Capítulo 72
1146palavras
2023-04-09 20:23
Zebeu e Milenna
Cateline sabia só de olhar que a mulher de alguma forma não gostava dela, ela se lembrava da noite em que chegou, onde teve que tomar várias medicações fortes, mas ela não tinha certeza se tudo aquilo era mesmo real.
Amanda acena para a criada, a chamando, ela olha para Cateline que era sua mestra, pedindo permissão para ir até ela.
— Tudo bem, pode ir…
Cateline dá permissão e a criada vai até a loba.
De longe, Cateline e os outros conseguem ver que Amanda sussurra algo no ouvido de Cristina, que sai correndo até a escadaria, a criada some descendo os degraus, deixando Amanda a sós com Cateline e seus convidados.
Um sorriso se forma no rosto de Amanda, não parecia falso, ela andava até o grupo, elegantemente com suas vestes caras.
— Quem é essa filha?
Milenna pergunta baixinho chegando perto de sua filha .
— É a concubina de Félix.. eu acho.. ele não me explicou completamente, mas ela fica sempre perto dele.
Cateline fala séria e cabisbaixa, ela não gostava da ideia de ter uma rival no amor, mas era costume da família de seu marido, ela assinou o contrato sabendo da possibilidade.
A humana fica sem entender o porquê da proximidade de Amanda uma hora daquela, talvez ela estivesse apenas curiosa com as pessoas que estavam ali.
Ela chega até o grupo, ainda com o sorriso no rosto, Milenna e Zebeu imediatamente não gostam da energia que a jovem transmitia.
— Olá a todos… vejo que Cateline está bem melhor..
Amanda fala olhando para Cateline com desdém, Zebeu percebe que a tal Amanda não é flor que se cheire.
— Bem.. a criada teve que ir resolver alguns probleminhas no estábulo…então irei acompanhá-los pelo castelo..
Milenna se dá conta do que a moça fala, e se preocupa na mesma hora.
— Estábulo? Meu cavalo está lá… está tudo bem?
Milenna sentia muito apego pelo animal que era de seu falecido marido, ele sempre estava presente em suas viagens e era muito dócil.
— Não se preocupe senhora…está tudo bem ... já estão resolvendo tudo…
Amanda fala dando risadinhas, se divertindo com a inquietude da senhora.
Eles começam a andar pelo corredor, olhando tudo ao redor, por um momento, olhando para beleza do antigo castelo, eles até se esquecem de quem os guiava.
— Vocês são parentes de Cateline?
Amanda pergunta ainda de costas enquanto andava à frente.
— Essa é Milenna, minha mãe, e o senhor é o curandeiro de minha cidade, um grande amigo da família, Zebeu.
Cateline responde Amanda, que faz careta enquanto a ouve, como estava a frente, eles não conseguiam ver suas expressões.
— Irei mostrar o castelo a vocês, tenho certeza que irão adorar..
Amanda fala seguindo em frente, Zebeu e Milenna se olham, sem entender o porquê da jovem estar sendo tão hospitaleira, como não a conheciam, decidem dar um voto de confiança, afinal estavam na casa dela também, já que Félix a tinha como concubina, precisavam ser respeitosos.
Eles andam por um tempo e Amanda abre a porta de uma sala que fica ao fim do corredor, todos entram.
Lá, parecia ser uma biblioteca, havia estantes repletas de livros e pergaminhos.
— Quanta riqueza! Devem ter centenas de livros aqui!
Zebeu falou com seus olhos acesos de curiosidade e felicidade, ele amava ler, para ele aquilo era a maior fortuna que alguém poderia ter.
— Sabia que vocês iriam adorar essa sala, se sintam à vontade para lerem o que quiserem… eu preciso ir ver como estão as coisas lá fora, então deixarei vocês a sós, sintam-se em casa.
Amanda fala, dando tchauzinho com a mão, ela se despede com um sorriso estranho em seu rosto.
Depois que ela sai, Milenna começa a falar, já não suportavam mais o rosto falso da moça.
— Meu Deus Cateline, que mulher estranha… fique longe dela… não consigo ver os reais motivos de suas ações, isso é preocupante.
Cateline suspira ouvindo sua mãe falar, ela sabia que Amanda não gostava dela, mas como elas se dariam bem? Amando Felix… Cateline sabia que ela não poderia amar o homem com quem havia se casado, mas era impossível, ela o amou desde o primeiro dia.
— Eu tomarei cuidado mãe, não se preocupe...
A moça falou tentando acalmar Milenna, que começava a olhar as estantes.
Zebeu estava maravilhado, não sabia por onde começar, ele pega um dos livros enormes, e na capa estava escrito “O primeiro Uivo”.
Zebeu franze a testa tentando entender, o que seria esse tal Uivo…
No momento em que ele vai abrir o livro, alguém chega à porta.
— O que estão fazendo aqui?! Esse local é proibido !
Um homem forte grita à porta, enraivecido, ele vai até Zebeu, puxando o livro de sua mão, a força é tanta que ao segurar o livro o curandeiro quase cai.
— Saiam daqui! Estarei relatando tudo ao Alfa!
O homem diz com a mão na espada que ficava em sua cintura, Cateline fica desesperada sem saber o que fazer, Alfa?! quem era esse?
— Deve haver algum engano, Amanda nos trouxe até aqui…
Cateline tenta explicar a situação, mas é interrompida pelo homem furioso, que não permite ela terminar de falar.
— Amanda? Pare de dizer mentiras, foi ela quem nos informou que haviam pessoas na sala!
Os olhos de todos saltaram confusos, a concubina havia feito tudo de propósito?Seria mesmo ela uma pessoa tão ruim assim?
Todos saem da sala, no corredor o homem fica de guarda os olhando, os escoltando até o quarto de Cateline.
Ele manda que entrem e então bate a porta forte, os trancando.
Todos ficam calados, sem entender o ocorrido.
— Aquela mulher venenosa… o que ela está tramando?
Milenna já estava ficando irritada com suas ações, ela sabia que a moça queria fazer algo a Cate, era mais que visível.
— Filha, você precisa falar com seu marido sobre essa mulher, temo que ela tente fazer algum mal a você, sinto um calafrio sobre meu corpo quando penso nela, tenho um pressentimento, e acho que ela não irá parar.
A mãe de Cateline fala se sentando na cama ao lado de sua filha, Zebeu puxa uma cadeira e se senta próximo, aquilo seria mais complicado do que imaginaram.
Alguém bate a porta e entra, era Cristina, a criada de Cateline, quando a porta abre eles podem ver que o homem ainda estava de vigia do lado de fora, o que será que iria acontecer?
— Vocês estão bem? Me informaram que alguém havia invadido a sala de artefatos do castelo, vim correndo pensando que havia acontecido algo ... eu deveria ter ficado lá com vocês, me desculpem…
A criada fala cabisbaixa, ela percebia que tudo havia sido planejado, agora ela tinha que prestar mais atenção em Amanda, ela sabia que a loba estava apenas começando.