Família Forth
Lucinda Forth
Tudo estava pronto para a partida, após se despedirem finalmente saem em direção ao povoado.
Lucinda ficou calada o trajeto quase todo, mesmo com sua irmã tentando conversar para aliviar a tensão.
Se passaram algumas horas e elas finalmente chegaram ao destino, foram diretamente até o castelo, na entrada como sempre, haviam alguns cavaleiros de guarda, que imediatamente barraram as garotas.
— Quem são vocês? E o que querem fazer no castelo?
Pergunta um cavaleiro jovem, ele parecia estar interessado no corpo das garotas, ele as olhava o tempo todo sem nem mesmo disfarçar.
— Meu nome é Lucinda Forth! Preciso falar com o Lorde Helton… houve um mal entendido com a entrega dessa carta.
Ela diz entregando o papel para o jovem cavaleiro, que lê atenciosamente.
— E qual foi o mal entendido? Para mim está claro que ele a dispensou!
Ele diz alto para que os outros cavaleiros ao redor ouvissem, dando uma gargalhada no final da frase.
Todos riram baixo, pois sabiam que ele queria apenas implicar com a moça.
Lucinda ferveu em fúria, seu rosto estava vermelho e parecia que ela iria atacar o cavaleiro a qualquer momento.
Cateline, temendo o pior, tenta intervir, ela sabia que sua irmã não iria se segurar.
— Senhor cavaleiro… precisamos apenas esclarecer algumas coisas, seremos breves e não custará nada do tempo de lorde Helton..
Cateline fala com sua voz serena e meiga, fazendo com que o cavaleiro quase caísse de amores, mas seu foco no trabalho era firme, ele não iria se deixar levar por um rostinho bonito.
— O lorde não fica atoa aguardando responder perguntas de camponesas, vocês precisam pelo menos marcar uma audiência…
O cavaleiro fala, tentando ajudar as garotas, ele não podia deixá-las passar, e claramente assim como qualquer outro assunto, deveria ser avisado antecipadamente.
Lucinda parecia estar no limite, antes que começasse a gritar com o cavaleiro, uma carruagem chique passa por elas, parece ser de algum nobre importante.
A carruagem para antes do portão, e a cortina se abre, Lucinda vê que era o filho mais novo do Lorde, Joaquim.
Ele sorri a ela como um cumprimento, mas percebe que algo aconteceu ao ver que sua expressão estava tensa.
Rapidamente ele desce e anda até as moças, que o reverenciam, Lucinda parece meio desconfortável, pois diferente da noite do baile, naquele momento ela estava com roupas informais, um vestido com alguns remendos.
— Olá querida Lucinda! Fico feliz em vê-la novamente..
Ele diz estendendo sua mão para a jovem, que sem pensar duas vezes se aproximou.
Cateline vê que a presença de Joaquim acalmou um pouco sua irmã, deixando ela até mesmo um pouco boba perto dele.
— Fico feliz em vê-lo também..
Lucinda responde tímida.
Cateline olha surpresa, é a primeira vez que ela vê sua irmã de tal forma envergonhada, sem que seja pelo Helton.
— O que devo o ar de sua graça?
Joaquim fala próximo a Lucinda, ele parecia se interessar muito por ela, deixando os cavaleiros ao redor desconfortáveis.
— Na noite do baile, lorde Helton me deu esse contrato provisório, mas ontem o mensageiro me trouxe essa carta, e eu fiquei desesperada sem entender…
Lucinda fala entregando o contrato e a carta a Joaquim que as lê atenciosamente, Lucinda estava aflita o tempo inteiro esperando uma resposta.
— Vamos entrar para tomar um chá.. Chame sua irmã também…
O filho do Lorde diz mudando a expressão de seu rosto, que fica séria, ele anda em direção a sua carruagem segurando a mão de Lucinda que faz um gesto com as mãos para sua irmã, que rapidamente correu até a carroça e os seguiu entrando pelo portão do castelo.
Eles param em um grande próximo a entrada, era ali que eles guardavam as carruagens e os cavalos.
Cateline desce da carroça amarrando o cavalo próximo a uma árvore, e vai até a carruagem em que Lucinda se encontrava com Joaquim.
O filho do Lorde é o primeiro a descer, como Cavaleiro que ele é, ele abre a porta e auxilia Lucinda na descida dos degraus da Carruagem, ela estava envergonhada por conta de suas vestimentas, mas aquilo não incomodava Joaquim.
Todos andam juntos a alguns Cavaleiros que serviam de guarda, entrando em uma porta que ficava na parte de trás do Castelo, seguindo o enorme corredor era possível chegar em uma sala onde tinha algumas mesas, cadeiras e sofás.
Ali sentaram, Joaquim logo pediu para que uma das criadas que estavam próximas trouxesse algo para tomarem.
Antes mesmo de Lucinda começar a falar sobre a tal carta que havia recebido no dia anterior, Joaquim inicia a conversa.
— Lucinda… Helton não é como você imagina… sei que ele passa um ar de ser um homem forte e certo… mas a verdade é diferente… sobre essa carta, creio que ele tenha realmente ordenado que enviassem a você… eu vou falar pessoalmente e te retornar..
Joaquim fala enquanto segura a carta, ele olha para o papel sem nem mesmo piscar, seu irmão havia feito aquilo apenas para provocá-lo, e ele sabia disso.
Lucinda perde o controle ao ouvir que a carta possivelmente não era um engano, é desmorona em lágrimas ali mesmo sentada em um sofá perto do Joaquim, Cateline corre imediatamente até ela e abraça.
— Mas porque ele faria algo assim?! Ele havia concordado naquela noite, eu estava tão feliz…
Lucinda fala entre soluços tentando recuperar o fôlego, aquilo havia acabado com ela.
Joaquim se sente culpado, como se aquilo tudo não passasse de uma brincadeira infantil feita por seu irmão na tentativa de o deixar zangado, cai sobre as costas de Joaquim um enorme peso, ela não queria ver Lucinda daquela forma, ele sabia que seu irmão não voltaria atrás sobre a carta.
Ele se aproxima de Lucinda se ajoelhando a sua frente a deixando pasma, ela não entendia o que estava por vir.
— Se me permitir, eu prometo que farei de você a mulher mais feliz do reino…. Sei que não sou meu irmão, mas tentarei meu melhor… querida Lucinda…. Prometo que você será a única em minha vida…. aceitaria se casar comigo?