Capítulo 35
1526palavras
2023-03-31 18:56
CAPÍTULO 35
Luana Smith
Eu já estava em desespero... quando eu entrei por aqueles portões daquela grande casa, eu nem sabia por onde começar a explicar para o Igor que simplesmente perdi o cachorro deles... mesmo sabendo que essa era a única coisa que ele havia me pedido hoje, ainda assim consegui perder o cachorro de vista, e agora estou nesta situação sem contar que gosto do Thor e estou muito triste, chateada que eu perdi ele, e agora nem sei aonde ele está, com quem está e se está bem! Eu preciso fazer alguma coisa mas não sei o que poderia fazer...
Ainda parada em frente aos portões, e os seguranças já haviam aberto para que eu entrasse mas eu apenas dei um passo à frente, e fiquei olhando para tudo a minha volta, então o meu celular tocou e eu cheguei a estremecer com o barulho, pensando no que eu faria agora.
Preferi não contar nada para o Igor por telefone, já que eu já estava em casa e ele também, seria melhor explicar tudo pessoalmente. Eu precisaria simplesmente dizer a verdade e me desculpar, pois não sei mais o que posso fazer.
Ele me olhava muito feio quando eu cheguei, e claramente percebeu que o Thor não estava comigo, então quando ele me perguntou sobre o cachorro, eu simplesmente travei a fala e não consegui responder, então continuei andando pela casa feito uma doida, sem um destino... sem um rumo, sem saber o que dizer! Me sentei no sofá puxando o ar que ainda me restava para lhe dizer, e então quando eu enfim lhe disse, as palavras saíram praticamente gritadas, pois tamanho era o meu desespero, mas o pior de tudo foi olhar para o rosto do Igor e ver que em segundos se transformou... e ele ficou muito vermelho de bravo.
— Você o quê? Como assim, Luana? Eu fui muito claro! Só te pedi isto! Aonde está o meu cachorro? — falou com a voz um pouco alterada, e se encostou na parede.
— Eu sinto muito! Eu não descuidei... foi só alguns minutos, e eu não sei o que aconteceu... me desculpe! Me desculpe!
— Como não sabe o que aconteceu? Você descuidou dele! Aposto que o deixou sozinho! Eu te expliquei tudo tão bem, Luana! — disse alto.
— Não... ele ficou o tempo todo perto de mim! Eu sinto muito, não sei o que houve, me desculpe! — falei, mas parece que isso não funcionou... O Igor começou a gritar…
— "Você sente muito! Você sempre sente muito! É tudo o que você pode dizer? Você sabe como o cachorro ficará assustado lá fora
sozinho? Você está aqui por causa do bebê. Você não está aqui para viver uma vida rica. É melhor saber qual é a sua posição."
— Igor.
— Não... eu realmente... deixa pra lá! Eu o perdi, então eu vou achá-lo! — falei isto calmamente e saí correndo de lá, e fui para as ruas novamente... eu precisava encontrar o cachorrinho, então nem olhei mais para trás, o Igor tinha razão, então fui caminhando sentido ao orfanato novamente, que é aonde o Thor sumiu, e preciso achá-lo... quem sabe o Louis não teve mais sorte do que eu...
Igor Smith
Eu fiquei transtornado quando descobri que a Luana perdeu o Thor... aquilo não poderia estar acontecendo! Como ela foi fazer isso comigo? Será que quer se vingar por eu ter deixado o cachorro com ela? Não... O que eu estou pensando? Ela não faria isso...
Acabei perdendo o juízo e gritando com a Luana outra vez, eu já tinha dito que não faria mais isso mas acabei perdendo o controle, principalmente quando ela começou com a mesma coisa de antes de se desculpar com tudo, eu tenho pavor disso ela precisa mudar esse seu jeito.
Quando eu menos esperei a Luana já havia sumido pelo jardim, fiquei parado feito um doido sem saber o que fazia, quando vi que a minha avó estava ali do lado, e só balançava a cabeça em reprovação... O olhar dela para mim era matador, e não me faltava mais nada agora, certamente eu levaria outra bronca da dona Olga.
— Você é tão indiferente... você não deveria falar assim com outras pessoas, sem falar que aquela mulher está grávida do seu bebê! Quando foi que ficou desse jeito, Igor? — disse ela parecendo indignada.
— Eu não entendo isso, também vó! Agora eu terei que tolerar todos os tipos de comportamento da Luana, só porque ela está grávida? E carrega um filho meu na barriga? Daí ela pode fazer o que quiser, e o bonitão aqui precisa engolir, porque ela tem um bebê na barriga? — perguntei atordoado... hoje o meu dia está sendo péssimo.
— Você se sente uma vítima? Ela se encontrou com você sem querer, engravidou
acidentalmente e agora tem que se submeter a humilhações até que o bebê nasça. É uma sorte nossa família conhecer uma garota tão pura e honesta como a Luana! Se eu fosse ela, já teria te castrado! Não tenho paciência com você, não! — Falou ela, e agora me assustei, a velhinha é terrível, cheguei a ficar com medo.
— Eu só pedi para que ela cuidasse do Thor... pelo visto foi pedir muito, não é? — tentei explicar, mas ela continuou…
— O cachorro ficará com medo lá fora sozinho à noite. Mas você sabe como é assustador para ela vir para a nossa casa, um lugar totalmente desconhecido? Ela não sentirá medo? Ela está lá fora tentando proteger o seu cachorro. Mas quem vai protegê-la? Você? — gargalhou. — Não, você não! Você está aqui dentro no conforto da sua belíssima casa, não é? E, aquela pobre moça andando pelas ruas, sozinha e com o seu filho dentro dela, correndo perigo! Quando vai virar homem de verdade? — ela falou, e comecei a pensar...
O pior é que tudo que a minha avó estava falando fazia sentido, eu realmente estava valorizando mais o cachorro do que o meu próprio filho... é que na verdade eu ainda não me acostumei com o fato de que tem um filho meu na barriga dela, ainda é tudo muito novo e não me preparei psicologicamente para isso e o cachorro eu já estou acostumado, ele já tem um lugar na minha casa e no meu coração, mas é claro que o meu filho é mais importante, eu simplesmente não havia prestado atenção nisso, e agora por culpa minha a Luana corre perigo andando sozinha na rua procurando por um cachorro à noite!
Quem garante que ela não se descuidará ao atravessar a rua, ou passar por um buraco? Preciso encontrá-la!
— Eu vou atrás dela! — falei.
— Ótimo! É o mínimo que pode fazer! Agora se apresse, se não eu vou buscar o meu guarda-chuva no carro! — falou a minha avó.
Peguei o meu carro e saí como um louco por todas as ruas próximas da minha casa, eu nem perguntei para Luana aonde ela estava com o cachorro quando ele sumiu, isso teria facilitado bastante a minha vida, mas as coisas aconteceram tão rápido que eu simplesmente só soube brigar com ela.
Então agora terei que dar um jeito de encontrá-la, sozinho tentei ligar no celular dela e ela não atendeu, será que está ocupada agora? Ou será que pode ter acontecido algo com ela? Não! Claro que não...
Fui andando sentido ao parque aonde ela ficou durante o dia, aproveitei para dar uma olhada se o Thor não estaria por ali mas eu não encontrei nenhum dos dois, então fui andando por todas as ruas que eram próximas dali, e de longe avistei a Luana na rua, mas... o que era aquilo?
Parei o carro há alguns metros de onde eles estavam, pois havia vaga somente ali, e decidi ir andando até ela para entender o que estava acontecendo!
A Luana estava encostada num carro, e havia um homem junto com ela que estava com algo na mão passando sobre o rosto dela... “mas que porr@ é esta?“ Pensei, e pronunciei baixinho, ainda andando sem tirar os olhos dos dois.
Eles estavam com muita intimidade e o folgado do cara chegou a abraçar a Luana de leve, eu tive vontade de arrancar ele pelos cabelos dali... quem ele pensa que é? Cheguei ao lado deles e é já falei:
— Eu posso saber o que está acontecendo aqui? — perguntei furioso... algo em mim, estava me correndo por dentro, fiquei possesso com aquilo.
— Estou ajudando a Luana! — falou me dando uma olhada, e logo em seguida me ignoraram, e continuaram o que estavam fazendo, e fiquei muito puto agora...
— Me dá isso aqui! — tomei um lenço que ele tinha na mão, e não o deixei mais encostar nela.
— Que isso, cara? Tá maluco? Cadê a educação? — o folgado ainda teve coragem de perguntar.
Puxei a Luana para perto de mim, encarei aquele folgado bem de perto, e com um tom de voz bem firme mostrei para ele quem é que manda...
— Não encoste mais nela! Ela é “minha” esposa!