Capítulo 67
851palavras
2023-05-16 00:03
Ponto de vista do Damian.
Já tem algumas semanas que estou saindo com a Sara, ela é uma mulher incrível, me faz rir, me diverte e me apoia em todas as minhas decisões. Hoje nós vamos ao cinema, tem muito, muito tempo que eu não vou ver nenhum filme, essa é uma das coisas que queria ter feito com a Maria, uma entre tantas outras coisa;
- Droga! Já tô pensando nela de novo! - Me repreendo em voz baixa.

- Pensando em quem filho? - Me viro e vejo meu pai encostado no batente da porta, eu não tinha visto ele chegar. - Na Maria de novo?
- Como sempre! É um inferno pai, eu não consigo parar de pensar nela. - As vezes eu ficava irritado comigo mesmo por pensar nela. - As vezes eu me sinto amargo, porque ela me abandonou, ela me deixou, foi embora sem nem dar tchau! E eu? Fico aqui feito um idiota tentando achar um motivo, um único motivo pra ela ter partido. Eu fico aqui feito um idiota pensando nela! Eu seria capaz de qualquer coisa por ela pai! Eu seria! Mas ela, bom ela me abandonou e agora eu to aqui pensando nela ao invés de seguir minha vida, ao invés de tentar seguir em frente. Droga!
- Ei, calma Dan! Isso é normal, ela foi embora sem te dar uma satisfação do porque de ir, essa raiva toda que você tá sentindo é normal, eu me senti assim, lá atrás, eu também me senti assim, e isso é normal. - Meu pai veio até mim e colocou a mão no meu ombro – Você sente falta dela ou só está com raiva? - Ele me olhou de um jeito compreensivo e paciente.
- Eu? Eu não tinha pensado desse jeito, nossa. Eu acho que sinto falta dela.
- Eu acho? Dan, talvez pra você ter certeza você precisa perdoá-la por ter ido. - Não! Eu não me sinto pronto pra perdoar ela, ainda não.
- Vou pensar sobre isso pai, mas, pai eu sinto falta dela e muita, a raiva faz a falta dela doer ainda mais é verdade, mas sim, eu sinto falta dela, eu ainda amo ela, e não sei se um dia vou ser capaz de perdoar ou esquecer ela.

- Tudo bem Dan, tudo no seu tempo! - Ele apertou meu ombro antes de soltar e ir em direção a porta, antes de sair do meu quarto ele parou e me olhou por cima do ombro. - Só não quero que você se magoe mais, ou acabe machucando essa moça com quem você tem saído, você está dando esperanças a ela, mesmo ela sabendo que você ainda ama a Maria ela cria cada vez mais esperanças de que você a ame pelo menos um pouco. - Dito isso ele saiu e fechou a porta atrás de si, uma raiva gigante cresceu dentro de mim por saber que meu pai estava certo, comecei a andar de um lado pro outro no meu quarto, até parar em frente ao meu criado mudo onde tinha um porta-retratos com a foto polaroide da Maria, peguei o porta-retratos e passei o dedo sobre o rosto da Maria.
- Porque você me abandonou? Porque? - Lágrimas estavam queimando meus olhos. A raiva crescia cada vez mais dentro de mim. Joguei o porta-retratos e ele se estilhaçou assim que encontrou a parede. - EU SERIA CAPAZ DE QUALQUER COISA POR VOCÊ! - Eu já estava gritando, fui até meu criado e com um movimento joguei tudo que tinha em cima no chão, tudo se quebrou, me agachei no chão abraçando minhas próprias pernas, enquanto eu tentava controlar minha respiração as lágrimas caiam. Não sei como explicar, mas eu não consigo acreditar que tudo acabou! Não posso acreditar que ela não me ama mais, eu não consigo seguir em frente não só porque eu ainda a amo, mas também porque eu também acredito que ela também me ame, eu me agarro a essa esperança. A esperança de que ela vai voltar, vai dizer que tudo foi um engano, um mal entendido, mas que nunca deixou de me amar durante todo esse tempo. Pego meu celular e mando uma mensagem pra Sara.
“Tive um imprevisto, vamos ter que deixar o cinema pra outro dia, desculpa! Te ligo mais tarde, até mais!!”
Hoje eu não quero sair, só hoje eu não quero fingir que eu "estou bem". Depois de algum tempo sentado no chão olhando minhas coisas espalhadas pelo chão resolvo me levantar e tomar um banho bem longo. Quando saio do banheiro vesti uma bermuda leve e uma camiseta, abro meu guarda roupas e pego minha última garrafa de whisky e um copo.

- Eu seria capaz de tudo por você Maria! Eu sou capaz de fazer qualquer coisa pra te ter de volta! - Sirvo uma dose generosa e viro de uma só vez, vou até o porta-retratos que está estilhaçado no chão e tirei a foto dela dos cacos de vidro. - Eu faço qualquer coisa pra te ter de volta minha menina!