Capítulo 44
1257palavras
2023-07-17 10:06
Kendrick POV
Demorei para conseguir me levantar, meu corpo não que me obedecer, meu peito está pesado, meu coração parece que vai explodir. Night está uivando em minha mente e isso faz minha cabeça girar e perco o equilíbrio de vez em sempre, enquanto tento andar.
Eu me arrasto, sabendo a direção do prédio principal, mas tenho que parar várias vezes e me encostar em uma árvore, porque essa dor não passa, é constante.
As palavras de Dylan estão gravadas em minha mente e simplesmente não consigo acreditar que aquela mulher sentiu as mesmas coisas que eu estou sentindo. Com certeza deve ter sido bem menor, já que eu estou enfraquecido.
Eu sei que a floresta é bem protegida e sinto que estou sendo observado, mas ninguém vai vir me ajudar, não quando Dylan anunciou que estou sendo castigado pelos Deuses. Não é como se a matilha fosse extremamente devota, mas todos vão respeitar o novo Alpha.
Dei uma risada amarga, o que eu esperava em trazer um Alpha como meu Beta? Óbvio que em algum momento ele ia tentar algo do tipo e só achou a brecha certa.
Percebo que a dor começa a diminuir e Night para de reclamar, o que me faz respirar melhor, olhei para cima, vendo as estrelas e o céu enegrecido… Eu costumava adorar a noite, mas há muito tempo eu me ressinto dela.
Minha Mãe poderia ter protegido melhor Hope…
‘Mãe…’ Pensei e soltei um som de escárnio.
Nyx é uma ancestral, tão forte quanto os Titãs e ainda assim Ela não foi capaz de proteger a pessoa que escolheu…
Enquanto estou andando, me arrastando, percebo onde meus pés me trouxeram… Ao cemitério e quero dar as costas a esse lugar, já que não tem nenhum resto da mulher que eu mais amei…
A lápide de Hope está vazia, pois nunca encontramos um corpo e jamais vamos fazê-lo. A dor em meu coração aumentou, mesmo depois de dois anos, eu não consigo deixar de sentir essa dor avassaladora.
Não consigo deixar de culpar Erick, afinal, se ele não tivesse liberado Hope de seu juramento, ela não ia conseguir se jogar contra Melvin, não ia conseguir usar sua habilidade das sombras…
Meus pés me levam até a lápide dela, onde várias rosas estão colocadas, de várias cores, algo que ela tinha pedido. Lestat tinha lembrado de uma música humana chamada “If I Die Young”, pelas palavras de Hope, ela conhecia essa música.
Eu praticamente bani de escutarem essa música perto de mim, pois eu sempre lembro da carta que ela deixou… Uma carta que Sckhar havia eternizado e que estava guardado na biblioteca da matilha.
Não houve discussão sobre onde seria seu enterro, onde eles viriam para se despedir, para chorar… Afinal de contas a matilha SIlverRage era a casa de Hope…
Coloquei a mão sobre a lápide curva, com o nome dela e embaixo sua frase final: “Uma Delta que ousou desafiar os Deuses”. As lágrimas escorrem pelo meu rosto e cai de joelhos, encostando a cabeça na lápide.
Como eu posso seguir em frente? O que me dá o direito de escolher outra pessoa? Que direito os Deuses têm de me mandarem uma Destinada?
Rachel é a pessoa que sabe o quanto doi seguir em frente, incontáveis noites e dias que ela me consolou, que ela estava lá por mim. Ela sempre me falou que era isso que Hope ia querer, que eu virasse um verdadeiro Alpha para a matilha, que defendesse sua casa… Isso é a única coisa que me faz levantar todos os dias e continuar.
Mesmo agora que perdi meu posto, a única coisa que me faz seguir em frente é saber que se não o fizer estarei desperdiçando o sacrifício que Hope fez. Só que não posso tolerar que tentem substituí-la, que tentem me forçar a isso… Rachel jamais tentou, Rachel sempre deixou claro que só queria me ajudar.
Eu não amo Rachel, mas aprendi a conviver com ela, aprendi a seguir junto com ela e ela nunca tentou ser melhor que Hope, nunca tentou substituí-la e isso para mim foi o que me atraiu ainda mais.
Desde o castelo, quando Hope voltou, Rachel foi a primeira a me incentivar a ir atrás da mulher que amo… Rachel quem me ajudou a ver que eu tinha uma chance, que Hope podia me escolher.
O que eu devo fazer? Simplesmente aceitar quando uma estranha chega na matilha e os Deuses me obrigam a ter uma Destinada… Alguém que eu jamais procurei, alguém que eu jamais busquei ou desejei.
Meu erro foi não tê-la rejeitado logo de cara, por mais que isso me causasse problemas junto a matilha, já que tem muitos que preferem que eu fique com minha destinada… Como eu ia saber que o elo dela seria diferente?
Afinal nunca escutei nada parecido, na matilha temos diversos casos que pessoas ficando com mais de uma pessoa, mesmo sendo Destinados… Hope vivia fazendo isso…
‘Não é diferente… É só os Deuses querendo nos obrigar a aceitar alguém que não queremos.’
Night falou e concordo com ele. Afinal de contas, isso nunca foi ensinado, ninguém sabia que algo assim poderia existir… Então como podem me culpar por só assumir que tudo estava normal?
Quando eu marcasse Rachel, o elo do Destino ia desaparecer. Era uma equação simples…
Respirei fundo, tentando fazer as lágrimas pararem de escorrer.
‘Aposto que eles estão fazendo a mesma coisa que fizeram com Hope… Para nos obrigar a marcar aquela garota.’
‘Concordo.’ Falei.
Finalmente posso sentir a dor diminuir e sinto uma nova determinação tomar conta de mim.
‘Então vamos rejeitá-la, o mais rápido possível.’
‘Estamos fracos, se fizer isso… Eu posso desaparecer.’ Night lembrou.
‘Você quer continuar ligado?’
‘Não! Prefiro arriscar!’
Concordei em silêncio com ele e me ergui, me apoiando sobre a lápide e então sinto minha mão ser cortada, eu tinha segurado em uma das videiras, o espinhos penetraram na carne a ponto de tirar sangue e vejo ele ser absolvido pela rosa e no instante seguinte sou jogado para trás.
Eu não consigo levantar, mas ergo a cabeça e começo a ver que a partir de onde eu tinha segurado as videiras e rosas começam a morrer, se deteriorando, onde as pétalas caem no chão sem vida. Com dificuldade consigo me ajoelhar e foi o tempo suficiente para ver que todas as rosas que cobriam o túmulo de Hope morrem.
Ainda estão ali, mas todas mortas, os caules estão enegrecidos e assim que me aproximo para pegar um escuto o galho quebrar e a rosa vira poeira.
Eu tinha feito isso… Eu sei, não são meus instintos… Algo em meu sangue fez isso… Eu estou tão amaldiçoado assim que seria capaz de destruir as Rosas Divinas de Lestat?
Ele plantou essas Rosas, falando que suas sementes vem de seu jardim pessoal… Ele não sabe de qual Deus aquelas flores pertencem, mas elas não morriam, não desabrocharam e não era possível prever as cores das pétalas.
Sinto o ar a minha volta mudar e se tornar mais pesado e viro o rosto, vendo Lestat parado ao meu lado. Sua expressão é de horror e dor, ele então vira para mim.
“O que você fez?” A voz dele é pesada e sinto sua raiva.
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