Capítulo 52
1582palavras
2023-03-31 19:05
CAPÍTULO 52
Igor Smith
Por mais que a Luana tivesse me falando tantas coisas, eu não estava conseguindo entender aonde ela estava querendo chegar! A minha cabeça também está confusa, mas confesso que me dói ver ela chorar e sofrer dessa maneira, e o pior é que não sei como fazer para ajudá-la.
A cada palavra que ela vai falando eu tento decifrar o que ela realmente quer, e o fato do Louis ter aparecido só atrapalhou a nossa conversa, precisei esperar que ele fosse para voltar a conversar com a Luana, e a presença desse homem às vezes me irrita, eu acho que ele trata ela bem demais para quem só é um amigo, mas quem sou eu para julgar, eu respeito as amizades e a opinião da Luana, e se ela gosta dele, tudo bem eu vou respeitar também.
Todas aquelas coisas que ela começou a me falar, sobre eu não fazer mais as coisas para ela mexeu com algo dentro de mim, como é possível essa mulher pensar dessa maneira? É claro que eu sempre vou ajudar ela no que ela precisar, independente da nossa situação ser essa que ela falou agora mesmo, embora muitas vezes eu me arrependo de ter feito esse acordo com ela, acho que foi precipitado o suficiente, deveria ter deixado as coisas rolarem e esperado o nosso filho nascer, e não a ter forçado assinar um acordo assim que entrou naquela casa, eu devo ter deixado ela muito frustrada com isso, e agora percebo a burrice que eu fiz.
Eu poderia passar horas falando de sentimentos, mas a verdade é que nem eu sei tudo o que eu sinto por ela. O que eu sei é que ultimamente eu tenho sentido falta dela, tenho sentido vontade de estar com ela, perto dela, e agora que ela me falou todas essas coisas que ela sente, me bateu um desespero dentro de mim e uma vontade absurda de beijá-la, e não consegui resistir.
Eu penso que dessa vez não foi o sentimento de mãe que me chamou, e sim da mulher... Senti vontade de beijar a Luana, a mulher sensível e delicada mas também sensual que eu conheci. Senti vontade de me aproximar mais dela, ser mais íntimo, sentir o gosto do seu beijo de verdade, e encostar o meu corpo no dela, de forma única. Fiquei ainda mais empolgado quando ela me retribuiu, e percebi que não era só eu que estava com esse sentimento, e esse desejo, eu não quis saber de nada naquele momento, só queria saber de beijá-la, e beijar muito.
Quando encerramos o beijo ela me olhou com uma cara de assustada, e fixou os seus olhos nos meus para perguntar:
— Porquê você me beijou? — eu sentia a sua respiração ofegante.
Eu confesso que não esperava por essa pergunta, ela foi um tanto direta e queria saber o porquê. Nem eu sabia explicar aquilo, mas naquele momento eu sabia que de certa forma havia errado em ter feito um pedido de divórcio, mas não falaria sobre isso agora, então...
— Apenas aproveite o que faço por
você. Não é muito, e tentarei ser ainda melhor. Talvez a vovó esteja certa... estamos destinados a ficar juntos, é tudo parte do destino que nos cerca!
— Você me confunde... — sussurrou.
— Venha! Vamos até o carro e lá a gente conversa melhor, pois aqui já começou a chover mais forte, o que acha? — perguntei.
— Tudo bem, eu quero mesmo é sair daqui deste lugar! — respondeu.
Eu tirei a minha blusa e coloquei sobre a cabeça e os ombros da Luana, para que ela se protegesse da chuva que estava começando, a abracei com cuidado segurando e apoiando melhor a blusa nela, e fui ajudando a caminhar devagar até aonde estava o carro. Abri a porta para que ela entrasse, e ajudei com o vestido, em seguida fechei a porta e fui para o meu lugar.
— Vai dirigir hoje? — perguntou.
— Vou! Nem sempre gosto de motoristas me enchendo! — ela sorriu pra mim, e encarei os seus olhos.
— Que bom então...
— Você fica linda sorrindo! — passei a mão no seu rosto, e o puxei para mais um beijo. Este foi mais calmo e delicado, mas eu queria estar ali com ela, e senti-la assim... não demoramos muito também, e encerramos com um selinho.
— Estou louco para te beijar mais... eu não consegui me controlar! — falei.
— Tudo vem...
— Escuta... ao invés de irmos para casa, o que você acha da gente ir para a empresa? Eu comprei várias roupinhas para o Thor e esqueci a sacola lá, também tem uma guia e algumas outras coisas para ele, tudo bem se a gente passar lá primeiro? — perguntei.
— Tudo bem! — respondeu.
— Ótimo!
O caminho até a empresa foi tranquilo, e logo que chegamos eu fui até a minha sala para buscar as coisas, e a Luana veio comigo.
Paramos atrás da minha mesa, e eu peguei a sacola que estava em cima do armário e abri em cima da minha mesa e então a hora que fui puxar a guia algumas coisas caíram no chão mas antes de eu me abaixar para pegar, levei um susto ao ver quem foi que entrou pela porta da minha sala. Fiquei completamente travado ali aonde eu estava e não sabia nem o que fazer, e nem como reagir.
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Elisa (A bailarina)
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Não vejo a hora de estar com o Igor outra vez, eu sei que já o decepcionei muito e ele deve estar chateado comigo... por isso nem me mandou mais mensagens e nem me ligou, mas hoje a gente resolve tudo isso, estou vindo de volta para a vida dele, e agora poderei cumprir com as minhas promessas que tenho feito para ele e juntos seremos felizes.
Cheguei até a sua casa, mas estranhei que não tinha ninguém... conversei com o segurança e ele me falou que nem a dona Olga, e nem o Igor estavam, então ele só poderia estar em um lugar, que era a empresa, já que nenhum dos funcionários quis contar aonde ele estava, e o que estava fazendo neste momento.
Chamei um outro carro de aplicativo, e fui direto para a empresa. Vi que já estava tudo fechado mas a porta da entrada estava encostada.
— Aí... meu Igor!!! Como sempre trabalhando até tarde... mas agora que a sua cisne voltou, vai se dedicar somente a mim! — falei comigo mesma, enquanto entrava, e logo encontrei a sua sala.
Ao chegar na porta fiquei muito feliz ao vê-lo ali, tão bem arrumado! Ele estava muito mais bonito do que eu me lembrava, com o cabelo muito bem penteado, e com um sorriso no rosto bem grande, confesso que quando cheguei, ele ficou um pouco assustado e o seu sorriso se esvaiu, mas deve ser o susto, não é? Ele ficou paralisado e para me dar boas-vindas, eu mesma voei no abraço dele.
Vi que havia uma moça ali do lado dele, mas não dei atenção deve ser alguma das funcionárias ou secretárias dele, bem típico, com esses óculos pretos, estilo mais simples e não é tão atraente, então não me importei e comecei a beijar o seu rosto e o seu pescoço dizendo:
— Como eu estava com saudades! Nossa, meu amor, eu não via a hora de te ver! Eu já estava pirando lá! A sua cisne voltou! Você não está feliz? Vim para ficar, meu bem! — ele estava sério e muito mais sério do que o normal, certamente estava chateado por eu não ter comparecido no dia do seu aniversário, então eu terei que explicar as coisas direitinho e ele logo perceberá que tudo não passou de contratempos do destino, e que agora podemos finalmente ficar juntos sem nenhum empecilho, já que vim para ficar, pois não trabalho mais fazendo papel do cisne branco nem o cisne negro.
— O que faz aqui, Elisa? — falou meio sério, até tive a impressão que tentava me empurrar, mas eu fiz questão de explicar.
— Eu vim para ficar, meu amor! Prometo que nunca mais vou te deixar! Podemos nos casar, e fazer tudo o que você quiser! — falei sorridente, quase pulando de alegria, mas ele continuava sério me olhando, e logo depois vi o seu olhar ir em direção à moça a sua frente, então fiquei de costas para o Igor, encostando o meu quadril nele, e perguntei para a moça:
— Olá! Eu me chamo Elisa! E você quem é? — ela parecia tensa, não entendi muito bem, o que aconteceu ali.
— Eu não sou ninguém! — olhou para o chão. — Apenas a babá do Thor! O cachorrinho da família! — acho que era verdade, pois ela se abaixou pegando várias roupinhas no chão e feitas exatamente no tamanho do Thor, e então colocou tudo numa sacola que estava na mesa com a sua guia.
— SIM!!! O Thor... como ele está, amor? — Perguntei para o Igor que engoliu seco e não me respondeu, ficou olhando para a moça de óculos, parecia hipnotizado.
— Com licença! Eu já vou! — pegou a sacola, e saiu da sala, e vi os olhos do Igor a acompanhando até ela sair.
O abracei, mas ele está muito diferente, parece distante... parecia não me retribuir...
— Igor! Você me ouviu? Estamos bem, agora! Não vou mais embora... Igor! IGOR!