Capítulo 95
1496palavras
2023-04-28 23:52
Se passam alguns minutos e Cristina retorna com alguns outros criados, eles chamaram o curandeiro, mas ele demoraria um pouco para chegar.
Enquanto isso, eles limpavam e tentavam alimentar o homem, que aparentava não melhorar.
Alguém bate à porta, quando Cristina abre, um dos guardas de Diego se revela atrás da, ele olha para dentro do quarto e avista Felix deitado, o homem adentra ao quarto na mesma hora, sem nem mesmo pedir, empurrando a criada.
— O que está acontecendo aqui?
O guarda diz com sua voz forte e rouca.
Cristina fica desesperada tentando explicar a situação ao homem, ela sabia que a culpa de tudo seria jogada na humana, mas ao olhar para Cateline, a serva percebe que a mulher estava calma, ela já sabia de tudo, em seu rosto Cate expressava seriedade, parecia que nada podia a abalar, ela havia sido enganada todo aquele tempo, era visível sua indignação.
O guarda ao perceber que sua presença não havia surtido efeito, sai do quarto rapidamente, provavelmente ele estava indo até o Alfa, foi o que Cristina pensou.
Ela temia pela segurança de Cateline, já que não sabia como as coisas iriam se desenrolar a partir dali.
Não demora muito e Diego chega cercado de homens, todos seus soldados.
Ele entra no quarto e a primeira coisa que repara é em Félix, que estava na cama adormecido.
O Alfa olha para Cateline que permanece calada o observando, o quarto permanece em silêncio por alguns segundos, até que Diego dá alguns passos para próximo da cama, se direcionando para a humana.
— O que você fez com meu filho?… sua humana maldita!
Diego deixa escapar um grito de ódio, que fez todos ali estremecerem, Cateline já não suportava mais, ela se levanta na mesma hora, gritando de volta para Diego.
—Eu?! fiz o'que seu povo não fez! ele estava definhando quando veio até a mim… e onde você estava?
Ela grita dando alguns passos à frente, ela não tinha medo do homem, muito pelo contrário, ela mostraria a ele, que mesmo humana, ela era mais forte que qualquer lobo presente.
O sangue do Alfa ferve e seu rosto ficou rubro de raiva, antes mesmo dele responder, Cateline continua.
—Alguem pois algo na bebida de Félix ontem… na reunião! e eu vi quem foi…. Amanda! ela estava com ele a noite toda, ele foi levado para o quarto por ela nesse estado, e ninguém fez nada!.... Não venho colocar a culpa em mim.. se nem mesmo pude ir a festa! Se fosse eu ao lado dele, nada disso teria acontecido!
Cateline estava raivosa, pronta para pular em qualquer um que se atrevesse a chegar perto, por um instante ela sente uma dolorosa pontada na barriga, e a segura imediatamente.
O Alfa percebe e tenta se aproximar, o homem sabia que a responsabilidade era dele e da concubina que acompanhou seu filho naquela noite, mas ele odiava ter sua atenção chamada na frente de todos daquela forma.
—Não se aproxime! Mesmo ele não sendo completamente humano, eu consigo cuidar dele sozinha!
Cateline diz ainda furiosa, se sentando na cama ao lado de Félix, passando a mão em sua barriga que começava apontar, como a gravidez dos lobisomens era mais agressiva, a humana sentia mais os efeitos, assim como o bebê que crescia de forma mais acelerada.
Diego dá um passo para trás, por alguns segundos ele havia visto sua Freya a frente, ela era assim, decidida e estressada, nada a abalava, naquele instante ele via que a humana não era como ele imaginava, ele não sabia como, mas a humana sabia sobre os lobisomens, e mesmo assim, continuou ali, cuidando de seu filho, ela não era como os outros humanos que ele havia conhecido.
Diego coloca sua mão na cabeça suspirando fundo, e fala aos soldados.
— Achem Amanda e a prendam em seu quarto por hora, eu irei verificar isso pessoalmente!
O Alfa fala e o silêncio toma conta do quarto , ele fica meio cabisbaixo, sem acreditar que uma de seu sangue havia feito tal coisa a seu filho, havia uma traidora ali, e não era a humana.
— E quanto a humana?!
Um dos guardas pergunta a Diego, que responde sem olhar para trás, saindo para o corredor.
— Deixem ela em paz cuidando do meu filho..
O Alfa sai, e Félix permanece deitado com Cateline a seu lado, enquanto guardavam o curandeiro .
Se passavam algumas horas e Cateline ficava cada vez mais preocupada com seu amado, o curandeiro ainda não havia chegado, e tudo que podiam fazer para aliviar as dores e a febre de Félix era uma compressa fria com alguns panos.
Cateline ficava a todo tempo ao lado do homem, esperançosa.
Quando era quase noite, finalmente tiveram notícias que um curandeiro local havia chegado a mando do Alfa.
Ele chegava e rapidamente ia até Félix, o cheiro humano de Cateline o distraía por um momento, ao olhar para a mulher, ele é confrontado por olhares penetrantes de Cristina, a criada estava ao lado de Cateline, o velho entende o aviso, e evita fazer perguntas.
— Desde quando ele está assim?
O velho curandeiro perguntou enquanto examinava o lobo, era visível que sua situação era grave.
Cateline então tomava a frente e falava o que sabia até o momento.
— Ontem teve uma grande festa, e ele começou a ficar assim após tomar algumas bebidas, acredito que alguém possa ter adulterado..
A mulher falava sem citar nomes, ela não queria espalhar nenhum rumor, pelo menos até que Diego resolvesse .
O velho coçava a barriga pensativo, e pegava algumas coisas em sua bolsa.
Cristina prestava atenção em todos os detalhes para passar a Cateline, que ainda desconhecia a ciência e magia do reino de Wisdy.
O velho pegava um pequeno frasco de vidro, do tamanho de um dedo, e colocava algumas gotas de suor da testa de Félix, Cateline percebe que havia algum tipo de pó branco dentro, quando o suor do lobo encosta no fundo do frasco, uma fumaça avermelhada sobe, como uma pequena explosão.
Cristina dava um passo para trás, cobrindo sua boca, Cateline não entendia a gravidade do resultado, e perguntava .
— O que isso significa?
O velho olhava para a Cristina, sem saber se poderia respondê-la, eram informações importantes que nas mãos erradas poderiam causar a destruição dos lobisomens, ele hesitava ao ver que a mulher era humana, mas Cristina assentiu com a cabeça, permitindo que ele falasse.
— Ele ingeriu pó de Ônix, algo que pode causar a morte de um lobo, quem deu isso a ele?
O velho perguntou sério, era quase impossível encontrar tal coisa no reino de Wisdy, quem deu isso a ele, provavelmente estaria se envolvendo com inimigos.
Cateline não entendia muito bem, como uma pedra poderia matar um lobisomem? Mas ela ficou quieta, tudo que ela queria era que Félix voltasse ao normal.
Todos na sala permaneciam calados, eles temiam que houvesse um traidor entre eles.
O curandeiro voltava a falar, mesmo sem receber nenhuma resposta.
— Temos que desintoxicar… por hora deem muita água… irei buscar alguns elixires no povoado ..
O curandeiro saia, deixando todos ali preocupados, apenas Cateline e Cristina sabiam quem era o verdadeiro traidor, elas precisavam dizer a Diego o mais rápido possível.
As criadas continuavam a tentar fazer com que Félix tomasse a água, mas ele estava cada vez pior, eles torciam para que o velho curandeiro voltasse logo.
A noite chegava e finalmente o curandeiro trazia seus elixires, o Alfa o acompanhava.
Pela expressão no rosto de Diego, o Curandeiro já deveria ter contado tudo a ele.
Os dois entram e se sentam em cadeiras próximas à cama onde Félix estava, Diego evitava ter contato visual com Cateline, que faz o mesmo.
O curandeiro começava a fazer a limpeza em Félix, a magia em seu corpo estava sendo comprometida por conta do bloqueio que a pedra causava, eles tinham que agir rápido, um lobisomem não vivia sem magia, se ela se fosse, sua vida iria junto.
Ele passava alguns óleos no corpo do lobo para que sua pele absorvesse, e pingava um líquido esverdeado em seus olhos, após isso, ele falava algumas palavras estranhas em uma língua que Cateline desconhecia. Ela acreditava que era alguma língua dos lobos ou mágica.
Ela se assustava, mas permanecia ali, ao lado de Félix, ela sabia que precisava aprender tais coisas, seu filho seria um deles, e ela queria aprender tudo que pudesse.
O velho curandeiro repetia o processo por alguns minutos, até que terminava, ele se levantava e ia até o Alfa, falando algo em seu ouvido.
Os dois se levantam, e antes de sair pela porta, Diego para, e fala a Cateline.
— Nós já encontramos Amanda, ela está em seu quarto presa por hora… amanhã começaremos as interrogações.
O Alfa falava, e se vira indo embora, Cateline olhava para Cristina que dava um breve sorriso sem graça à mestra, finalmente Amanda iria pagar por tudo