Capítulo 36
1321palavras
2023-06-08 15:14
Quando Abby estava quase terminando de vomitar, Eva entrou no restaurante e pediu ao garçom um copo d'água, em seguida, Abby lavou a boca e bebeu alguns goles de água antes de se sentir um pouco melhor.
James a carregou, e Eva ficou ao lado e observou enquanto ele a arrastava para o cruzamento. Talvez fosse porque o luar estava muito claro à noite, ela podia até ver claramente o peito exposto de Abby devido ao botão faltando.
Um carro estava estacionado no cruzamento oposto do restaurante. O Audi meio usado era o carro de James, ele pediu a Abby a chave para abrir a porta do carro, e Eva deu um passo à frente, querendo apoiar Abby, mas ela já havia subido no carro sozinha.
Quando ela estava prestes a fechar a porta do carro para ela, o telefone tocou. Era Oliver Murray.
—Você terminou o jantar? Deixe Elijah te trazer de volta, eu pedi para a Laila te esperar.— O humor de Oliver não era ruim, suas palavras cheias de gentileza.
—Não se preocupe, eu vou para casa sozinha.— Eva inconscientemente olhou para Abby, que estava curvada no assento e recusou as boas intenções de Oliver.
—Você ainda está ferida, e é sempre bom ter alguém para cuidar de você…
—Eu realmente não preciso incomodar Laila, mas não se preocupe comigo! —Eva terminou de falar e desligou o telefone, então percebeu que Abby havia saído do carro novamente.
—Abby, onde você está indo?— Eva apoiou Abby, que estava tropeçando.
—Acho que vou pegar um táxi de volta.— Abby sacudiu fortemente a mão de Eva e continuou a cambalear para frente, seus olhos ficaram vermelhos e ela quase chorou.
Sem falar no fato de que Abby ainda estava lúcida, mesmo que estivesse inconsciente, ela ainda podia discernir a voz de Oliver Murray.
Que doce! Eu os perturbei?
—Abby!— Eva deu mais passos à frente, ela realmente não sabia por que ficou brava.
—Chega! Eu disse que voltaria sozinho, não me siga!— De repente, ela virou a cabeça e gritou para Eva, que ficou assustada. Ela ficou lá, com os olhos cheios de dúvidas.
Ela estava perdida, pois não sabia por que a havia ofendido.
—Eva, você conhece o tipo de pessoa que eu mais odeio em toda a minha vida? Pessoas como você, que finge ser uma boa pessoa!—Ela parou um táxi que passou e entrou no carro. Logo, o carro desapareceu no trânsito noturno.
Eva ficou atordoada por alguns segundos, depois que ela recuperou seus sentidos.
—Eva, Abby não está de bom humor, então não se preocupe com isso.— James também ficou chocado com a expressão no rosto de Abby. Honestamente falando, ele nunca tinha visto Abby perder tanto o controle de si mesma antes, e Eva podia entender os sentimentos de Abby, ela também sofria de cansaço.
Principalmente para secretárias como elas, era uma profissão ingrata, elas tinham que enfrentar os clientes, atender seus chefes, bem como a família e os amigos deles, e a qualquer momento, eles podiam levar um tapa na cara.
Mesmo que levassem um tapa na cara, eles ainda sorriam e perguntavam à outra parte se suas mãos estavam doendo.
Mas não importa o quão exaustivo fosse, Eva nunca pensou em vacilar. Ela sempre acreditou que seu trabalho árduo não seria em vão e acabaria compensando, e naquela época, quando ela escolheu ficar, Eva já havia feito preparativos suficientes.
Como ela mesma havia escolhido o caminho, não havia do que reclamar.
—Estou bem, vamos!— Eva exalou um longo suspiro e, quando ergueu a cabeça, viu uma lua brilhante e clara. Abby desceu do táxi na entrada de sua residência e ficou encostada na parede por um tempo.
A brisa da noite estava muito fria, e depois de ser soprada pelo vento, ela sentiu seu peito bater. Ela suportou o vômito e deu alguns passos para a frente, apenas para ver um carro ao lado dela acender de repente.
Alguém saiu do carro.
Depois de se acostumar com a luz forte, ela pôde ver claramente a pessoa na sombra da luz. Ela não fez barulho e fingiu que não viu nada e continuou a andar dentro do prédio.
Oliver Murray a alcançou.
—Você não disse que jantou com um fabricante?— Ele olhou para Abby e notou que faltava um botão no peito dela. A expressão de Oliver Murray ficou ainda mais furiosa, mas ela o ignorou, bufou e continuou andando até chegar ao saguão do apartamento.
Ela não tinha intenção de parar.
—Não me force a ficar com raiva.—Oliver só pôde dar um passo à frente e puxou a mão dela. No entanto, ele foi capaz de ver seu rosto claramente quando a segurou.
As luzes no corredor eram brilhantes e o rosto de Abby parecia ainda mais pálido sob a luz branca, e havia até suor em sua testa.
—O que está errado?
—Você pode me deixar ir?—Oliver Murray imediatamente a soltou e recuou alguns passos, ele estendeu a mão reflexivamente, mas depois de ver Abby estabilizando o corpo dela, ele a abaixou.
—Não está se sentindo bem?—Ainda o ignorando, Abby pegou um cartão-chave e subiu as escadas.
Oliver conteve a vontade de perguntar e seguiu o caminho. Ele só voltou a abrir a boca depois de entrar em casa e acender as luzes.
—Você parece tão terrível, não é… —Mas antes que Oliver pudesse terminar de falar, Abby já havia corrido para o banheiro com as mãos cobrindo a boca, e batendo na porta, ouve sons de vômito vindos do banheiro.
Ao ouvir o vômito feroz, Oliver estava se sentindo extremamente assustado. Depois de um bom tempo, a agitação dentro do banheiro parou.
—Abby?— Ele bateu na porta do lado de fora.
Abby não o ouviu, ela apenas se enrolou no banheiro. Ela não comeu ao meio-dia porque estava ocupada com os assuntos da empresa. À noite, ela acompanhou o diretor para comer, mas só bebeu um pouco de vinho. Seu estômago já havia sido esvaziado, e agora ela sentia seu coração ser arrancado neste momento.
Ela descansou no chão por um tempo, depois se levantou e lavou o rosto com água fria. A pessoa no espelho parecia abatida e desgrenhada, como um fantasma que vagava no meio da noite. Como não havia mais som na sala de estar, Abby esfregou o rosto e saiu apenas para encontrar Oliver parado na porta com o remédio em uma mão e meio copo de água na outra.
—Pegue. —Abby sentiu sua garganta apertar e seu peito ficar abafado.—Tome o remédio para o estômago primeiro.
Erguendo a cabeça, ela encontrou o raro olhar gentil de Oliver. Naturalmente, seu coração palpitou um pouco. No final, ela pegou o copo e engoliu o remédio. Depois de um gole de água morna, seu estômago e sua mente começaram a se recuperar.
—Obrigado!— Ela devolveu o copo de água para Oliver que riu.
—Você está sendo tão educada comigo.— Depois de dizer isso, ele se virou para pegar um pouco de água, no entanto, ele ouviu uma voz fraca flutuando atrás dele.
—Oliver, vamos esquecer isso. —O corpo de Oliver Murray congelou por um momento, a mão segurando o copo apertado.
—Abby, o que há de errado com você? —Ela estava muito anormal hoje e parecia completamente diferente. Oliver se sentiu um pouco desconfortável.
Eles se conheceram quando estudavam no exterior, e Abby se apaixonou pelo belo e bem-humorado Oliver Murray. Mesmo sabendo que suas identidades eram completamente diferentes, ela o amou por tantos anos sem se importar com os ganhos e perdas, e mesmo que Oliver continuasse fazendo rumores, mesmo que Oliver estivesse segurando a mão de outra mulher na frente dela, ela sempre pensou que, enquanto estivesse ao lado dele, seria capaz de suportar qualquer coisa. Mas agora ela percebeu que também era uma pessoa comum.
Ela ficaria com raiva, ela ficaria com ciúmes.
—Abby, você tem certeza que quer isso?— Havia um tom inquisitivo em sua voz.