Capítulo 117
1120palavras
2023-04-29 00:28
Amanda Fire na prisão.
Faziam semanas que Amanda estava presa, sua alimentação era basicamente pão e água, como de qualquer outro prisioneiro ali.
Dentro das grades, ninguém era melhor que ninguém, todos eram ladrões, assassinos e traidores, de nada servia seu título de concubina mais.
— Eu preciso de algo para comer! Vocês estão matando uma mulher grávida de fome! Seus monstros!
Ela gritava toda vez que os guardas passavam.
Seus cabelos estavam bagunçados e duros de tão embaraçados que se encontravam, sua roupa e corpo estavam sujos, o lugar era fétido e podre. Havia somente uma cadeira minúscula ali no canto e um pano no chão para a loba dormir, nada mais que isso...
Os guardas davam risada quando passavam em frente a cela da mulher, zombando dela.
— Aproveite o pão! Logo sua execução será feita, loirinha traidora.
Eles davam gargalhadas enquanto falavam.
A mulher rosnava de ódio e se debatia nas grades, ela estava fora de si. Ela queria acabar com eles.
Amanda dizia cuspindo as palavras para eles, ela queria que todos ouvissem, principalmente Cateline.
— Eu irei matar aquela outra! O bebê de Félix será meu! Eu serei a mãe dele!
Amanda gritava enquanto acariciava sua barriga, ela já havia perdido a sanidade. Estava louca...
— Aqueles malditos! Prometeram me ajudar caso algo desse errado! Onde eles estão agora que tanto preciso? Bando de idiotas.
Ela continuava a falar, mas logo alguém mexia na porta da cela.
A loba se virava apressada se assustando.
Era o curandeiro Thedeu, junto a alguns guardas.
— Segurem a mulher, sei que ela não irá cooperar com o exame, terei que fazer de forma difícil.
Thedeu falava com o seu rosto tristonho, ele lamentava ver a mulher daquela forma, ele a conhecia antes de se tornar aquilo, a loba nunca foi flor que se cheirasse, mas pelo menos antes ela não era louca e possessiva como agora.
Os guardas abriram a cela e pegaram ela pelo braço, com força.
— Me soltem, seus cães sarnentos!
Amanda gritava enquanto se debatia, os guardas tentavam a segurar mas ela se forçava a se soltar, quando um dos homens se distraiu por um segundo a mulher o mordeu, ferindo o seu braço.
— Sua maldita!
O homem gritava soltando, e a mulher se soltava tentando sair da cela correndo.
O outro guarda conseguia a alcançar e a puxava pelo braço com força, ele dizia com raiva para a loba.
— Você não vai fugir!
Ele a jogava no fundo da cela novamente com violência, fazendo a loira cair ao chão xingando todos eles, o curandeiro ficava assustado com tudo aquilo que viu, a mulher parecia ter se tornado um animal.
Eles tentavam novamente e dessa vez conseguiam a imobilizar, o curandeiro se aproximava e fazia um corte na mão da mulher, retirando algumas gotas de sangue e colocando em um recipiente, era a única forma.
Os guardas a soltavam, e saiam da cela rapidamente, ali mesmo na mesma hora o resultado estaria visível para todos.
Amanda não estava grávida, todos sabiam disso, mas precisavam confirmar para marcarem a execução.
Amanda olhava o recipiente com seu sangue e dizia com ódio.
— Isso é mentira! Vocês estão tentando matar o meu bebê! Eu não vou permitir! ele é meeeeu! O filho do Félix é meu!
Amanda gritava histérica segurando sua barriga, ela se debatia e balançava seus cabelos embaraçados enquanto berrava, assustando todos ali.
— Pobre mulher…
O curandeiro falava ao sair da prisão, levando o resultado final ao Alfa.
Um dos guardas que havia se ferido pela loba dizia antes de sair.
— Sua cadela nojenta, eu mesmo queria acabar com você aqui, serei o primeiro da fila ao ver você sendo executada...
Ele dizia em fúria, até o anoitecer a ferida da mordida já teria cicatrizado, mas ele queria fazer a mulher pagar.
Amanda fechava os olhos com raiva, sentindo nojo de todos ali, ela queria sair e se vingar de todos.
Na suíte do Alfa.
Diego já aguardava Thedeu com os detalhes finais do exame, ele queria executar a mulher o quanto antes.
O curandeiro batia na porta, e o Alfa dava permissão para que ele entrasse logo em seguida.
— E então?
O Alfa perguntava mexendo nos papéis de sua mesa.
O curandeiro se aproximava do alfa, colocando o recipiente na mesa dele.
— Ela não está grávida senhor…
Thedeu foi direto enquanto falava, ele sabia que Diego não gostava de rodeios.
Diego olhava para o recipiente confirmando o que o curandeiro dizia. Ele se sentia aliviado ao confirmar, olhando para o teste, ele já suspeitava que a Amanda estivesse mentindo, nada que saísse da boca dela tinha credibilidade.
O Alfa estava mais relaxado ao saber sobre a falsa gravidez, em breve ela seria executada pelos seus crimes, por traição contra a tribo Fire, por se aliar com um inimigo e por quase matar Felix, seu único filho e próximo Alfa.
— Certo… ela será executada daqui duas semanas… eu mesmo serei o carrasco.. informe a data a todos, assunto encerrado.
Diego falava sério, olhando para o curandeiro, que assentiu, ele tinha pena da mulher, ela fazia parte da tribo, mas ele precisava respeitar as regras e leis, a loba havia tentando matar o filho do Alfa, e precisava ser julgada de forma rígida.
O curandeiro se despede do Alfa, o deixando só no quarto.
Diego iria prosseguir com a execução de Amanda com vigor, todos iriam ver de perto o poder do Alfa, ver o quanto ele era rígido e severo com as regras do reino, Amanda foi a única depois de tanto tempo em ir contra as regras e leis, ela foi contra a tribo e o seu próprio Alfa, algo que era pago com a morte.
Diego não estava contente com tudo aquilo, era triste ver um dos seus sendo um traidor, ele nunca havia imaginado que a loira tivesse coragem de cometer tal coisa, porém aconteceu, e não havia nada que o Alfa pudesse fazer, a não ser executá-la.
O Alfa não queria que as notícias se espalhassem, ele faria de tudo para que a tribo Fire permanecesse calada sobre a traição de Amanda, logo todos do castelo saberiam sobre a execução da traidora, e ele esperava que aquilo servisse de exemplo, para que todos vissem que as leis deviam ser seguidas.
Diego se sentava na cadeira e decidia beber algo para não pensar no momento... ele tinha muita coisa a fazer... tinha que estar com a mente aberta a todos negócios a serem resolvidos...
Ele arfava jogando os seus longos cabelos para trás, e coçava sua barba que estava crescendo,ele enchia seu copo e olhava sério arqueando a sobrancelha para as pilhas de papéis.