez um dia ele me diga o porquê de tudo isso, mas não se sinta culpado por me amar. Eu estou aqui, porque eu percebi que você mudou, no momento que acreditou em mim, sobre a história do Julian. Eu quero esquecer todos os mal entendidos e todos os momentos ruins e aproveitar esse amor, eu também amo você. – Ele sorri e beija-a.
Falar um pouco da sua vida com ela o deixa um pouco mais tranquilo, ele quer que ela o conheça e entenda todos os motivos que levaram eles até ali.