Capítulo 120
1916palavras
2023-11-12 22:31
Ela se revirou na cama por um tempo, e não conseguia mais dormir, então sentou-se e acendeu um cigarro.
Depois de fumar dois cigarros, o céu começou a ficar claro. Primeiro, havia uma cor azul vibrante.
Então a cor desbotou e saiu uma cor branca. Um feixe de luz pode ser visto nas nuvens.
Ela acreditava que o tempo ia estar bom e, com certeza, quando parou o carro na porta da clínica, viu o sol aparecendo, lançando alguns raios de luz sobre o musgo dos degraus.
Eram quase oito horas e não havia ninguém atrás do balcão de informações.
Iara só pôde entrar lembrando-se de sua última visita. Ela teve que passar por um corredor feito de tijolos velhos, com manchas de musgo nas fendas.
As paredes foram escavadas com pequenos quadrados aleatórios, cada um com um vaso de plantas verdes. Todos eles tinham formas e cores diferentes, mas todos cresciam bem.
Com bastante tempo, ela ligou para Eva e disse a ela que Gabbe pediu que ela entregasse o convite a ela.
O fato de Gabbe poder entregar o convite a Iara significava que o relacionamento entre o casal já havia melhorado, e isso deixou Eva satisfeita e até disse muitas palavras de incentivo ao telefone.
Iara não estava tão feliz quanto Eva.
Ela conhecia Gabbe há mais tempo do que Eva e o conhecia melhor, e acreditava que o motivo pelo qual Gabbe pediu que ela enviasse o convite para Eva era apenas para provar que não havia nenhum caso entre ele e Eva.
Ele queria dizer a ela que se ela quisesse perguntar a Eva sobre alguma coisa, ela poderia fazer isso diretamente, mas parar de fazer qualquer coisa embaraçosa.
Falando sobre o relacionamento entre Eva e Gabbe, Iara estava realmente em um dilema. Todos esses anos, os rumores sobre Eva e Gabbe nunca terminaram,e até contratou detetives particulares e os seguiu pessoalmente. Não parecia certo dizer que eles não sentiam nada um pelo outro.
Mas eles mantinham-se amigos o tempo todo. Ela gastou uma grande soma de dinheiro com esse espião. Para preencher o enorme défice, ela só poderia poupar para a sua vida.
Ela também jurou não cuidar mais de Eva. Mas assim que ela ouvisse qualquer notícia sobre eles, ela ficaria sensível e seu coração imediatamente viraria de cabeça para baixo. Ela finalmente soube que contraiu uma doença.
Ela respirou fundo e seu olhar mais uma vez caiu sobre o cenário único daqui.
Ela também ficou curiosa quando veio aqui pela primeira vez. Isto não era o que ela esperava que fosse uma clínica psicológica, pelo menos ela não tinha visto nenhuma outra clínica que tivesse tantos tipos diferentes de plantas.
Depois de caminhar um pouco pelo corredor, ela dobrou uma esquina e parou na porta do consultório.
Ela bateu na porta e logo ouviu uma resposta.
—Entre! —Ela ouviu a voz de um homem, baixa e magnética.
Ela empurrou a porta e examinou a sala. A sala de consulta estava vazia.
A sala de tratamento ficava lá dentro, como uma suíte, com a porta entreaberta. Ela entrou, empurrou a porta e estava em uma sala voltada para o sul, com grandes janelas no chão e uma pequena bacia de plantas verdes no parapeito da janela transbordando de luz solar.
No canto, em frente a uma prateleira de madeira, estava um homem, meio curvado sobre um incenso quase queimado de um incensário.
—Doutor Ramos! —O homem se virou, segurando uma tesoura na mão. O sol brilhava pela janela, ele estava ali parado nas sombras.
—Olha Você aqui! —Sua voz ainda estava calma quando ele disse:. —Sente-se, por favor. Irei até lá quando terminar. —Então ele se virou novamente e cortou os incensos quase queimados. Quando ele estava fazendo isso, ele continuou agarrando o centro das sobrancelhas com uma expressão facial séria. Por fim, ele limpou todas as cinzas do incenso que haviam caído para o lado com uma pequena escova e cobriu o incensário com a tampa. Então, ele se virou, sorriu para Iara e disse. —Desculpe por ter esperado!
Só neste momento, aí veio a foto. Iara olhou para ele. Seus traços faciais eram suaves com um par de óculos; ele usava um suéter claro de cor tinta. Ele era alto e magro e, pela aparência, ainda era muito jovem, mas por que exalava uma sensação de velhice?
—Não, cheguei mais cedo. —Respondeu Iara.
O doutor Ramos deixou a tesoura de lado e enxugou as mãos.
—Vamos lá fora e bater um papo.
Iara estava atordoado. Ela ouviu pela primeira vez o chilrear dos pássaros do lado de fora da janela, seguido pela respiração dela. Ela sentiu uma leve fragrância pairando ao seu redor.
Quando ela abriu os olhos, o quarto estava escuro, pois as cortinas estavam fechadas.
Sério, como ela adormeceu? Iara levantou-se imediatamente; não havia ninguém na sala. Apenas o incensário na prateleira de madeira emitia fumaça branca.
Ela arrumou o cabelo e saiu, e doutor Ramos estava parado em frente ao arquivo, com a testa ainda franzida, parecia estar olhando para algo importante.
—Doutor!
—Você acordou! —O doutor se virou.
—Desculpe, acabei de adormecer. —Iara olhou para um relógio na parede. A agulha apontava para meio-dia, o que significava que ela havia dormido pelo menos três horas.
O doutor sorriu.
—Isso é normal. Você não é o primeiro que adormece aqui. —Iara não sabia o que dizer, e envergonhada, ela passou a mão pelos cabelos.
—Como você se sente? —O doutor Ramos se aproximou e perguntou.
—Nada mal!
Esta era a verdade. Iara não conseguiu dormir a maior parte da noite; as poucas horas de sono foram repletas de pesadelos. Mas agora mesmo ela sentiu que havia dormido profundamente, sem nenhum sonho.
Isso foi inacreditável.
—O fato de você poder dormir significa que sua condição não é tão ruim assim. Você precisa ajustar seu humor e tomar menos remédios para dormir; caso contrário, você ficará dependente do remédio. —O doutor acenou com a cabeça.
—Tudo bem. —Iara saiu para pagar a taxa desta consulta e cura.
Passando pelo corredor, ela viu novamente o musgo exuberante e as plantas verdes. As folhas estavam manchadas com água, alguém deve ter vindo regá-los.
Essa cena inexplicavelmente a fez se sentir muito à vontade. Esse tipo de paz de espírito vigorosa esteve ausente por muitos anos.
—Doutor… —Ela voltou por onde veio, e já havia um paciente na sala. Vendo Iara parado na porta, o Dr. Ramos perguntou.
—Senhorita Velares, há mais alguma coisa?
—Vou para Londres esta noite e ficarei lá por cerca de uma semana. Você tem tempo depois disso?
O doutor sorriu gentilmente.
—Claro. Você pode marcar uma consulta com minha assistente. Ela irá ajudá-la. —Iara acenou com a cabeça e sorriu para ele sem motivo.
—Tudo bem, vejo você em uma semana então!
Ao ouvir sua voz, a paciente se virou para olhar para ela e rapidamente se virou sem interromper a conversa com o Dr. Ramos.
Quando Iara estava prestes a sair, o paciente perguntou ao Dr. Ramos.
—Aquela senhorita se chamava Iara Solares?
—Sra. White, você a conhece? —O Doutor perguntou.
—Ela é a esposa do presidente Gabbe da Aliança Dourada. Já a vi em alguns lugares públicos antes, mas não esperava que ela fosse sua paciente também. —Madame White olhou novamente para a porta.
Iara ouviu a conversa deles, e seu corpo pareceu fazer uma pequena pausa, mas ela não parou nem se virou.
Madame White parecia ser um rosto familiar, ela deve tê-la visto antes, mas Iara não conseguia lembrar onde.
Ela não pensou deliberadamente sobre isso. No passado, ela costumava acompanhar Gabbe em banquetes chatos, então não era estranho que ela pudesse tê-la conhecido antes.
Ela ficou parada na porta por um momento, olhando para cima. O sol do meio-dia brilhava, os pássaros cantavam em seus ouvidos e o musgo estava espalhado por todas as paredes e fendas, e atrás dela as paredes estavam cobertas de vinhas verdes, que pareciam ainda mais vivas e esperançosas à luz do sol.
Esta foi a primeira vez em quase dois anos que ela teve a sensação de querer ver o sol de amanhã.
Ela não pôde deixar de respirar fundo, sentindo-se extremamente confortável.
Ela pegou o telefone e ligou para Eva, marcou um local de encontro e foi diretamente para lá.
Como Iara ligou para Eva esta manhã, Eva sempre esperava receber mensagens de Iara. Não havia muitas coisas para fazer hoje. Ela só discutiu com Oliver sobre vários contratos.
Oliver percebeu que Eva estava olhando para seu telefone, então perguntou.
—Um encontro?
—De fato. A Sra. Solares disse que vai viajar para relaxar e gostaria de fazer uma refeição comigo antes de partir. —Claro, Eva não poderia dizer que Iara veio entregar a carta-convite para ela.
Gabbe não planejou convidá-la, se ele soubesse que ela mesma aceitaria o convite, Gabbe ficaria com tanta raiva que vomitaria sangue.
Sra. Gabbe foi realmente interessante, ela secretamente vigiava Eva, mas agora queria convidá-la para sair.
Oliver realmente suspeitava que ela tivesse algum tipo de transtorno de personalidade. Quando ele estava prestes a dizer algo para Eva, o telefone dela tocou e Oliver engoliu as palavras que estavam prestes a sair de sua boca.
Eva pensou que fosse Iara.
Ela olhou para baixo e viu que era Ryan ligando.
Ela atendeu bem na frente de Oliver.
—Ryan?
—Eva, meu pai quer conhecer você! —Ryan disse, e Eva não conseguiu reagir a tempo.
—Ah? —Ryan repetiu uma vez. —Eh? —Eva então reagiu e perguntou. —Como ele está?
—O médico disse que ele terá que fazer uma segunda operação. Por enquanto, sua vida está fora de perigo. —Ryan explicou aproximadamente a situação de seu pai.
—Eu estava prestes a visitar seu pai, mas estive um pouco ocupada esses dois dias, então me atrasei. Irei vê-lo mais tarde. —Eva teve uma boa impressão do pai de Ryan.
Além disso, o fato de ele estar ferido tinha algo a ver com Eva.
—Eu sei que você está ocupada e já expliquei isso ao meu pai. No entanto, ele é um paciente agora, então não tenho escolha a não ser tolerá-lo e incomodá-la. —Ryan disse educadamente.
—De jeito nenhum. Eu deveria ir visitá-lo. —Depois de conversar um pouco sobre a condição de Ryan, Eva desligou o telefone.
—O pai de Ryan quer ver você? —Oliver perguntou, e Eva riu, acenou com a cabeça e disse.
—Sim. —Não diga que não te lembrei. Sinto que Ryan não é um cara simples para você. Oliver sentiu que era necessário lembrar Eva.
Oliver tinha uma aversão instintiva e um desdém profundamente enraizado por Ryan.
—Ele está prestes a se casar. Você está pensando demais. —Eva abriu a porta e saiu do escritório de Oliver.
Depois do trabalho, Eva comprou alguns produtos nutricionais e foi para o hospital, e talvez tenha sido por causa da cirurgia,o homem parecia pálido.
Mas depois que ele viu Eva, um sorriso apareceu em seu rosto.
—Eva, que bom ver você.
—Sr. Larastes! —Eva passou o presente que trouxe para Ryan, que estava parado ao lado, e caminhou até a cama.
—Contanto que você consiga compensar seu relacionamento, meu sofrimento valerá a pena. —O pai de Ryan estava obviamente muito animado e continuou conversando sem parar. —Eva, você não sabe, quando Ryan contou a mim e a sua mãe sobre seu relacionamento, nós dois ficamos tão entusiasmados que não dormimos por uma noite inteira. Eu sei que Ryan decepcionou você. Ryan, venha e peça desculpas e peça perdão a Eva.