Félix estava evitando ter contato com sua amada Cateline na frente dos moradores do castelo, ele sabia que seria arriscado, e não queria correr nenhum risco.
Em breve haveria uma reunião com os aliados da tribo, onde vários lobisomens de diversas regiões do mundo iriam se reunir para debater sobre as batalhas que ocorriam contra os humanos e os outros seres, a cada dia mais inimigos apareciam os ameaçando cada vez mais.
Seu pai, Diego, sabia que não poderia ser demonstrado nenhum tipo de fraqueza nesse dia, a maioria dos lobisomens odiava os humanos e nunca aceitariam permanecer em uma aliança onde um de seu sangue fosse casado com uma, Félix temia pela segurança de Cateline.
Ele sabia que não poderia simplesmente abandonar seu povo nesse momento de luta, mas também, não queria deixar de lado seu amor pela esposa, mesmo humana, ele a amava mais que tudo, ela carregava seu filho(a), e infelizmente isso era algo que os outros lobisomens não iriam entender, eles não poderiam saber, pelo menos por enquanto, o Alfa temia que eles desfizessem as alianças.
Félix suspirava fundo, e se preparava para uma das reuniões após o café da manhã, ele tomava o seu banho como todos os dias, e colocava sua roupa leve, mesmo com todo aquele frio e neve, seu corpo era quente, dispensando qualquer tipo de agasalho.
Ele come o bife mal passado trazido pelo servo em seu quarto, e ficava pensativo sobre a tal reunião, ele não queria ter que deixar sua esposa de lado, sentada sozinha enquanto se reunia com todos, também tinha Amanda, ele queria distância dela, essa seria a última reunião que ele a levaria,a pedido de seu pai, eles deveriam mostrar controle e conforto a todos, um local bem estruturado e calmo, por isso geralmente os comandantes e superiores levavam suas esposas e concubinas para as reuniões, era um sinal de que todos eram um só, uma família que não tinham nada para esconder de ninguém.
Seu pai, o Alfa Diego, prezava muito tal cultura, deixando tudo sempre mais familiar.
Antes de Cateline, Félix sempre levava sua concubina Amanda para tais eventos, mas depois que trouxe sua esposa, Amanda tem se tornado cada vez mais difícil de se lidar ao ponto de Félix não querer mais ver a cara da moça.
Ele terminava de comer, e se levantava indo para a sala de seu pai, onde teriam uma reunião mais tarde.
Félix caminhava pelos corredores, indo até a sala de seu pai.
Os superiores estariam fazendo os preparativos para a chegada dos aliados, como eles viriam de longe, muitos teriam que passar alguns dias ali no castelo, já era de costume.
Tanto os dormitórios como a alimentação deveriam ser providenciados com antecedência.
Felix batia na porta da sala de seu pai.
— Entre!
Uma voz forte e grossa ecoa através da porta, liberando a entrada.
Diego ao ver que era seu filho, franze a sobrancelha, ele sabia que o jovem iria ali falar sobre sua esposa, como sempre fazia, mesmo depois dele ter dado a ordem para permanecer longe dela.
— E então?
O Alfa pergunta sério.
Félix andava até uma cadeira próxima a mesa do pai, se sentando.
— Sobre hoje a noite… como eu havia lhe dito, será a última vez que me sentarei com Amanda na mesma mesa! Irei me desfazer do contrato da concubina.
Félix falava sério, olhando para seu pai sem hesitar.
O Alfa já esperava isso, ele não iria obrigar seu filho a permanecer com ela, mas precisaria de um motivo para desfazer o contrato, afinal de contas foi algo assinado e aceito pelos dois, as regras deveriam ser seguidas, era assim que funcionava na tribo Fire.
— Por tanto que vá a reunião hoje a noite, não me importo que desfaça o contrato, lembrando que é necessário ter um motivo plausível, e mais uma coisa… você se casará com uma de seu sangue em breve, estarei vendo alguma aliança com os Lobos de fora..
Antes mesmo de Diego terminar de falar, Felix o interrompe furiosamente, se levantando da cadeira.
— Eu já estou casado! Não irei me submeter a essas suas malditas alianças! E sobre Amanda, hoje é o último dia que ela ficará nesse castelo!
Félix dizia quase gritando com seu pai, para ele, estava cada dia mais difícil de suportar tais regras e limitações impostas a ele, ele não era uma criança, ele tinha desejos e sonhos, seu pai era o responsável pela tribo, não ele.
Diego já estava saindo do controle, indo em direção a Félix, ele não iria matar seu filho, mas iria mostrar quem era o Alfa.
Antes que os dois se trombassem, a porta se abre, e Amanda cai ao chão, em prantos.
Ela estava ali atrás da porta o tempo todo ouvindo a conversa dos dois, era assim que ela se comportava a maior parte do tempo.
Ao ouvir sobre o contrato ser desfeito, ela não suportou, desesperada, ela sabia que não teria como viver mais ali, aquilo para ela era pior que a própria morte.
Como uma última tentativa de se prender ali, a loba corre até Félix e Diego, que estavam parados perplexos vendo a mulher se arrastando ao chão, eles se perguntavam oque ela fazia ali.
— Félix! Meu amor, por favor… não desfaça o contrato, eu prometo que irei me comportar..
A mulher falava entre soluços, ajoelhada se segurando na cintura do homem, que a observava.
Diego ficou furioso ao perceber que ela estava escondida, ouvindo a conversa com seu filho.
— Levante-se! Como ousa ficar à espreita ouvindo a conversa dos outros?!
Amanda olhava assustada para Diego, preocupada com o que ele faria a seguir, ela sabia que havia punição para tal feito, e que ela estava em apuros.
Como ela poderia permanecer ali? Ainda com Félix? Ela usa os poucos segundos que tem para cuspir uma mentira no ar, com esperanças que funcionasse.
— Eu... Eu estou grávida! Felix dormiu comigo a pouco mais de um mês, antes de trazer a humana…
Amanda olhava desesperada esperando a reação de Félix, que dá um passo para trás sem entender nada, assim como Diego, que franzia as sobrancelhas confuso.
— O que? Você está mentindo!
Ela se levantava e puxava a blusa do homem se aproximando mais dele.
— É verdade, meu amor! É tudo verdade! Eu estava com medo de te contar! Mas, é tudo verdade Félix, confie em mim.
Amanda falava tentando abraçar o homem que a empurrava, ele sabia que essa era mais uma de suas invenções. Ele estava irado com Amanda, ela estava inventando coisas, ele sabia disso.
— Eu chamarei alguém para verificar isso, ele chegará em alguns dias... sei que irá demorar para termos a confirmação, mas é bom que não seja mentira.
Diego falava se aproximando da mulher, ele já estava sem paciência com ela.
— Se eu descobrir que você mentiu… irei lhe prender na prisão como um animal!
Félix completa dizendo com seus olhos vermelhos de raiva.
— Assim que for confirmada essa maldita mentira, teremos um motivo válido para desfazer o contrato, você irá se arrepender de ter inventado tal coisa..
Felix falava quase rosnando, ele não acredita que Amanda havia tido a audácia de mentir de tal forma em frente ao Alfa, eles sequer haviam se deitado, Diego já não suportava mais aquela história, e saí da sala furioso, assim como Félix, que não sabia como aquilo tudo estava acontecendo.
A mulher ficava só na sala, e começava a chorar desesperadamente, ela precisava pensar em algo rápido para não ser presa e separada de Félix.
A reunião seria ao anoitecer, e ela estaria com Félix, ela ouviu ele dizer que seria a última noite dela ali, Amanda sabia que estaria a salvo enquanto o tal curandeiro não chegasse, por isso precisava pensar em algo rápido.
A gravidez de um lobisomem era de onze meses, como eles são seres mágicos, muitas partes de seus corpos eram feitas lentamente, próprias para dar a eles a transformação que era famosa, como Cateline era humana, sua gestação de nove meses não daria a seu filho(a) todas as transformações completas, mas ainda sim, seu bebe nasceria metade Lobisomem.