Capítulo 7
1157palavras
2023-02-20 23:45
— Cate?! Já acordou?
Era Lucinda, animada e energética como sempre, batendo fortemente a porta como se pretendesse abri-la à força.
— Estou indo! Apenas pare ou a porta irá cair!
Cateline grita para sua irmã que para imediatamente de bater, após alguns segundos Cate permite a entrada de sua irmã, ao abrir a porta Lucinda arregala os olhos ao ver o estado que se encontrava a cama e sua irmã.
— Cateline? o que aconteceu? Por acaso dormiu com algum animal?
Diz Lucinda, indo saltitante até a cama, se sentando ao lado de sua irmã, que voltava a segurar sua cabeça, seus cabelos estavam bagunçados.
— O que tinha naquele vindo?
Pergunta Cateline, se virando para sua irmã, seu rosto estava vermelho, ela ainda sentia o efeito em seu corpo, talvez por isso aquele desejo pelo homem não tinha passado.
Lucinda começa a gargalhar alto se levantando, ela mira uma das garrafas ao chão vazia e logo pensa em entender a situação.
— Então foi isso! você bebeu tudo e ficou louca no quarto! …Vou arrumar a carroça e dar algo para o Chuvisco comer! já passou da hora do café da manhã dele!
Chuvisco era o nome do cavalo já velho que era do falecido pai de Cateline, ele havia comprado ele ainda pequeno sendo um potrinho, chovia muito no dia, e por conta da pressa acabou não escolhendo o animal, apenas pagou e levou o que estava mais a frente, voltando para casa apressado por conta da chuva ele viu melhor e se arrependeu um pouco por não ter escolhido o animal então o batizou de chuvisco em homenagem o dia em que ele foi levado para casa, mesmo não tendo gostado dele na primeira vista foi um dos melhores cavalos que ele já teve, ele era esperto e aprendia tudo que lhe era ensinado, agora ele já estava velho, mas ainda ajudava na fazendo e nos afazeres sem exitar.
Lucinda diz rindo, enquanto sai pela porta, sem nem mesmo imaginar a verdade, que sua irmã havia tido uma fogosa noite que nem mesmo ela acreditava.
Cateline apenas acenou se despedindo vendo a irmã sair, e continua sentada na cama.
Ela dá um suspiro após alguns segundos e se levanta, finalmente preparada para continuar o dia pensando que era melhor esquecer aquilo tudo, provavelmente o homem havia ido embora para sua terra natal e já nem se lembrava dela.
— Sua idiota!
Cateline fala consigo mesma.
— Não acredito que estou gostando de um cara que nem conheço!...
Ela resmunga , enquanto arruma as coisas no quarto, retirando a garrafa e organizando a cama, que lhe traz recordações toda vez que ela olha.
Após terminar , antes de sair do quarto ela olha uma última vez para dentro daquele lugar, foi sua primeira vez com alguém, e mesmo que ela quisesse esquecer, aquilo seria impossível.
Cateline apertava o colar de presa em seu peito, o cordão era grande fazendo com que ele ficasse entre seus seios, a capa cobria seu vestido manchado de vinho, e ela se despedia apenas com o olhar, enquanto fechava a porta.
Ela vira a chave trancando o local e tudo que acontecera ali fica guardado em sua mente.
Cateline anda em direção ao estábulo improvisado feito ao lado da estalagem, haviam muitas pessoas recolhendo seus pertences para sair dali, pode se ver também na beira da estrada que muitas pessoas se acabaram na noite anterior, algumas ainda estavam bêbadas deitadas ao chão e outras cantavam enquanto caiam.
Lucinda terminava de organizar os cestos e bancos usados na festa do dia anterior, ela ria enquanto via os velhos cambaleando tentando se segurar uns nos outros.
Lucinda se distrai e ao olhar a seu lado vê sua irmã se aproximando, logo se preocupa vendo que ela parecia totalmente esgotada, talvez por ter bebido demais e consequentemente não dormido.
— Cate? …está tudo bem irmã?
Ela fala indo em direção a Cateline, ficando de braços dados com ela,as duas vão até a carroça novamente.
— Não devia ter deixado as garrafas com você!
Era possível ver a preocupação vinda de Lucinda enquanto ela falava com sua irmã, passando suas mãos em seus cabelos que ainda estavam bagunçados como no quarto.
— Eu fiz um favor a você.. ..se não fosse eu que as tivesse bebido, seria você aqui agora…
Cateline fala com um sorriso no rosto meio sem graça, sua cabeça ainda estava zonza por conta do álcool, ela não era acostumada com aquela quantidade que havia bebido era sua primeira vez sentindo ressaca.
— Nossa! você tem razão… obrigada por me livrar dessa..
Diz sua irmã Lucinda rindo , ela sempre estava de bom humor, fazendo piadas e brincadeiras com tudo.
As duas chegam a carroça e terminam de arrumar as rédeas de Chuvisco que parecia cansado como sempre, mas pronto para sair.
Elas sobem na carroça, e vão até a parte da frente da estalagem , para se despedir e entregar as chaves dos quartos para dona Ellen.
Lucinda desce, deixando sua irmã descansando no assento da carroça levando as chaves.
Cateline olha ao redor, após ver uma silhueta passando próxima a ela, era alguém alto e usava uma capa velha acabada, o cheiro fica após ele passar ela se recorda, seria ele o homem da noite anterior?
Ela procura se virando rapidamente, mas a pessoa havia se misturado no meio a multidão, sumindo .
— Eu devo estar vendo coisas… preciso me lembrar de não beber mais desse vinho!
Cateline volta a olhar a sua frente, tentando não pensar demais .
Sua irmã, logo aparece na porta com Ellen, Lucinda traz consigo uma embalagem pequena.
— Até mais garotas! diga a sua mãe para que venha ao povoado mais vezes! Faz tempo que não a vejo..
Ellen diz, acenando para as jovens, Lucinda pula na carroça, jogando a embalagem no colo de Cateline se despedindo também, respondendo com outro aceno enquanto a carroça sai.
— São algumas ervas para fazer chá.. irei preparar para você quando chegarmos, tenho certeza que logo sua ressaca passará após tomar !
— Obrigada…queria poder tomar agora!
Lucinda se preocupa muito com sua irmã, a irmã mais velha já era acostumada a bebedeira quando vinha ao povoado de Springdale.
Algumas horas passam e elas finalmente chegam na fazenda, sua mãe já as aguardava, e um grande sorriso se forma em seu rosto quando ela as vê.
Martin, o jovem irmão das moças corre até a carroça desesperadamente com esperanças que suas irmãs houvessem trazido alguma lembrança ou presente.
Ele pula com um salto escalando a carroça sem nem mesmo cumprimentar revirava os cestos e caixas.
— Vocês trouxeram algum presente?
O pequenino pergunta desapontado depois de ver que não havia nada ali.
— Desculpe Martin, desta vez não trouxemos nada..
Lucinda respondia vendo o pequeno ficar chateado, elas não podiam se dar ao luxo de comprar presentes todas as vezes que iam ao vilarejo.