Capítulo 80
881palavras
2023-05-18 19:57
Ponto de vista da Maria.
Assim que entrei no avião tentei tentei desocupar minha mente, tentei dormir, tentei ouvir música, tentei ler, tentei de tudo, mas nada. Minha cabeça não para de repetir os acontecimentos do dia, não consigo parar de pensar no pedido do Carlos. “Vai atrás dele!”, será que devo ir? A dúvida não me deu paz em um só momento da viagem. Assim que desembarquei no aeroporto procurei pelo tal “amigo” do meu chefe e nada, peguei meu celular e passei uma mensagem pro Josiano.
“ Cheguei aqui, onde encontrar seu amigo?”
Logo em seguida mando uma mensagem para Ana.
“ Cheguei bem, como estão as coisas aí? A Luna está bem? Qualquer coisa me liga. Beijos!!!”
Fui até a lanchonete no aeroporto e pedi um cappuccino, meu celular tocou em sinal de mensagem, era a Ana me respondendo.
“ Estou feliz que tenha chegado bem, vou levar a Luna e a Laila no parque hoje. Não se preocupe com nada! Beijos e aproveita.”
Me sinto mais tranquila em saber que minha filha está aos cuidados da Ana, ela além de ser uma ótima amiga também é uma ótima mãe, ela é carinhosa, cuidadosa e dedicada, e isso me tranquiliza um pouco. Meu celular toca novamente me tirando dos meus pensamentos.
- Oi.
- Maria? Como foi a viagem?
- Bem obrigado! Então, cadê seu amigo? Esse trabalho é grande e não pode ter atrasos. Achei que ele estava mais interessado nisso do que eu. - Falei de forma seca, a falta de compromisso me deixa um pouco irritada, e eu tenho muita coisa pra resolver aqui.
- Vou ligar pra ele e te retorno.
Assim que ele falou eu desliguei, olho o meu relógio e já perdi cerca de 40 minutos aqui esperando ele, a viagem foi bem cansativa eu não posso negar, minha cabeça está doendo, e estou muito sonolenta por não ter conseguido dormir durante a viagem. Cerca de 10 minutos depois o Josiano me liga novamente.
- Maria, consegui falar com ele e ele está te procurando também.
- Ok, em qual local específico? Eu vou tentar achar ele também.
- Ele está na lanchonete.
- Também estou aqui, vou tentar achá- lo.
- Se não conseguir, pode me ligar de volta.
- Ok, só me fala o … Sério que ele desligou – Falei encarando o celular. - Acha que eu tenho uma bola de cristal? - Tentei ligar pra ele novamente porém só estava dando ocupado então desisti e guardei o celular no bolso. A lanchonete não era grande então foi fácil procurar por todo o lugar, eu não fazia a menor ideia também de como acharia ele.
- Droga! O'Que eu to fazendo aqui? - Perguntei baixo e entre dentes pra mim mesma. Depois de andar de um lado pro outro sem parar e não encontrar ninguém resolvi ir embora sozinha. Peguei o celular pra ligar pro josiano, não vou ficar igual uma idiota aqui rodando de um lado pro outro, eu estou cansada, estou faminta e dolorida, por sorte minha mala era de rodinha porque imagina ficar andando feito doida e carregando o peso no braço? Decidi pegar um taxi e pra qualquer lugar, o Josiano disse que não tem hotel disponível, mas no meu bairro costumava ter uma pousada simples que está sempre vazia, quem sabe eu não dou sorte né? Me apresso andando em direção a saída, quando já estou próxima começo a sentir um arrepio percorrer todo o meu corpo, senti um frio no meu estômago, em reação eu paro de uma só vez e sinto alguém batendo com bastante força nas minhas costas.
- Aii – Foi a única coisa que deu pra falar antes de cair com tudo no chão, droga, esse tipo de coisa só acontece comigo né? Deve até ser sacanagem. Me levanto rápido e me sento no chão apoiada com as mãos para trás, meu tornozelo dói demais, olho pra ele e noto que está inchado, droga, ele deve ter torcido, se o Carlos estivesse aqui…. Eu mesma me repreendo. - isso não e hora de pensar nele Maria. - Olho em direção a pessoa idiota que me derrubou já com as ofenças na ponta da língua mas acabo não dizendo nada, fico ali congelada no meu lugar como se eu tivese desaprendido a me mover, olho pra pessoa a minha frente e sinto um aperto no meu peito, é ele, Damian. Não sei descrever o que eu sinto, uma mistura de sentimento, amor, saudade, raiva, paixão, ódio, desejo… não consigo dizer se é um sonho, eu tinha vontade de abraçá-lo e ao mesmo tempo tinha vontade de sair correndo. Eu ficava repetindo na minha cabeça: - É ele! Ele tá aqui! E agora o 'que você vai fazer? - Ele no começo parece não me reconhecer, ele repara em mim como se fosse a primeira vez a me ver, mas, quando os olhos dele encontram com os meus que eu percebi como eu estou totalmente fodida.
- Maria. - Ele falou com tanto sentimento.
- Damian. - Eu falei ao mesmo tempo que ele. Agora aqui sentada no chão do aeroporto olhando pra pessoa que desestruturou toda minha vida eu sinto que talvez não tenha sido uma boa ideia ter voltado.