Família Forth
Lucinda fala séria e direta como sempre, para ela, era o melhor para sua irmã, mesmo que ela tivesse que mentir sobre a paternidade do filho.
Todos ficam calados por um tempo, e Cateline tenta acalmá-las, afinal de contas a decisão teria que vir dela.
— Eu serei forte mãe… não precisa se preocupar, farei o que for melhor para todos..
Cateline fala sorrindo, aliviando um pouco o clima do local.
O tempo havia passado e elas nem mesmo haviam se dado conta, sua mãe Milenna havia prepara algo para que eles pudessem comer, todos se alimentam e se trocam para poder descansar.
A tarde chega e o sol se punha, a noite chegava vagarosamente, enquanto todos estavam organizando algumas coisas na sala principal da casa são surpreendidos por um som de galope que vinha do lado de fora da casa.
Lucinda, como sempre é a primeira a sair, do lado de fora ela vê o mensageiro do Lorde do povoado, o mesmo que havia vindo anteriormente, trazer o convite para o baile, e ela sabia que sua presença ali só podia significar uma coisa, seu contrato definitivo com lorde Helton.
Todos ficam animados ao sair da casa e ver quem era, diferente do cavaleiro, que olhava de baixo para cima, já que eram pobres, quase sempre estavam com roupas simples.
— Lucinda Forth?!
Ele perguntou estendendo um papel para a garota, que rapidamente o pegou lhe respondendo.
— Sim! Eu mesma..
O sorriso no rosto da jovem ia de orelha a orelha, sem falar mais nada após entregar o envelope o cavaleiro apenas sai da propriedade.
Lucinda vai correndo até sua mãe e irmã, já abrindo a carta, seus olhos estavam fixados, aguardando ler as tão esperadas palavras, que mudariam sua vida.
Todos aguardavam ansiosos a confirmação da garota, mas algo parece estar errado, o sorriso no rosto de Lucinda se desfaz vagarosamente, e uma expressão de confusão toma conta de sua face.
— Esta tudo bem, querida?
Milenna parece perceber, e se aproxima para ler também o que estava escrito ali.
— Não pode ser… deve ser algum engano…. não entendo! simplesmente entregaram a carta errada!
Lucinda fala com seus olhos repletos de lágrimas, se segurando para não chorar, Cateline corre até ela, pegando a carta e a lendo o que poderia ter deixado sua irmã tão desnorteada.
Em voz alta, Cateline lê para que sua mãe também pudesse ouvir, e a cada palavra parecia amargurar mais e mais o coração da jovem Lucinda.
“ Sinto dizer que houve um equívoco ao entregar a carta a Lucinda Forth na noite anterior, ela não é bem vinda ao palácio como concubina, assim peço, que ela desculpe a confusão e retorne a sua vida cotidiana normal, assinado: Helton Brown”
Quando Cateline termina de ler, sua irmã está em prantos, é impossível dizer o que se passa em sua cabeça nesse momento.
Milenna abraça sua filha fortemente e tudo que Cateline consegue fazer é cobrir sua boca , vendo a situação que se encontra sua irmã, algo deve ter acontecido para que o filho do lorde tenha mudado de ideia tão repentinamente.
— Isso está errado! Ele não pode fazer isso ... eu peguei o contrato provisório ontem! E o assinei… ele não pode simplesmente pedir para que eu ignore .. eu irei lá agora mesmo, e ele terá que me dizer o porquê de tudo isso!
Lucinda diz gritando, ela estava enraivecida, quase incontrolável.
Milenna, temia que sua filha fizesse algo sem pensar, ela sabia como sua filha era impulsiva, e não podia permitir que ela saísse dali naquele estado.
— Luci! acalmasse, deve ser apenas algum engano… vamos pensar com calma, amanhã você vai com sua irmã até o castelo e vocês vêem o que está acontecendo..
Ela fala segurando os braços de sua filha, olhando dentro de seus olhos, ela via o quanto Lucinda estava desesperada, em um momento ela estava com o futuro garantido, longe da pobreza e do trabalho braçal e no outro tudo havia voltado a estaca zero, como se tudo não passasse literalmente de um sonho.
Após o susto e a confusão depois da entrega da carta, Cateline e Milenna levam Lucinda para dentro de casa.
Para acalmá-la, elas preparam um chá e sentam em um banco.
As lágrimas não paravam de rolar em seu rosto, nem mesmo ela sabia o que fazer a partir dali, tudo que ela sentia era desespero e raiva.
— Tente respirar Luci… iremos resolver isso amanhã de manhã.. Apenas descanse, vamos preparar as coisas para a viagem.
Cateline diz acariciando o rosto de Lucinda.
Ela não diz nada, apenas assente com a cabeça e continua a chorar.
Milenna traz o chá, que parece ajudar um pouco, Cateline arruma algumas coisas na carroça para partirem na manhã seguinte bem cedo, enquanto chorava Lucinda pega no sono.
Enquanto Lucinda dormia, sua mãe e irmã conversam um pouco sobre o que poderia ter feito o filho do lorde mudar de ideia, mas não conseguem pensar em nada plausível, talvez fosse apenas a situação social delas, ou ele já havia convidado muitas mulheres e estivesse dispensando algumas.
Todos acabam dormindo cedo, preocupados com próximo dia.
Cateline acorda com um barulho vindo do lado de fora, parecia vir de perto, ela dá um pulo da cama assustada e tenta ir até o local sem fazer barulho, ao sair vagarosamente pela porta ela vê que sua irmã estava tentando sair sozinha sem avisá-la.
— Lucinda?! Porque não me chamou?
Cateline pergunta bocejando indo até sua irmã, a ajudando a pôr as rédeas no cavalo.
No rosto de Lucinda se podia ver os olhos inchados de tanto chorar, ela estava mais calada e séria do que o normal, e isso deixa Cateline preocupada.
— Você não precisa se preocupar comigo, Cate… sei que tem suas coisas para resolver…
Lucinda fala ajeitando tudo de forma bruta, como se estivesse com raiva.
— Luci…
Cateline se aproxima de sua irmã, puxando seu braço para que ela prestasse atenção em suas palavras.
— Eu irei ajudá-la.. No que for preciso… somos apenas nós quatro, depois que o papai se foi tem sido difícil para nossa mãe, temos que ajudar uns aos outros, não é hora de tentar resolver nada sozinha…
Cateline fala fazendo um bico com a boca, ela é uma garota muito carinhosa e compreensiva, ama sua família mais que tudo no mundo.
Lucinda suspira, colocando a mão na cabeça.
— Desculpe Cate… e só que eu não sei mais o que fazer… eu esperei tanto tempo para isso e do nada, tudo desmorona na minha frente, eu não consigo entender isso Cate, não consigo.
Ela fala com seu rosto ficando vermelho novamente, após se desculpar as duas entram para dentro de casa, e comem algo.