Capítulo 125
1522palavras
2023-05-08 20:39
Reino de Wisdy
Felix Fire
Felix e seus companheiros estavam longe de casa há cerca de um mês, todos retornavam revigorados e felizes, havia sido uma boa viagem e tudo tinha corrido como o planejado.
Os homens estavam próximos do castelo de Diego, e mal podiam esperar para contar a todos o que havia acontecido.
Félix estava com várias cartas para entregar a Cateline, ele sabia que ela ia adorar lê-las assim como comer os doces e conservas feitas por sua mãe e irmã, ele imaginava como a mulher devia estar linda com a barriga que crescia mais a cada dia, ele contava os segundos para ficar ao lado de seu amor. Seu coração estava batendo rapidamente, a saudade era demais...
Zebeu, estava ansioso também para ver como a gravidez de Cateline estava indo, ele sabia que seria diferente das gestações habituais, mas ela era humana, precisava de cuidados de um dos seus.
O portão do castelo se abria, e Félix já percebia algumas mudanças, havia algo de diferente ali.
Haviam menos homens e todos estavam cabisbaixos, pareciam ter acabado de vir de um funeral.
Eles prosseguiram em direção ao estábulo e guardaram seus cavalos, estavam cansados da longa viagem.
Alguns dos soldados se aproximavam os cumprimentando, todos estavam com saudades e preocupados.
Eles começam a conversar, compartilhando as experiências e detalhes da viagem, alguns dos lobos vendo que Zebeu estava ali, o ignorava, mas Tomás e Fabrício chamavam a atenção dos soldados, eles tinham criado intimidade com o velho curandeiro, e não aceitariam que faltasse com respeito com o mesmo.
Félix já não suportava mais esperar, ele deixava todos ali no pátio e ia em busca de sua amada.
No caminho ele acabou esbarrando com o seu pai, que congelava ao ver o filho.
— Pai!..
Félix dava um enorme sorriso e andava em direção o Alfa abrindo os seus braços para o abraçar, sem nem mesmo reparar nos ferimentos no homem que ainda se cicatrizavam, haviam apenas alguns dias que o castelo havia sido invadido, e Félix andava despreocupado com aquele sorriso no rosto sem nem mesmo saber.
Quando Félix se aproximou, Diego o golpeou no rosto fortemente, ele permaneceu sério, sem falar nada.
— Que merda foi essa?!
Félix perguntava colocando a mão no rosto, sentindo a ardência, agora que ele olhava para o seu pai, ele via os ferimentos em seu corpo, alguns ainda profundos.
— O que aconteceu?
O lobo olhava confuso, agora ele entendia o porquê da expressão fria de seu pai, algo havia acontecido, por isso todos estavam tão tristes e para baixo.
Na mesma hora ele pensou em Cate, ela estava bem? Algo tinha acontecido com ela?
— Foram os ICES?
Felix perguntava cerrando os dentes, ele sabia que aqueles malditos iriam tramar algo mais cedo ou mais tarde.
Diego dizia irado.
— Por sua causa! Os sarnentos dos ICES invadiram! Eles limparam a prisão, e ainda quase causaram um aborto em Cateline! Se voce tivesse sossegado seu maldito rabo onde voce deveria estar, nada disso teria acontecido!
Diego gritava, ele estava transbordando de ódio, seu filho não estava ali quando o seu povo e esposa precisaram, ele havia feito a sua escolha. Quis ajudar os humanos, um assunto que não envolvia os Fires, os lobos não tinham nada a ver com as guerras deles, Diego estava com raiva do seu filho, por ele ter lutado lá, em vez de proteger os seus.
— Eu… concluí a missão com êxito! Eu não estava passeando, estava em uma guerra! Eu sou apenas UM! entendeu? Eu não consigo fazer tudo!
Felix retrucava gritando, ele estava cansado, ele sabia de suas responsabilidades, mas infelizmente não teria como saber sobre o ataque.
Diego colocava a mão em sua testa pensativo, e começava a falar mais calmo, ele sabia que havia exagerado, mas ele precisava dizer aquilo, a responsabilidade como Alfa já era pesada demais em seus ombros, e agora Félix havia deixado sua esposa e filho sob os seus cuidados, ele estava quase enlouquecendo.
Diego suspirava, e Félix percebia que o seu pai estava no limite, ele não estava falando aquilo por mal. Ele só queria que o filho soubesse o quão difícil foi para ele, o Alfa tinha que pensar em todos, e ainda assim se preocupou a maior parte tempo da luta em sua nora, ele ficou com medo que algo acontecesse com ela e o bebê, Diego passava a mão no rosto por um momento, se acalmando.
O Alfa dava alguns passos até Félix, o abraçando fortemente, e enquanto o abraçava ele falava no ouvido do filho.
— Há um traidor aqui Félix… Alguém aqui delatou que você não estava no castelo… Tome cuidado com quem fala… Ninguém é mais confiável meu filho, temos que descobrir quem é essa pessoa e executá-la, temos que fazer isso em segredo.
O Alfa falava sério, e logo soltava o seu filho. Félix encontrava os olhos do seu pai, seus olhos quase saltaram de sua face surpresos... um traidor? Outro sem ser Amanda? Mas quem seria? Não seria possível, ele tentava dizer algo, mas o olhar sério do pai fazia ele se calar, os dois não podiam falar sobre aquilo ali.
Diego continuava.
— Fico feliz que tenha voltado vivo. Agora vá ver Cateline, ela não para de perguntar sobre você... Depois peço para lhe chamarem, mas por hora, veja sua esposa.
Diego dizia dando um leve sorriso.
Ele sabia que seu pai disse às duras palavras porque estava irado, ele havia o deixado naquela luta sozinho, ele precisava do filho.
Diego estava feliz por Félix ter retornado, agora, havia mais coisas do que nunca a serem resolvidas.
Felix colocava a mão no ombro do seu pai assentindo e dando um leve sorriso para ele...
Logo depois, Diego saia dali e Felix ficava em alerta, ele precisava descobrir quem era o maldito traidor e mata-lo o quanto antes.
O lobo corria até o seu quarto, ele precisava ver Cateline, ele estava preocupado com a sua amada.
Ao chegar, ele logo via um soldado na porta, ele conhecia o homem e sabia que ele era uma boa pessoa, não podia ser ele o traidor..
Félix abria a porta rapidamente, ao entrar os seus olhos se dirigem a Cateline deitada na cama, ela estava dormindo, Felix respirava aliviado, ela não estava ferida.
O homem entrava e andava até a cama, Cristina permanecia ao lado da mulher o tempo todo.
— Senhor Felix! Que bom que voltou!
Cristina se curvava mostrando respeito, ela estava visivelmente feliz por vê-lo ali, agora sua mestra ficaria melhor, ela estava sem apetite e triste por conta da ausência de seu marido.
— Obrigada por cuidar dela...
A criada dizia contente.
— Fico mais do que feliz em servir minha mestra, com sua licença, senhor.
Cristina saia deixando Félix a sós com Cateline no quarto, ele estava com saudades, mesmo com sua esposa dormindo, ele se aproximava de seus lábios e os beijava.
Ela estava linda, seus longos cabelos castanhos soltos cobriam os seus ombros, seus lábios rosados, sua pele pálida por conta do frio e falta de sol, ela devia estar deitada ali a uns dias.
A mulher gemia, e mexia um pouco na cama, acordando.
— Felix?!
Ela dizia baixinho, Cateline não acreditava que era o seu amado, será que ela estava sonhando?
A mulher se levantava e sentava na cama, abraçando o homem intensamente, e ele fazia o mesmo, os dois sentiam o calor um do outro, o toque da pele macia, eles se conectavam, era algo inexplicável, como se um pertencesse ao outro. Ele sentia o coração dela bater tão rápido quando o seu, Félix suspirava feliz por estar com sua amada, agora ele se sentia completo, e iria recompensar o tempo que estava fora.
— Eu estava com tanto medo Felix… de perder nosso bebê… ele estava mexendo, e eu não sabia o que fazer... minha barriga doeu tanto que eu...
Cateline falava chorando entre soluços, ela havia ficado em pânico na noite da invasão, a dor era muita e ela achava que não iria suportar.
— Por favor não chore… eu estou aqui agora… você precisa descansar… eu vou cuidar de você, hoje é sempre meu amor.
Félix dizia apertando a mulher em seus braços mais e mais, o cheiro dele a acalmava, ela sentia saudades de sentir todas as noites e agora ele estava ali, seu amado Félix.
Félix conversava com a mulher por um tempo, os dois permanecem abraçados, ele contava como tudo aconteceu, sobre as cartas e os presentes, ele sentia que o coração da humana ficava mais calmo, ela precisava relaxar.
Ele percebia como a barriga da mulher havia crescido, era incrível como tinha um ser ali, crescendo e se mexendo, louco para sair.
O lobo brincava com a esposa a enchendo de beijos e carícias, e os dois sorriem, ele percebia que ela estava melhor, graças a seu pai e os outros lobos ela estava bem.
Tinha muitas informações que ele precisava recolher ainda, sobre o dia da invasão, aquilo não poderia ficar daquele jeito, tinha algo acontecendo por trás daquilo tudo, o lobo iria investigar.