Capítulo 100
2024palavras
2023-05-02 21:25
Uma semana depois, a correria está presente na casa de campo, eles estão prestes a se mudarem de vez para os Estados Unidos.
– Vincenzo, podemos conversar? – Questiona Grace entrando no quarto.
– Claro, meu amor, o que você precisa? – Ela vai até o guarda-roupa e pega um pacote e entrega a ele.
– Espero que você goste. – Quando ele abre sua primeira reação é de surpresa ao ver o pequeno sapatinho branco e depois a emoção o domina. – Eu não sei o sexo ainda, mas teremos um bebê, estou grávida. – Diz ela emocionada, ele abraça-a emocionado.
– Vamos ter um bebê? Que incrível! Obrigada, meu amor por me permitir isso, é algo que eu nem sabia querer, até esse momento! – Diz ele fazendo carinho no rosto dela, ele a enche de beijos. – Te amo, te amo, te amo. – Diz ele se ajoelhando e enchendo a barriga dela de beijos, abraçado em seu quadril.
– Eu também te amo. – A emoção está presente naquele momento.
– Isso é incrível, temos que contar aos outros, eu não consigo segurar. – Diz ele puxando-a pela mão e indo até à sala onde seus amigos estão reunidos. – Vocês nem sabem da novidade. – Diz ele animado, chamando atenção de todos.
– Que novidade? – Questiona Andrew.
– Eu serei papai! – Diz ele abraçando e girando Grace animado, a emoção toma conta de todos ali, mais um novo integrante para a família.
– Por favor, que seja menino, que seja menino, não é pedir muito! – Diz Andrew com as mãos juntas como se estivesse rezando.
– Por que você quer um menino? – Questiona Vincenzo, curioso ao receber o abraço de felicitações do amigo.
– Porque já temos uma menina, eu vou adorar ver você e o Ethan surtando quando eles se tornarem um casal. – Todos gargalharam, menos Ethan que fica com a cara fechada. – Parabéns Grace, viu eu fingi surpresa. – Diz ele rindo.
– Andrew! Meu Deus! – Diz ela dando um leve tapinha nele.
– Nem começa com isso! – Diz ele sério. – Ninguém vai namorar a minha princesa. Parabéns, irmão. – Ele abraça Vincenzo. – Felicidades ao casal. – Ele abraça Grace também.
– Como assim? Guardou segredo?
– Para de ser burro Vincenzo, eu levei elas no médico aquele dia, sua mulher que consultou.
– Andrew, você não poderá ser nosso amigo assim, deixa de ser fofoqueiro, senão não vai mais às compras conosco. – Diverte-se Katherine. – Novamente te desejo parabéns amiga, eu te amo. – Diz ela abraçando Grace. – Vincenzo, meu querido amigo, parabéns pelo filho a caminho.
– Não é para tanto Kathe, e claro que eu vou. Essa criança será estilosa, igual a minha bonequinha! Graças ao titio ela é fashion, vocês não têm estilo. – Diverte-se ele.
– Às vezes desconfio se você é realmente um homem. – Diz Vincenzo rindo.
– Não teria nada de mais se eu não fosse homem, coisa que eu sou, eu só não tenho a masculinidade frágil de vocês. Eu sempre preciso repetir isso. – Responde ele rindo.
– Que animação é essa? Já arrumaram tudo para a viagem? – Questiona Eleanor entrando na sala.
– Vem aqui tia Eleanor. – Diz Vincenzo pegando ela pela mão, ele leva a mão dela, na barriga de Grace. – A senhora terá outro netinho. – Ela abraça Grace emocionada.
– Minha menina, parabéns. Nossa que surpresa boa, eu te amo.
– Tia muito obrigada, amo a senhora também.
– Meu menino, que orgulho do homem que você se tornou, meus parabéns. – Aquelas palavras deixam Vincenzo emocionado.
– Muito obrigado tia, isso significa tudo para mim.
– Agora mocinho, você irá até à casa dos meus pais, falar que engravidou a filha deles sem casar. – Diverte-se Grace.
– Ainda bem que viajaremos amanhã. – Diz ele passando a mão na testa em sinal de alívio, fazendo todos rirem.
– Eu vou preparar um jantar especial em comemoração a essa excelente notícia.
– Vou junto, tia Eleanor, para a senhora continuar me ensinando a cozinhar. – Diz Andrew. – Eles amam a mãe da Katherine e adoram ficar perto dela, aquela é a primeira vez que eles têm uma figura materna que enche eles de amor e carinho.
No hospital Natalie está com seu filho nos braços e chora observando aquele pequeno bebê, quando sua prima Bárbara entra no quarto, ela encara Natalie espantada ao ver parte do seu corpo queimado, boa parte delas estão expostas a deixando desconfortável.
– Não se preocupe, eu estou bem. – Diz ela observando a cara de surpresa da prima. – Muito obrigada por vir.
– Eu fiquei surpresa com a sua ligação, seus pais vieram te ver?
– Eu não liguei para eles, não quero que eles me vejam assim.
– Você sente dor?
– Quase nada, o fogo atingiu todas as camadas da minha pele, minhas terminações nervosas foram destruídas e não respondem adequadamente, então eu raramente sinto dor, apenas a minha dor da alma. – Diz ela chorando. – Pegue ele. – Diz ela estendendo seu filho para ela. Bárbara seca as lágrimas e pega o pequeno bebê no colo.
– Sinto muito, espero que você fique bem. – Diz ela sorrindo ao observar aquele bebê em seu colo. – Ele é muito lindo prima, qual o nome dele?
– Eu não sei, vou deixar a família dele escolher.
– Família? Como assim?
– Eu achei que esse bebê fosse do Ethan, eu amei no momento que soube, era uma forma de me redimir com ele por tudo que fiz, eu entregaria a ele e a Katherine. Mas antes da Amélia morrer, ela gritou que ele nos enganou e mudou as amostras, eu achei que tivesse transado com ele nos Estados Unidos, mas ele mentiu, enquanto passava a noite com a mulher que ele ama, a mãe da sua filha. Mesmo achando que tinha transado com ele, Amélia me obrigou a fazer uma inseminação artificial, mas Ethan sabia, pois, estava vigiando ela, então ele trocou as amostras e agora eu não sei quem é o pai dessa criança. E eu não posso ficar com esse bebê
– Você está me dizendo que vai doar essa criança? Por que o Ethan não é o pai? É isso mesmo que eu entendi? Você é maluca? Nem mesmo com todo o sofrimento você aprende?
– Olhe para mim, Bárbara? Além de ser um monstro, ferrada psicologicamente, agora me tornei fisicamente também, eu não vou doar meu filho por não o amar, eu vou doar ele, porque ele merece a felicidade, a felicidade que eu nunca darei a ele, porque eu sou uma fodida mentalmente. Estou fazendo isso por amá-lo e para corrigir o meu outro erro. – Diz ela chorando. – Pegue essa carta, esses documentos e leve até aos pais do Luke com o meu filho e entregue a eles. Eu quero que eles fiquem com o meu bebê por tirar o deles. – Ela soluça com aquela decisão. – Não fique aí parada, vá logo.
– Prima!
– Não Bárbara, vá e entregue meu bebê a eles. – Diz ela gritando, mesmo não concordando Bárbara sai do hospital com aquele pequeno bebê, nos corredores próximos ao quarto de Natalie é possível escutar os gritos de dores dela por se separar de seu filho.
Natalie assinou a liberação do seu filho da maternidade, assim como assinou um documento de doação, abrindo mão do seu filho para os Kieffer. Quando Bárbara chega na casa deles, ela não sabe o que dizer exatamente, então ela enrola o bebê no cobertorzinho, deixa na frente da porta e toca a campainha e sai o mais rápido dali. Martha tinha acabado de levantar-se para ir chamar o seu marido no escritório para jantarem, então ela mesmo caminhou até a porta e abriu, como não avistou ninguém, ela estava fechando a porta quando escutou o leve chorinho, ao olhar para o chão ela levou as duas mãos a boca assustada e poucos segundos depois, pegou aquele pequeno bebê que está enrolado apenas em um cobertor fino, deixado naquele piso gelado.
– Paul, Paul. – Grita ela desesperada, ao escutar os gritos desesperados de sua esposa, ele corre para sala e paralisa ao avistá-la com aquele bebê no colo.
– O que significa isso, Martha? – Questiona ele tentando entender.
– Ele foi abandonado na nossa porta. Isso estava com ele. – Diz ela entregando o envelope a ele, que o abre curioso, ele vê o papel da doação que permitirá que eles adotem aquela criança e abre a carta, o coração dele palpita na primeira frase da carta, ele suspira e lê em voz alta.
" Eu fui o grande amor de Luke, eu deveria tê-lo amado mais, o amor que lhe dei não foi suficiente, para o homem que ele foi, simplesmente por estar entregue a outro homem. Chamo-me Natalie Evans e devo desculpas a vocês, mas eu sei que minhas desculpas jamais vão trazer Luke de volta a vocês. Estávamos apaixonados, mas eu estava grávida de outro homem e obcecada por ele, me fizeram acreditar que ele me amaria, mas isso nunca aconteceu. Por causa disso, eu caí numa armadilha, fui espancada quase até a morte e meu filho acabou morrendo logo depois do parto, poucas pessoas sabem dessa história, mas os meus atos, levaram Luke à morte, pois eu fui obrigada a mentir que foi ele quem me agrediu. – Exatamente nessa linha é possível ver a marca de uma lágrima, que Natalie derramou enquanto escrevia. – Eu sei que o meu perdão, não trará ele de volta e nem acalmará o coração de vocês. Eu cogitei a ideia de ir embora com ele, mesmo o filho que eu carregava não sendo dele, ele o amou como se fosse e o sonho dele era ter os seus próprios filhos comigo, iríamos morar numa casa com jardim e muito espaço para as crianças brincarem, eu roubei isso dele e para me redimir, eu ofereço o meu lindo bebê. Se vocês o aceitarem, deem amor a ele como se fosse filho de Luke, assim como ele amou o meu bebê no passado. Essa é a coisa mais difícil que estou fazendo, mas eu sei se vocês conseguirem aceitar o meu bebê, ele será um príncipe como Luke foi. Me perdoem por todo o mal que causei. Caso não consigam fazer isso, entreguem aos meus pais, o endereço deles está nos documentos que mandei, e se ficarem com ele, permitam que meus pais o conheçam, esse bebezinho lindo é fruto de uma inseminação, não se preocupem com o pai. Digam ao meu amorzinho, que a mamãe dele o ama muito e deixar ele com vocês é um ato de amor pelo bem dele." – As marcas de lágrimas estão presentes no final daquela carta.
Paul e Martha se abraçam com as lágrimas de tristezas e emoção escorrendo, enquanto eles observam aquele pequeno bebê, mesmo com tudo que leram, ao saberem a história do filho, o quanto ele amava aquela mulher, a mulher que fazia os olhos dele brilharem, trouxe uma nova memória a eles, preenchendo lacunas que eles tentaram por anos preencher e aquilo deu um pouco de conforto a eles, enfim eles deram nome ao grande amor da vida de Luke, eles sabiam da existência dela, pois leram diversas vezes as cartas trocadas entre eles. O pequeno bebê foi amado por eles no momento que chegou aquela casa e eles batizaram com o mesmo nome do seu filho amado. Paul foi até o hospital atrás da mulher que seu filho amou, mas Natalie foi embora no momento que entregou o seu filho, eles fizeram todos os trâmites para a adoção daquele bebê e permitiram que os avós maternos fizessem parte da vida dele, pois sentiram que assim como eles, os dois também perderam uma filha, pois Natalie nunca mais os procurou, ela passou a vagar pelas ruas enquanto se prostituía em troca de alguns centavos e se drogava o tempo todo para amenizar a sua dor.