Capítulo 47
1054palavras
2023-03-27 13:00
Cateline Forth
Cateline ajusta seu vestido antes de sair e vai até o quarto em que sua mãe está com Martin, o quarto não ficava muito longe dali, mesmo escuro ela conseguiria chegar sem problemas, tudo que Cate queria era limpar sua mente de tudo aquilo, daqueles sentimentos que a deixavam amargurada.
Chegando, ela bate na porta duas vezes, não estava muito tarde e Cate sabia que sua mãe estava acordada, Milenna abre a porta e cumprimenta sua filha com um enorme sorriso no rosto.
— Entre minha filha.
Ela diz pegando na mão da filha, Cate entra no quarto, ela olha para Martin dormindo todo agasalhado, ele parecia um anjo quando estava quieto, Cate dá um sorriso singelo para sua mãe, e então se senta em uma das cadeiras no quarto.
— Então minha filha, o que achou do casamento? Ainda não acredito que nossa Lucinda se casou..
A mãe fica toda alegre, contente por sua filha mais velha, Cate por sua vez não podia dar essa felicidade a sua mãe, ela havia aceitado o contrato de Félix, ainda no mesmo dia que sua irmã mais velha se casou, Cateline estava comprometida, mesmo sendo um casamento postiço e apenas no papel, Cate não podia dar a sua mãe aquela mesma imensa felicidade.
Cateline não queria contar a sua família naquele momento, ela queria se acalmar primeiro e pensar bem nas palavras que diria, ela teria que ir embora para outro reino, e aquilo a desanima um pouco, mas era pelo bem de seu filho, sua mãe entenderia.
Cate responde a mãe, sorrindo um pouco.
— Foi maravilhoso mãe, tudo estava lindo, Lucinda será muito feliz… não tenho dúvidas.
Sua mãe segura na mão da sua filha e diz.
— Tenho certeza que sim, mas e você filha, porque me parece que está meio triste, o que houve?
Era visível a preocupação no rosto da mãe de Cateline.
— Não é nada, apenas enjôo, me sinto cansada também, ficar andando com aquele salto no salão, acho que estar grávida está me deixando exausta.
Milenna concorda e comenta com sua filha.
— Verdade minha filha, fiquei assim na gestação toda quando estava grávida de você, enjoava sempre, e me cansava só de andar, assim como você…mas a melhor parte é quando você vê seu bebê em seus braços, quando olhei pra você pela primeira vez, me apaixonei a primeira vista, até hoje te vejo com os mesmos olhos…Uma mãe quer sempre o melhor para seu filho, você entenderá isso em breve.
Milenna diz com os olhos cheios de lágrimas, Cateline se aproxima e abraça sua mãe, tinha tempos que as duas não conversavam assim, Cate tinha medo de que sua mãe ficasse sozinha assim que partisse, ficaria só ela e Martin, ela temia que ela adoecesse cuidando da fazenda sozinha, Martin era muito pequeno para ajudar, Cateline abraça forte sua mãe e diz em seu ouvido, sentindo conforto no abraço dela.
— Tenho certeza que vou entender tudo sobre o que ser mãe quando meu bebê nascer, e quero agradecer a você por tudo que fez e faz por mim, mãe…. eu te amo muito. Você sempre terá a todos nós, eu, Luci e Martin, ok? Você fez tanto por nós, foi tão forte.. mesmo sozinha após perdemos o papai…
Milenna a abraça mais forte fazendo carinho nos cabelos de sua filha, e ela a responde com as lágrimas ainda rolando.
— Você será uma mãe incrível, minha filha, não precisa agradecer, eu faria tudo novamente, eu te amo muito meu amor. Obrigada por ser tão carinhosa comigo, você pode sempre contar com sua mãe, sempre…vamos parar de chorar, devemos dormir, está tarde…
A mãe de Cate solta sua filha e enxuga suas lágrimas, elas sorriem uma para a outra e sua mãe oferece caldo que dona Ellen havia preparado a pouco tempo, Cate recusa e diz que estava enjoada, Milenna diz para ela se deitar e dormir bem, amanhã elas iriam partir pela tarde.
Cate vai até a porta e acena despedindo de sua mãe, ela iria retornar para seu quarto, ao sair, ela escuta um som estranho, pareciam passos vindo da floresta, ela então se vira até o som e se aproxima um pouco, percebendo que o som não parecia ser humano, Cate decide recuar, mas seu corpo fica imóvel, Cateline se depara com um par de olhos brilhantes no meio da escuridão da floresta, ela não acreditava no que estava vendo, ela achava que tal ser não existia, mas ele estava ali, a olhando…com aqueles enormes olhos brilhantes, ela não sabia que cor era sua pelagem, pois estava escuro, mas sabia que era grande e que não parava de a olhar… era um lobo, um enorme, diferente de tudo que ela havia visto na vida, ela achava que estava delirando, até que o animal se move, saindo da mata revelando seu tamanho e sua cor.
Era um lobo cinza claro, de olhos amarelos, ele não parava de olhar para Cate, ela achava que ele iria atacar, mas ele não fazia nada além de olhar para ela, seu tamanho era anormal, aquilo só fazia Cate pensar mais ainda que estava delirando, era impossível existir uma criatura daquele tamanho nas florestas de Aftermoon.
Cateline volta a si, e corre em direção ao seu quarto, ela entra e rapidamente tranca a porta, seu coração estava disparado, parecia que ia sair pela sua boca.
“Era um lobo… perto da estalagem… o que ele fazia ali.???”
Cate se perguntava com medo do que tinha visto, ela sabia que não era bom ficar agitada assim por conta do bebê, por isso tentava se acalmar, ela estava segura agora.
Cateline se afasta da porta e fecha as janelas, ela pega um copo com água e bebe tentando se acalmar... assim que ela bebe todo o líquido, ela deixa o copo na mesa e decide lavar seu rosto, a cena daquele lobo não saia de sua mente, ela temia que ele estivesse do lado de fora aguardando ela sair para a atacar.
Depois de alguns minutos, ela se sente mais relaxada, e decide se deitar, o dia havia sido corrido, a jovem se forçava a acreditar que aquilo que ela tinha visto não passava de um delírio por conta do cansaço, na manhã seguinte ela pensaria melhor sobre tudo aquilo.