Capítulo 64
1519palavras
2023-05-18 00:02
(Ponto de vista de Ashley)
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Depois da caótica cena do banho que tivemos em nosso banheiro, finalmente consegui arrumar minhas malas e estava pronta para deixar a mansão de Daisy. A ideia de ficar na casa de Nikolai não era do meu agrado, mas Teddy insistiu para que isso acontecesse. Em pouco tempo, ele já havia se ajustado bem com Nikolai e seu assistente Drake.
Eu nunca havia visto o Teddy aproximando-se tão rápido de outras pessoas, exceto, é claro, Finley e Dave. Havia algo neles que fazia com que meu filho se sentisse confortável em ser amigo deles.
"Você tá pronta, querida?", eu dei um gritinho ao ouvir o Nikolai chamando-me da porta. Ele estava carregando o Teddy em um braço, o qual começou a rir depois de ver que eu havia ficado surpresa com a presença deles.
"Já terminei. Hmm, Nikolai", aproximei-me dele e sussurrei, "Por favor, não me chame de 'querida'. Pelo menos, não na frente do meu filho."
Nikolai riu e encarou o Teddy. "Você se importa que eu chame sua mamãe de 'querida', Teddy?", ele perguntou.
"Não", Teddy riu e olhou para mim, com seus lindos olhos redondos, "Posso te chamar de 'querida' também, mamãe?"
Engoli em seco e coloquei as duas mãos na minha cintura para falar: "Não. Nunca. Pra vocês dois, não!"
Passei por eles enquanto carregava minha mala. Eu conseguia ouvir Nikolai e Teddy sussurrando entre eles. Eu me perguntei o que mais eles estavam planejando fazer comigo. Eu só queria resolver a disputa sobre o meu prêmio. Eu precisava de encontrar uma maneira de limpar meu nome. Então, eu iria para casa com Teddy.
Nikolai estava confiante de que poderia me ajudar. Contudo, senti que não seria tão fácil assim.
"Senhorita Winters, me deixe carregar essa mala pra você", Drake andou ao meu lado e pegou minha mala antes que eu pudesse protestar. Era uma mala pequena que Finley havia preparado com minhas coisas para que eu passasse uma noite na mansão de Daisy.
Eu precisava de voltar à casa de Finley para pegar mais roupas minhas e do Teddy, mas disseram-me que Drake já havia resolvido isso com Finley. Ele era um homem eficiente.
"Eu consigo carregar minha própria mala, não é tão pesada", eu disse ao Drake, que andava ao meu lado enquanto olhava em volta. Ele não largou minha mala e insistiu em carregá-la para mim.
Estávamos do lado de fora e pude ver vários outros homens parados ao redor da mansão de Daisy. Provavelmente, eram os guarda-costas de Nikolai. O que eles estavam protegendo? Eu?
"Não se preocupe, senhorita Winters. O Alfa Wulfgard deixou claro que você é a prioridade dele. E aquele menino também. Estamos aqui pra proteger vocês dois. Você tá segura conosco", as palavras de Drake fizeram com que eu suspirasse e balançar a cabeça em desacordo.
"Eu não tô com ele. Nós somos... bem", sinceramente, eu não tinha certeza de qual era realmente o meu status de relacionamento com Nikolai. Eu certamente não queria ser conhecida como sua amante, "Vai ser só por alguns dias. Você não precisa de nos proteger. Eu posso proteger a mim e ao meu filho."
Drake sorriu quando abriu a porta para que eu entrasse. "Senhorita Winters, há muitas pessoas por aí que gostariam que o Alfa Nikolai estivesse morto. Se eles descobrirem sobre você e o quanto você é importante para o nosso Alfa, as coisas não vão ser tão boas assim. Nos deixe fazer o nosso trabalho."
Drake piscou para mim e virou-se a fim de olhar para o homem que eu lembrava que era o motorista de Nikolai. "Você tá atrasado, Frankie", ele disse.
Frankie, o motorista, correu até o carro e fez uma leve reverência para Drake. Ele então pegou minha mala e a colocou no porta-malas. "Ele é um primo distante meu. Como você pode ver, eu sou muito mais bonito que ele", Drake exclamou.
Eu ri com essa declaração. Eles se pareciam, exceto pelo fato de que Drake tinha um corpo mais magro.
"Teddy, você quer se sentar comigo?", eu levantei minha mão a fim de pegar o Teddy no colo para que ele se sentasse comigo, mas ele balançou a cabeça negativamente.
"Eu quero sentar com Nikolai, mamãe", fiz beicinho quando vi o Teddy colocar as mãos em volta do pescoço de Nikolai. Partiu um pouco o meu coração perceber que eu não era mais a pessoa favorita do meu filho.
"Tá tudo bem, querida. Ele pode sentar no meu colo", Nikolai fez um gesto para que eu entrasse no carro, no qual ele entrou depois de mim. Pude ver como ele era bom com meu filho. Nunca vi Teddy falar tanto com outros homens, nem mesmo com Finley e Dave.
Ele estava contando a Nikolai sobre seus amigos lobisomens e como ele achava legal ser um. Mordi meus lábios e evitei ter contato visual com Nikolai. Era como se ele não estivesse feliz por meu filho não saber que era um deles. Eu tinha certeza de que Nikolai já havia descoberto que meu filho tinha sangue de lobo nele.
Olhando pela janela, suspirei e esperei que Nikolai não me perguntasse por que decidi esconder esse segredo do meu filho. Eu disse ao Teddy que seu pai era um bruxo da família Winters. Era melhor desse jeito até que ele fosse capaz de controlar as habilidades que herdou de mim.
E eu menti para Nikolai, o que o levou a pensar que Finley era o pai do meu filho. Mentiras e mais mentiras, e isso estava indo longe demais. Um dia, o karma voltaria para me machucar de alguma forma. Só o tempo diria o quanto eu magoei o Nikolai e o Teddy.
Teddy era muito jovem para entender o tipo de poder que teria quando atingisse uma determinada idade, e eu não estava pronta para perdê-lo. Eu sabia que estava sendo egoísta. Eu sabia que meu filho ficaria magoado quando soubesse que menti para ele.
Entretanto, eu era a mãe dele e sabia o que era melhor para o meu filho.
Após cerca de dez minutos, ouvi Nikolai sussurrar em meus ouvidos: "Como você pôde fazer tal coisa com ele? Ele merece saber o que ele é."
Virei a cabeça a fim de olhar para Teddy, que estava tirando uma soneca no braço de Nikolai. Ele parecia tão inocente e pequeno. Eu não estava pronta para perder o meu bebê. Ele estava crescendo rápido demais.
Olhando para cima a fim de encarar as belas feições de Nikolai, suspirei: "Você não entenderia."
Ele segurou minha mão e a apertou de leve quando disse: "Então, me ajude a entender."
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(Ponto de vista do autor)
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Em uma sala, uma mulher estava seduzindo seu companheiro enquanto sussurrava palavras que deveriam fazer com que ele a desejasse. Devagarinho, ela tirou a roupa, deixando apenas sua lingerie. Suas mãos se moveram para acariciar o peito nu do homem conforme ela beijava ao longo de todo o caminho até o pescoço dele.
"Eu te quero tanto, Philip", ela sussurrou enquanto se sentava no colo dele, com as mãos lentamente removendo a fivela da calça do príncipe.
Philip fechou os olhos e deixou que ela tocasse seu corpo. O toque dela costumava ser uma forma que sempre o deixava d*ro, com o desejo de enfiar sua er*ção dentro dela. Ele foi o primeiro homem dela e também sabia que era o único que a havia tocado.
Contudo, ele também sabia que eles nunca poderiam ficar juntos. Uma união que não foi abençoada pelos seus pais, embora ela fosse muito querida pelo povo dele.
"Philip, me beije", ela sussurrou, com os lábios roçando nos dele a fim de provocá-lo e fazer com que ele queira saborear os lábios dela como se a vida dele dependesse disso. Antes, era o que ele gostava de fazer. Antes, aquilo era o que ele quis durante todos os anos em que a escolheu no lugar da Ashley.
Entretanto, naquela noite, enquanto a beijava loucamente, sua mente estava pensando na Ashley, seu primeiro amor.
Depois que ele a perdeu, ele tentou tirá-la de sua mente, o que se provou ser difícil de fazer. Ele ansiava por ter a Ashley em seus braços novamente. Ele sentia falta da risada, da raiva e do sorriso dela.
Para ele, perdê-la foi um erro. Ele sabia disso agora e arrependia-se de tê-la magoado. Foi egoísta da parte dele tê-la magoado daquela maneira, um dia antes do casamento o qual planejaram juntos por meses.
'O que foi que eu fiz?', Philip pensou, com lágrimas escorrendo no seu rosto. Ele então abriu os olhos e viu o rosto de Helen direcionado a ele.
"O que há de errado, meu amor?", Helen disse docemente enquanto acariciava as bochechas dele.
Olhando para o rosto doce de Helen, Philip não conseguia mais esconder seus sentimentos. Ele não podia continuar fingindo amar uma mulher por quem não sentia nada. Ele queria outra pessoa.
Ele queria a Ashley.
"Me desculpe, Helen. Eu não posso fazer isso", Philip afastou-se e levantou-se para sair do quarto, o que deixou a Helen com raiva.