Na manhã seguinte, Ethan prepara-se para ir ao hospital novamente, como sempre Katherine e eles discutem.
– Eu já disse que não, Katherine!
– Ethan, quantas vezes eu vou precisar repetir que estou grávida e não doente? Eu não quero ficar em casa surtando, quero estar com ele, segurar a mão dele, quando ele acordar e se eu passar mal, eu já estou na porra de um hospital.

– Por que você é tão teimosa?
– Porque eu me importo com ele, tudo isso que está acontecendo é uma merda. Um maldito infeliz causou uma dor desse tamanho, e não se prestou nem em socorrer, enquanto o nosso amigo não acorda e a mulher que ele ama, a nossa amiga está morta. – Ela deixa as lágrimas escorrerem. – Por que Ethan, por que a vida é cruel?
– Ele está pagando, ele pagará por todos os dias até o Andrew acordar e quando ele puder sair da porra daquele hospital, eu o levarei até o filho da puta que causou essa dor. – Katherine sai do abraço dele e o observa confusa. – Harry não morreu Katherine, foi ele que atropelou os dois. – Ela senta-se chocada com aquela notícia, seu choro passa de lágrimas escorrendo para um choro de soluçar, ela coloca uma almofada no rosto e grita colocando toda a sua raiva para fora, enquanto Ethan fica parado observando-a.
– Me deixe matá-lo, por favor Ethan. Deixe-me fazer isso? – Ela implora em meio aos seus soluços que não cessam enquanto ela chora. – Ele merece Ethan, me deixe matá-lo. – Ela grita sentindo o desespero percorrer o seu corpo.
– Você não é assim, Vincenzo e eu estamos cuidando dele e o último suspiro de vida desse filho da puta, será na presença de Andrew. – Diz ele abraçando-a. – Eu farei ele sentir tanta dor que todos os dias ele rezará pela morte.
– Por que as pessoas boas que pagam? Por quê? Que raiva que estou, eu quero que ele morra Ethan, que ele morra.

– A morte é o caminho mais fácil, ele vai sofrer até Andrew poder ir até ele. Não terei misericórdia. – Katherine o abraça forte. – Katherine, fique em casa hoje. Andrew não pode receber visitas, Grace está vindo com Vincenzo, ela te fará companhia.
– Tudo bem!
Não demora muito até Vincenzo e Grace chegarem a casa deles, Ethan e Vincenzo se despedem delas, tranquilos, pois a casa está rodeada de seguranças, ninguém fará mal às mulheres deles. Eles vão até o hospital e descobrem que o estado de Andrew segue igual, eles passam um tempo no hospital, sofrendo com a incerteza, pois não sabem se o amigo deles ficará bem, eles passaram por tantas coisas juntos, que são como irmãos. Depois das atualizações médicas, eles vão para o esconderijo lidar com Harry. Ethan tira o paletó, arremanga a camisa e se aproxima de Harry que está com o corpo exausto que não consegue manter seus olhos abertos, o médico tratou todos os ferimentos dele, sem nenhum zelo, pois Vincenzo e Ethan não permitem bondade em meio às torturas. Ethan dá dois tapas na cara dele o acordando, ele puxa uma cadeira e senta-se na frente de Harry.
– Quantos dias você acha que aguenta? – Questiona Ethan, ele leva a mão ao nariz ao se aproximar de Harry. – Não tem condições de seguirmos assim. – Diz ele o encarando, Harry foi obrigado a fazer suas necessidades fisiológicas nas calças, pois ele segue com as mãos pregadas as mesas. – Martin, traga a mangueira até aqui. – Martin obedece e em poucos minutos volta com a mangueira, Ethan pega a mangueira, puxa a sua cadeira, se afasta e começa a molhar Harry de cima a baixo, a água está congelante e a pressão dela parecem agulhadas em seu corpo, ele grita desesperado até ficar sem ar. – Muito bem, podemos seguir, sabe Harry, eu nunca quis ser o tipo de homem que eu sou, eu torturei tantas pessoas, que sinceramente não consigo te afirmar se todas eram monstros como você, sinceramente, eu também não me importo, me acostumei com quem eu sou. – Diz ele pegando o alicate, Vincenzo se aproxima e segura o rosto dele abrindo sua boca, Ethan começa arrancar mais alguns dentes lentamente, apreciando aquele momento, o corpo de Harry não o obedece mais, as lágrimas são constantes. – Eu vou para o inferno, quando a minha hora chegar. Homens como nós, não deveriam amar e nem ser amados, somos os culpados por coisas assim, deixamos pessoas inocentes entrarem em nossa vidas, quando Andrew acordar, ele vai se culpar por tudo que aconteceu, mas foi pessoal, não foi? Teu ego não aceitou ela ter te abandonado. Porque você nem desconfiou que foi ela quem me deu acesso ao teu celular. – Ethan consegue ver no olhar dele a surpresa estampada. Ele levanta-se e entrega o alicate para Vincenzo, após arrancar vários dentes. – Você acredita em Deus Harry? Eu não tenho certeza se eu acredito, porque somos uns filhos da putas que ainda estamos vivos, enquanto todos os dias pessoas boas morrem, onde está a justiça divina nisso? – Ethan observa o corpo dele tremer. – Sabe, você ter matado os quatro filhos das putas, que ousaram me enganar, só aumentou o teu sofrimento, porque toda a minha raiva cairá sobre você, eu odeio quando eu tenho que ser essa pessoa, mas por incrível que parece, você está me fazendo gostar de quem eu sou!

– Vá se foder, filho da puta, me solta para ver se eu não te mato.
– Não gosto de comportamentos assim. Vincenzo pode terminar de arrancar tudo. – Diz ele segurando a cabeça de Harry.
– Com o maior prazer. Eu vi o vídeo da sua falsa morte, ficamos impactados com a violência que eles foderam você, foi difícil conviver com eles, enquanto se recuperava? Deve ter doido né, você se recuperou 100%? – Harry fecha os olhos tentando esquecer aquela noite, enquanto sente as dores daquela tortura. – Eu não vou me perdoar tão cedo, por falhar em acreditar que você tinha morrido e se o meu amigo morrer, eu juro que você será ressuscitado quantas vezes for possível, até que não tenha mais partes do teu corpo que eu possa arrancar. – Diz ele terminando de arrancar todos os dentes restantes.
– Infernoooo. – Grita Harry desesperado, cuspindo sangue. – Me matem logo, eu mereço. Quer saber, Ethan, eu estuprava a puta da Katherine, dia e noite, eu fodia ela de todas as formas que você pode imaginar e depois batia nela, até ela desmaiar de dor. – Provoca ele buscando pela morte e tudo que ele recebe, são dois socos na cara que Ethan lhe dá.
– Você pediu por isso. – Ethan senta-se na frente dele, pega uma agulha de dar pontos, coloca a linha e costura os lábios de Harry lentamente, sentindo prazer em machucar aquele homem, ele não consegue sentir remorso ou qualquer tipo de sentimento naquele momento. – É muito melhor assim. – Diz ele escutando apenas os grunhidos de dor, ele pega o facão e termina de cortar a ponta dos dedos restantes, Harry tenta gritar, mas a boca não abre, apenas as lágrimas e o ranho escorrem, Vincenzo faz o mesmo na outra mão. – Assim que eu gosto, sem identificação. Que você acha Vincenzo?
– Acho que por hoje está ótimo! Vamos deixar ele sentir as dores. – Conclui Vincenzo observando Harry se contorcer de dor.
– Martin, amanhã quando eu chegar, quero ele de banho tomado, odeio pessoas fedorentas. Doutor, não deixe esse filho da puta morrer, alimente ele por sonda, sei lá, você é o médico, resolva isso. Até amanhã, Harry! – Diz Ethan dando leves tapinhas na cara dele, enquanto exibe um sorriso diabólico.
Eles passam na casa de Vincenzo para se limparem, pois, não querem que suas mulheres os vejam daquele jeito, Katherine e Grace estão no jardim da casa conversando.
– Aí Katherine, eu adoraria olhar pela porta e ver a Isabella entrando, com aquele sorriso contagiante. Quando você não estava aqui, ficamos tão próximas, eu entendi o jeito que ela costumava ser e quando enfim ela se libertou e decidiu viver, a vida a levou.
– Foi o Harry, foi aquele filho da puta que fez isso. – Diz ela deixando as lágrimas escorrerem. – Eles acharam que o Harry estava morto, como eu te contei, mas esse Infeliz voltou do inferno e tirou a vida da Isabella. E agora os homens que amamos, devem estar torturando aquele filho da puta. – Grace leva as mãos a boca, perplexa com tudo aquilo, ela ainda está aceitando a vida que Vincenzo leva.
– Mas que filho da puta. – Grita ela, eu quero torturar ele também, quero encher a cara deles de tapa e ver ele sofrer. – Ela está chorando desesperada e Katherine a abraça.
– Eu também, quero muito isso. Eu odeio ele, agora eu consigo entender o porquê Ethan faz essas coisas, porque tudo que eu quero é causar dor ao Harry.
– Como pode alguém ser tão maldoso assim? O que Isabella fez para ele? Para merecer isso? Eu sempre soube o quanto ele é doente, fiquei chocada ao saber dos abusos que ele cometeu e agora ainda vem mais essa, um assassino, jamais esperei por isso. – Diz ela sem controlar suas lágrimas.
– Ele vai ter a morte merecida. – Ethan e Vincenzo se juntam a elas no jardim.
– Novidades sobre Andrew?
– Nenhuma meu amor, ele segue no mesmo estado. – Responde Ethan desanimado.
– Digam que vocês mataram ele, que torturaram ele até a morte. – Grace fala cheia de raiva e Ethan e Vincenzo trocam olhares.
– Nós não vamos falar disso com vocês! – Responde Vincenzo. – Ele está recebendo todo o castigo possível, não se preocupem.
– Ethan, e notícia sobre a tua família? Alguma novidade?
– Não, mas não se preocupe com isso meu amor, você está segura aqui, elas não têm como entrar.
Eles passam o resto daquele dia juntos, Grace e Vincenzo passam a noite ali, pela manhã eles tomam café e vão juntos para o hospital.
– Já íamos ligar para vocês. – Diz o médico se aproximando deles na recepção. – O senhor Wood acordou há algumas horas, em breve ele irá para o quarto e vocês poderão ficar com ele. – Ao ouvirem aquela notícia os casais se abraçam não contendo as lágrimas de felicidades.