Capítulo 50
1692palavras
2023-05-13 19:41
Ponto de vista da Maria.
Eu e a Ana estamos na sala de espera da clínica onde ela vai fazer o exame, ela está passando a mão na barriga de uma forma tão carinhosa e gentil que eu não consigo parar de olhar pra ela, o'que o Mateus fez com ela foi a maior babaquice mas minha amiga se mostrou forte, ela encarou a gravidez sozinha, sem falar que ela também teve que lidar com o abandono e traição da pessoa que ela amava, eu não sei se conseguiria no lugar dela, eu me acho muito fraca. Depois de uns cinco minutos o nome dela é chamado.
- Você vem comigo, né?

A Ana estava um pouco nervosa, ela estava acompanhando toda a gravidez dela com uma ginecologista mas ela precisou mudar de cidade e passou todos os pacientes dela para o substituto dela na clínica, inclusive a Ana.
- Claro que eu vou, eu sou a madrinha esqueceu? Depois vou te levar em um restaurante que eu conheço, a comida lá é uma delícia.
Ela me deu um sorriso de agradecimento, uma enfermeira nos acompanhou até a sala de ultrassom, deu uma camisola para Ana vestir e depois a preparou pra pra ultra. Minha cabeça estava doendo um pouco e eu estava com uma fome gigantesca, alias ultimamente eu sempre estou com fome.
- Olá, bom dia! Senhora Ana de Paula?
O médico entra na sala olhando pra prancheta que com certeza tem os dados do acompanhamento da Ana, ela ainda não olhou diretamente pra nós mais dava pra ver que ele era muito, mas muito bonito, o cabelo dele era preto, mesmo com o jaleco dava pra ver que ele tinha o corpo forte e definido, ele deve ter no minimo 1,80 de altura, eu estava analisando ele quando ele levantou os olhos e me pegou o encarando, os olhos dele eram azul ciano e o olhar dele sustentou o meu por alguns instantes, eu confesso que não conseguia me desprender dos olhos dele até que de repente outros olhos me vieram à mente, Damian. Eu desviei do olhar dele rapidamente, e olhei pra Ana que me olhava com uma cara de questionamento, ela notou que eu fiquei um pouco sem reação então ela tomou a frente da conversa.
- Olá, bom dia! Eu sou a Ana, prazer! Então agora é o senhor que vai acompanhar minha gravidez Dr ?

- Perdão, não me apresentei de forma certa - Ele pegou a mão da Ana em um comprimento, e depois a minha. Eu notei que ele demorou mais tempo pra soltar minha mão do que a da Ana. - Sou o Dr Carlos Stanziola.
Ele ainda me encarava quando a Ana espirrou pra chamar a atenção dele, ele balançou a cabeça como se estivesse acordando e voltou a atenção pra ela.
- Então Ana, tá preparada pra saber o sexo do bebe? Tem algum palpite?
- Eu to muito ansiosa, eu acho que vai ser uma menininha, mas eu vou ficar feliz não importa oque seja!

Eu já podia ver a Ana brincando de bonecas com a filha dela, arrumando o cabelo e a vestindo como se fosse uma boneca, o dr passou um gel na barriga dela e logo depois passou aquela espécie de câmera na barriga dela, automaticamente começamos a ouvir os batimentos do bebe e eu não aguentei e comecei chorar, essa com certeza é a coisa mais fofa que já ouvi.
- Parabéns Ana, você estava certa, é uma menininha!
O dr Carlos falou, a Ana estava sorrindo e chorando ao mesmo tempo, a alegria era visível nela, eu estava muito emocionada a observando quando de repente me senti um pouco mal, minha cabeça começou a girar e eu não estava conseguindo enxergar direito, tentei me apoiar na cama onde a Ana estava deitada mas não consegui, eu caí no chão e não me lembro de mais nada.
Do ponto de vista do Dr Carlos.
Estou morando nessa cidade a anos e esse foi o pior emprego que eu consegui, paga muito pouco e o movimento de pessoas a ser atendidas é enorme, eu amo minha profissão e pra ser sincero eu não me importo muito com questões financeiras o meu maior problema nessa clínica onde arrumei esse emprego é a quantidade de pessoas vazias que tem aqui, não só na clínica como também nessa cidade, eu tenho trinta anos e sou considerado um cara bonito, já tive muitas namoradas mas até hoje não achei ninguém que realmente despertasse algo de verdade em mim, sai dos meus pensamentos quando a enfermeira me chamou pra avisar que minha próxima paciente já estava pronta, peguei a ficha médica dela e estava indo pra sala quando meu telefone celular tocou, eu parei pra atender.
- Alô? É o Dr Carlos Stanziola?
- Sim, quem fala?
- O senhor recentemente enviou o seu curriculum médico pro hospital central, e estou entrando em contato pra ver se ainda tem interesse pela vaga?
Esse hospital é o melhor de Nova York, tem meses que to tentando entrar na equipe médica de lá e finalmente agora eu tive um retorno.
- Claro, tenho sim!
- Ótimo, vou encaminhar tudo ao seu e-mail, o Sr começa no próximo mês se aceitar a proposta que eu o encaminhei, tudo bem?
- Perfeito pra mim. Muito obrigado.
- Obrigado e tenha um bom dia!
Graças a Deus vou sair dessa cidade, eu moro aqui desde que nasci, perdi minha mãe quando eu nasci, meu pai eu nunca nem soube sequer o nome, foi criado pela minha avó materna que infelizmente faleceu no ano passado me deixando sozinho aqui, não tenho mais ninguém, saio dos meus pensamentos e entro na sala que minha paciente está.
- Olá, bom dia! Senhora Ana de paula? - Eu já estou meio que no modo automático, ainda é de manhã mas já me sinto cansado, minha vontade é de ir pra casa pra responder meu e-mail e sair logo dessa cidade, estou olhando pra prancheta quando noto que ninguém me respondeu então decidi olhar quem está na sala, quando levanto os olhos eu vejo um par de olhos pretos me observando, eu a encarei de volta, a pessoa a minha frente era linda, meu corpo reagiu de forma estranha ao olhar dela, não sei explicar muito bem mas era diferente de tudo que eu sentia, poderia ficar olhando ela o dia todo mas ela desviou os olhos.
- Olá, bom dia! Eu sou a Ana, prazer! Então agora é o senhor que vai acompanhar minha gravidez Dr ?
- Perdão não me apresentei de forma certa. - Apertei a mão da Ana minha paciente e depois da mulher que estava evitando me olhar, a mão dela era macia e eu senti um pequeno choque quando encostei nela. - Sou o Dr Carlos Stanziola.
Minha paciente espirra me tirando do transe, foi quando eu notei que ainda estava segurando a mão dela, a soltei e voltei minha atenção para paciente.
- Então Ana, tá preparada pra saber o sexo do bebe? Tem algum palpite?
- Eu to muito ansiosa, eu acho que vai ser uma menininha, mas eu vou ficar feliz não importa oque seja!
Comecei a fazer o exame na Ana, ouvimos o batimento cardíaco e a intuição dela acertou, era mesmo uma menina, pude ver que ela estava emocionada, e pelo canto do olho pude ver que a amiga também estava emocionada, até que de repente eu vi que ela estava um pouco tonta, não deu tempo de fazer nada, foi muito rápido e quando tentei reagir ela já estava no chão.
- Maria! - A Ana levantou apressada ainda com a camisola do hospital e se agachou perto da amiga.
- Ela está se alimentando direito? Tem algum problema de saúde? - Eu perguntei já pegando a moça nos braços.
- Não, nenhum problema de saúde, e sim, ela tem se alimentado bem, bem até de mais.
- Vai trocar de roupa, eu vou levar ela pro atendimento.
- Tá, já te encontro lá.
A levei até o atendimento, coloquei ela em uma maca e pedi a uma enfermeira para colocá-la no soro e tirar sangue pra fazer um exame, peguei um algodão com álcool e passei por baixo do nariz dela, ela aos poucos foi recobrando a consciência.
- O ooque aconnteceu? - Ela perguntou,ela ainda estava um pouco tonta, ela estava com a mão na cabeça como se estivesse muito confusa ela tentou se levantar da maca.
- Ei, calminha ai, você acabou de acordar, espera um pouco pra levantar. - Eu a segurei pelo braço a direcionando a ficar deitada.
- Cadê a Ana ?!
- Calma, ela tá vindo! Consegue se sentar com ajuda? Quero medir sua pressão!
Ela balançou a cabeça que sim, eu a apoiei e ela se sentou, quando ela segurou meu braço eu pude ver uma aliança de compromisso enorme no dedo dela. Depois que ela se sentou eu medi a pressão dela e vi que estava um pouco baixa.
- Sua pressão está baixa, mas você tá bem, tem alguém que você queira ligar? - Ela pensou um pouco, como se estivesse tentando lembrar.
- Meu pai e minha mãe, cadê meu celular?
- Deve estar com a An…
Antes de eu terminar de falar a Ana entrou chorando, chorando muito, ela estava com um celular na mão que suponho ser da amiga dela, ela estava desesperada, a amiga dela tentou se levantar pra ir até a Ana, mas antes ela se desequilibrou e ia cair no chão mas ela se segurou no meu braço, eu passei o braço pela cintura dela e a segurei forte, nos olhamos e então voltamos a atenção a Ana que estava soluçando de tanto chorar.
- Ana, o que aconteceu? Você está bem? - Eu estava confuso, acabei de fazer um exame nela e sei que ela estava bem. Ela fez um sinal de sim com a cabeça e então voltou seus olhos pra amiga dela.
- Maria, eu eu eu sinto muito… Maria, você precisa ser forte, amiga eu sinto muito muito mesmo!!