Capítulo 93
1485palavras
2023-04-28 23:50
Tribo fire
Reino de Wisdy
Cateline Fire
Cateline ficava um tempo ali, escondida, tremendo de frio e medo, ela temia que algo lhe acontecesse se o tal do homem a achasse, de qualquer forma seria melhor ela aguardar até que Cristina aparecesse... ela precisava confiar em sua criada.
Alguns minutos se passam e a porta é aberta, Cateline levava a mão a boca para não gritar, ela estava com medo, seus olhos estavam fechados, ela não conseguia olhar para ver quem havia entrado,.
— Senhora?
Era Cristina, ela falava baixo tentando não assustar Cateline, a humana se levanta correndo, indo até sua criada, as duas se abraçam enquanto Cateline dizia tremendo de medo.
— O que houve? O que foi aquilo?
Ela perguntava tentando controlar sua respiração.
Cristina acariciava as costas da mulher, dizendo se afastando um pouco.
— Já resolvi a questão com o homem, ele foi levado ao pai do Félix, eles irão conversar e ele será punido por perseguir a esposa do filho do chefe…
Ela não podia dizer a palavra "Alfa", Cateline ainda não entendia nada.
— Mas… quem era ele? o'que ele era? eu vi o rosto do homem, ele não era humano..
Cateline questionava Cristina, que permanecia séria, a humana não podia saber da verdade, não por ela.
— Tenho certeza que a senhora se confundiu um pouco… talvez por conta da correria e do susto… ele é apenas um dos convidados que acabou bebendo demais e acabou passando dos limites..
Cristina dizia ajudando Cateline a caminhar, suas pernas ainda estavam bambas, elas iriam para o quarto descansar, aquilo havia sido perigoso, por sorte Cristina conseguiu correr até alguns dos guardas a tempo enquanto era perseguida, assim eles controlaram a situação, agora Diego tinha que dar algumas explicações.
Cateline estava perdida em seus pensamentos, ela não conseguia acreditar que tudo aquilo era coisa de sua cabeça, não tinha sentido algum, a humana ficava calada tentando entender, procurando lógica na explicação de Cristina, ela sabia oque tinha visto e não aceitava ser tudo fruto de sua imaginação.
As duas andam até a suíte, e Cateline pede para que Cristina lhe prepare um chá, ela permanece pensativa em como aquela noite havia sido estranha, não só sobre Amanda, ou a perseguição pelos corredores, mas tinha algo que deixava Cateline desconfortável, ela sabia que Cristina escondia algo, assim como Felix.
Cristina sai por alguns minutos para preparar a bebida, e retorna com alguns biscoitos, já estava tarde, mas seria bom que Cateline comesse um pouco.
— Você está bem? Precisa de algo?
Cristina pergunta, percebendo o quanto Cateline estava pensativa.
Cateline negava e bebia um gole do chá, tentando não transparecer o'que sentia, de uma coisa a humana tinha certeza, ela iria embora dali, ela estava decidida, após o último acontecimento Cateline teve certeza, sua vida estava em perigo ali, ela não podia simplesmente continuar vivendo em um local tão misterioso, sofrendo com o silêncio.
— Só irei me acalmar um pouco para poder dormir… você pode se retirar agora…
Cateline respondia séria, já planejando o'que fazer para fugir dali, a criada assentiu e não insistiu mais, ela sabia que sua senhora não iria falar mais nada, por isso ela se retirou e caminhou até seu quarto, mesmo não sendo tão forte, Cristina conseguiu confrontar o lobisomem e controlar a situação, ela estava feliz por ter conseguido, ela se sentia mais forte e confiante agora que cuidava da humana e do futuro bebê da tribo, era uma enorme responsabilidade e ela se orgulhava disso.
Cateline permanece no quarto bebendo seu chá e deixava suas lágrimas rolarem um pouco, ela estava tentando se manter forte desde o início, mas aquilo havia a destruído completamente por dentro, ela se deitava um pouco na cama e se cobria tentando descansar um pouco, mas os acontecimentos martelavam em sua cabeça, ela não sabia o porquê de tudo aquilo ter acontecido, ela não queria ficar ali para descobrir, logo pela manhã ela iria embora.
O som dos pássaros na floresta acordam Félix, ele mal conseguia abrir os seus olhos, tudo estava muito claro, o homem não entendia nada do que estava acontecendo, ele tentava se levantar mais seu corpo estava pesado, ele passava a mão sobre a cama, e não encontrava nada.
O lobo não conseguia se lembrar de nada, nem mesmo da bebida que havia pego da mão de Amanda, tudo havia sido apagado de sua mente, ele tentava se levantar novamente, mas caia no chão próximo a cama, ele usava os móveis ao redor para se levantar, seu olfato que antes estava completamente debilitado parecia estar melhor, tudo que vinha na mente do lobo era Cateline, ele conseguia pensar apenas nela, de longe ele sentia o fraco cheiro da mulher.
Ele se arrastava, se segurando na parede seguindo o cheiro de sua amada, ele não via ninguém ali, parecia ser muito cedo ainda no castelo, todos dormiam depois da grande festa que havia tido ali.
O homem saia do quarto e andava até as escadas, perdendo o equilíbrio e caindo alguns degraus, ele se levantava com dificuldade, seu corpo estava dolorido, e sua visão ainda meio turva, seu corpo parecia ter se machucado um pouco, o lobo continuava a descer as escadas seguindo o fraco cheiro de Cateline que estava no ar.
Quando ele terminava de descer os degraus, um forte vento gelado batia em seu peito, ele estava sem camisa e descalço, usando apenas uma calça meio frouxa, Félix tentava olhar ao redor, e tudo que via era a neve que cobria cada centímetro daquele local, ele não conseguia ver nada além da aurora, o lobo dava alguns passos e sentia a neve afundar debaixo de seus pés, ele cambaleava enquanto andava seguindo o fraco aroma de Cateline, ele prosseguia até chegar no estábulo, onde o cheiro de sua esposa estava mais forte.
— Cateline?!
Ele perguntava zonzo, se apoiando em uma pilastra próxima a ele.
Félix percebia que havia alguém ali, mas sua visão ainda o atrapalhava, o lobo dava alguns passos e a pessoa se aproximava.
— Cateline, meu amor?!
Ele perguntava novamente e a resposta que recebia era um tapa na cara.
Félix não entendia o que estava acontecendo, até que sua amada começa a falar.
— Eu pensei que você gostava de mim… e mesmo assim… ontem… você e aquela bruxa da Amanda!...
Cateline dizia chorando entre soluços, e se virava novamente, ela estava arrumando suas malas em uma das carruagens para ir embora.
— O que?! O que está acontecendo?
O homem ficava confuso, ele não conseguia ver o rosto de sua esposa com detalhes, ele não se lembrava de nada que havia acontecido na noite anterior.
— Eu estou indo embora Félix! Eu não aguento mais …. me desculpe..
Cateline continuava a chorar, guardando suas coisas na carruagem, o lobo entrava em desespero ao ouvir sua esposa falando tais coisas e caminhava até ela se apoiando nas paredes.
— Cate… você não pode ir… o nosso filho…
Félix tentava falar, mas a tontura de anteriormente retornava, seu corpo ficava fraco, ele continuava falando mesmo assim.
— Você não entende … você não pode ir embora assim.. nosso filho nunca sobreviveria fora da tribo..
Félix falava se aproximando mais de Cateline, que ficava sem entender, a mulher sabia que havia algo de errado com seu amado, mas para ela já era demais, ela não conseguia suportar mais aquilo.
— Eu consigo criar ele sozinha ... se é o que você está tentando dizer..
Cateline focava no corpo de seu marido, e percebia que ele estava descalço, também parecia ter se machucado com algo, ela balançava a cabeça tentando não se preocupar demais sobre, ela sabia que Félix tinha muitas pessoas ali para cuidar dele.
— Não é isso, Cate… nós… não somos como vocês..
Félix deixava escapar as palavras que tanto havia escondido, talvez fosse o efeito da droga em seu organismo, anestesiando sua consciência..
Cateline que colocava suas coisas na carruagem, se vira assustada ao ouvir tais coisas, pensando ter entendido errado.
— O que você disse?
Ela perguntava a ele, que sem exitar repetia as mesmas palavras.
— Nós… da Tribo Fire, não somos humanos…
A mulher quase engolia o fôlego aterrorizada dando alguns passos para trás, ele estava falando sério? Cateline havia percebido que tudo ali era estranho, a forma de como a tratavam, as vezes que se referiram a ela como “humana”… mas porque ele havia escondido dela tal coisa? Ela ficava pasma, com a boca aberta olhando para Félix, que tentava permanecer de olhos abertos, tentando olhar para sua amada.
— Nós somos feras Cateline… Lobisomens… nosso filho não irá conseguir sobreviver longe da proteção da alcateia…
Felix dizia perdendo as forças de suas pernas, ele quase caiu, ele não podia permitir que Cateline saísse dali, ela tinha que entender que seu filho não era um simples humano, o bebê precisava de cuidados especiais.