Capítulo 98
1522palavras
2023-04-28 23:59
Reino de Aftermoon
Lucinda e Joaquim Brown
— Diga… meu filho… quais suas ide…ias ..
O Lorde Sirio soluçava enquanto falava, seus olhos estavam cansados.
— Pai.. como o senhor sabe, eu me casei com a Lady Francesca Flowers, a única filha de um de nossos reinos aliados mais ricos, nossas forças cresceram consideravelmente…
Helton falava, e seu pai concordava enquanto bebia.
— Eu tenho dado a esse reino mais segurança e estabilidade, assim como proteção, e acredito que o senhor concorda comigo..
Lorde Helton continuava, e Joaquim franzia as sobrancelhas cada vez mais, sem entender aonde ele queria chegar.
Sirio, assentiu com a cabeça a todo momento, ficando de acordo Helton, que ainda falava.
— Tenho certeza que se fosse eu o pai da criança que Lucinda tem no ventre, todos os Reinos que recusaram ser nossos aliados, correriam loucos, implorando para se juntar a nós, já que a muitos anos os reis e lordes não tem herdeiros, seria uma honra para eles nos servir… um Reino com o sucessor para continuar a governar depois que todos morrerem, poderíamos até casar a criança com algum rei do exterior..
Helton falava sem escrúpulos, Lucinda olhava boquiaberta desesperada para Joaquim, que estava da mesma forma, já o Lorde Sirio, ouvia atentamente, o álcool o anestesiou e ele já não pensava com tanta clareza, mesmo que forçando para isso.
Joaquim se levantava furioso batendo as mãos na mesa, fazendo com que Helton parasse de falar.
— O que você quer insinuar com isso?
Joaquim gritava assustando todos que estavam na sala, alguns dos soldados dão um passo à frente, Lorde Joaquim conseguia vê-los pelo canto do olho.
— Acalme-se meu irmão, estou falando com nosso pai…
Helton dizia com um sorriso em seu rosto, provocando seu irmão mais novo.
Lucinda olhava os soldados ao redor próximos, sem saber o que fazer caso eles avançassem em sua direção.
Lucinda temia que eles obrigassem ela ficar ali, Joaquim estava irado, ele sabia que seu irmão faria de tudo para o infernizar e tomar tudo que ele tinha.
Lorde Sirio, já cambaleava sentado na cadeira, mas ainda parecia ter um pouco de consciência em si.
— Meu filho…. Ela é esposa de seu irmão, você terá seu filho quando for hora..
Sirio falava, levando a taça à boca, mas ao perceber que ela estava vazia, ele a vira, sinalizando que não havia mais nada ali.
O sorriso no rosto de Helton desaparece e ele começa a questionar o seu pai, Joaquim ainda estava em pé em frente a eles, seus punhos estavam cerrados.
— Pai.. acredito que o senhor não tenha entendido… eu tenho mais influência que Joaquim, e sou o próximo na linha de sucessão, eu adotaria a criança como meu filho, pense no seu Reino e no poder que teríamos… tenho certeza que Francesca seria uma ótima mãe junto a Lucinda, as duas seriam minhas esposas… uma cuidaria da parte financeira e a outra seria reprodutora.. Lucinda é apenas uma plebeia, afinal..
Helton falava olhando para Lady Lucinda com seu sorriso malicioso no rosto, ela se preparava para se levantar e sair dali, mesmo com todos aqueles soldados ao redor, a mulher sabia que aquilo acabaria em uma luta.
Joaquim aguardava bravo que seu pai respondesse Helton o repreendendo, mas parecia que o velho havia caído na tentação após ouvir tais coisas.
— Vendo por esse lado…
Lorde Sirio começava a falar, mas Joaquim o interrompia.
— Já chega! Eu estou cansado dessas asneiras, Lucinda não se casará com ninguém, ela é MINHA esposa! A não ser que você queira começar uma guerra! Eu estarei me retirando agora ! Não quero mais ouvir quaisquer coisas a respeito.
Joaquim falava saindo da mesa, a presença dos soldados não o intimidou, a raiva do homem era tanto que se alguém atravesse se aproximar, ele o mataria sem hesitar.
— Vamos querida, iremos para casa..
Joaquim ia até Lucinda, estendendo sua mão, a ajudando a se levantar.
Enquanto o casal andava em direção a porta, seu irmão Helton falava alto.
— Ainda não terminamos essa conversa!
Joaquim se virava, parando para o responder.
— Se ousar falar mais alguma coisa, eu juro que irei te matar.
Ao falar isso, os soldados dão um passo à frente, ameaçando atacar.
Joaquim permanecia firme, e saia da sala junto a sua amada que tremia de medo, Lucinda achava que seria presa e arrastada para algum quarto pelos soldados.
Ao pegar na mão de sua esposa, ele sentia o quanto estava fria e trêmula, ele apertava fortemente tentando passando segurança, eles vão direto para sua carruagem e pelo caminho, os guardas os seguiam, segurando suas armas.
Lucinda olhava ao redor, apressando seus passos, com medo de ser golpeada de repente.
— Joaquim….
Lucinda falava baixo assustada o seguindo.
— Tudo bem querida, eles não são loucos de tentarem algo..
Ele passava o braço por cima do ombro de sua amada, eles finalmente chegam na carruagem, lá estavam Zebeu e o cocheiro que joaquim havia contratado no povoado conversando, eles se assustam vendo a quantidade de soldados seguindo o casal, o cocheiro rapidamente correu até a porta da carruagem a abrindo para que Lucinda entrasse, ela correu quando estava a alguns metros, e Zebeu a ajudou a subir, entrando logo depois com os olhos arregalados.
— O que aconteceu? Por que esses soldados estão aqui?
Zebeu perguntava a Lucinda que não parava de tremer assustada, com seus olhos cheios de lágrimas.
— Helton quer meu filho!
Lucinda não conseguia se segurar e começa a chorar, Zebeu ficava pasmo e tentava a confortar passando a mão em suas costas, o que ele temia aconteceu, os nobres se matariam para ter a criança, será que Joaquim seria forte o suficiente para protegê-la?
Joaquim andava calmamente até a carruagem, seu olhar era frio e seu andar firme, ele não falava nada, em seus olhos podia ver a fúria transbordando, ele pegava a sua espada que estava dentro da carruagem, dando um beijo em sua esposa, limpando suas lágrimas com a mão enquanto acariciava seu rosto.
— Fique tranquila querida, daqui a pouco chegaremos em casa..
Ele falava e logo fechava a porta da carruagem a trancando, sem nem mesmo aguardar a resposta de sua amada, a chave é entregue ao cocheiro.
— Não abra a porta da carruagem até que esteja dentro dos muros do meu castelo! Não pare por nada!
Joaquim falava ao cocheiro que tremia assustado vendo os soldados se aproximando, ele assentiu concordando, ele iria o mais rápido possível para o castelo de Joaquim.
O cocheiro, que era um velho baixinho, subia correndo ao assento para guiar os cavalos, Joaquim subia junto a ele, o velho batia forte as rédeas dos cavalos, que corriam rápido em direção a saída.
De longe Joaquim avistava o enorme portão, que estava fechado, havia cerca de quatro soldados ali, como guardas.
O cocheiro diminuía a velocidade e Joaquim pulava ao chão, andando rapidamente com sua espada na mão em direção aos soldados.
— Abram o portão!
Joaquim gritava, e os soldados que estavam de guardas ao verem a movimentação atrás da carruagem, hesitam, sacando suas espadas.
Dois deles avançam em direção a Joaquim, eles o atacam dando golpes de espadas, que são bloqueados pelo Lorde, ele chutava o peito de um dos soldados com seu pé, e golpeia o outro com seu cotovelo, os derrubando no chão.
Joaquim continuava andando em direção aos outros dois, seu sangue fervia, ele queria matá-los, mesmo sabendo que eles apenas seguiam ordens.
— Abram o maldito portão! Não vou repetir novamente… – o homem gritava para eles furioso, Joaquim tirava alguns fios suados do seu rosto e encarava os homens à sua frente. Ele sentia seu sangue quente, a adrenalina subir, ele queria que eles se rendessem, não queria os ferir, mas faria se eles não recuassem, ele iria proteger sua amada a qualquer custo.
Os dois soldados olhavam um para o outro indecisos, ao verem que Joaquim avançava em suas direções, um dos soldados corria gritando até ele, tentando acertá-lo.
Mesmo Joaquim não sendo tão forte e não gostando de lutas, ele sabia se defender, era o mínimo para um nobre que um dia estaria à frente em uma guerra.
Joaquim desviava, dando uma joelhada nas partes baixas do soldado que cai gemendo de dor, o último soldado, parecia ser o mais covarde, ao ver seu amigo no chão e Lorde avançando em sua direção, ele simplesmente jogava a sua espada se rendendo.
Ele corria e abria os portões, permitindo que a carruagem passasse.
Joaquim, pulava se segurando na carruagem, o cocheiro o ajudava a subir, ele estava suado e sua respiração era ofegante, nem parecia o mesmo nobre calmo e delicado.
Naquele momento o nobre que não gostava de batalhas e guerras via que não havia outra saída a não ser lutar, ele cerrava forte seu punho, apertando o cabo da espada.
Agora ele deixaria a espada falar em seu lugar, nada iria interferir em sua vida, e se fosse preciso para ter paz, ele mataria a metade de seu reino para isso, uma guerra estava prestes a começar.