Capítulo 6
1587palavras
2023-03-06 10:29
Samantha pov's
Fui para a casa de Becca, ela precisava de mim naquele momento.
Ela sempre esteve aqui por mim e agora é minha vez de estar ali por ela, Sean sabe ser um babaca quando quer. Sei que ele ficou de cabeça quente quando descobriu a droga da gravidez, mas ele não tinha direito de fazer isso com ela, Rebecca gosta dele realmente. Só de imaginar que isso aconteceu por minha culpa, se eu tivesse dado ouvido e contado pra ele antes, eles não teriam brigado, se eu não fosse tão medrosa, por imaginar Sean querendo me matar, se... droga! Agora não adianta mais o se, o que está feito, está feito mas tenho de arrumar um jeito de concertar. Não posso deixar esses dois separados, eles sim, se amam e não aguentaria ver meu irmão sempre de mal humor e minha amiga com os olhos vermelhos de tanto chorar.

— Sam?— chama ela.
— Oi.— olho para ela que tem a cabeça em meu colo.
— Acho melhor você ir pra casa.— diz Becca.
— Por acaso está me expulsando?— brinco e ela dá uma risada fraca.
— Não. Claro que não, só acho que você deveria conversar com seu irmão.— a voz dela sai fraca.
— Becca, o Sean não...— ela interrompe-me.

— Por favor, desculpa mas, quero ficar um pouco sozinha agora. Você entende?— ela diz baixo e acabo assentindo.
— Entendo sim. Bom, qualquer coisa só me ligar.— falei e depositei um beijo em sua testa.
— Obrigado.— disse ela, apenas lhe mostrei um sorriso e sai de lá, indo direto pra casa, sem paradas.
Mesmo sem eu querer, ás lágrimas insistem em descer, achei que minha cota de lágrima já havia acabado, mas não, me enganei. Saber que minha vida será interrompida por algo não planejado e indesejado, saber que meu irmão e com toda á certeza, meu pai irão ficar decepcionados comigo, e que minha melhor amiga está sofrendo por minha culpa —literalmente— acaba comigo de todas as formas, e não sei o que fazer.

Paro o carro numa rua movimentada, perto de uma boate, encosto minha cabeça no volante e tento acalmar o choro antes de seguir viajem até minha casa. Minutos depois alguém bate no vidro da janela assustando-me, encaro o homem que por sua vez manda eu abaixar o vidro.
— O que foi?— pergunto.
— Você não pode estacionar aqui, será que pode sair?— diz ele.
— E por que não posso ficar aqui?— pergunto.
— Por que este lugar está reservado para clientes da boate, então retire-se antes que eu chame a polícia.— ele fala seriamente, respiro fundo e assinto.
— Tudo bem, como queira.— falei e ele saiu.
Liguei o carro mas antes de sair, eu o vi. Ele estava acompanhado, e a mulher era linda. Morena e um belo corpo. Esperei por alguns segundos antes de partir e continuei a observa-los, até que ele a puxa pela cintura e a beija ardentemente.
Droga.
Ele está saindo com alguém e Becca não me contou, o que vou fazer? Não posso ser novamente a culpada por outro casal terminar.
— Moça dá para sair?— o mesmo cara voltou fazendo-me tomar um susto.
— Foi mal, já estou indo.— falei e sai dali, com aquela imagem em minha cabeça.
O que farei?
Cheguei em casa por volta das dez e meia, deixei o carro no jardim mesmo e entrei. Assim que fechei á porta e virei-me para frente, assustei-me com meu pai andando de um lado para o outro e Sean no sofá com cara de poucos amigos.
Estava fodida.
Eles olharam em minha direção e sentir um frio passar por minha espinha, fazendo-me engolir em seco.
— Papai? Não era pra você estar viajando?— perguntei baixo.
— Realmente era pra eu estar viajando, mas quando decido passar um dia com vocês, recebo uma notícia um tanto inesperada.— ele diz alto.
— Sean por que contou para ele? Isso era algo meu droga.— falo brava.
— Fala sério Samantha! Você escondeu isso de mim, quem dirá do papai.— ele falou.
— Claro que eu iria contar para ele, mas você não deu tempo. Eu pensei em chegar aqui, falar com você, mas topo isso!?.— falo ao gesticular os apontando na sala.
— Não podia ficar calado, tive que contar.— disse Sean e virei para o nosso pai.
— Papai eu posso explicar. Não sabia que isso iria acontecer eu...— ele interrompeu-me.
— Você se comportou como uma vadia Samantha! O que foi que sua mãe te ensinou antes de partir? O que eu sempre falei pra você?— ele gritou.
— Desculpa, eu errei, sei disso mas... papai eu não pensei nas consequências que poderiam vir acontecer.— falei nervosa.
— Não pensou? mas na hora de sair por ai com qualquer um você pensou não é?— ele falou ao se aproximar.
— O pai quer saber quem é ele, e eu também.— falou Sean.
— Não sei nada sobre ele.— confesso.
— O quê? não acredito Sam.— disse Sean.
— Por favor desculpa, agir sem pensar sabe? Foi apenas uma noite, naquele dia Sean, que a Becca estava em seu quarto e você queria mandar em mim.— contei.
— Meu Deus! Qual o nome dele? pelo menos o nome dele você sabe Samantha?— perguntou meu pai e assenti.
— Então diz logo porra!— gritou Sean e mordi o lábio inferior quando as lágrimas começaram á descer.
— J-Jordan.— minha voz falhou.
— Jordan de quê?— perguntou papai.
— Brenner, Jordan Brenner.- falei e deixei um soluço escapar.
— Jordan Brenner? Filho de Jeremy Brenner?- pergunta Sean.
— Sei lá, quem conhece ele mais ou menos é a Becca.— falo.
— Então liga pra ela e pergunta.— diz papai.
— O quê? Não vou fazer isso.— digo e recebo um olhar de repreensão.
— Ligue agora.— ele diz entre dentes.
Respiro fundo e pego meu celular dentro da bolsa e digito o número de Rebecca.
Ligação ON
— Aconteceu alguma coisa Sam?— ela atende no segundo toque e sua voz está embargada.
— Meu pai está aqui.— falei e ela suspirou alto.
— O que ele disse?— pergunta ela.
— Além de me chamar de vadia? enfim, isso não vêm ao caso agora ele quer saber uma coisa.— digo.
— E no que posso ajudar?— pergunta minha amiga.
— Ele quer saber o nome do pai do Jordan.— falo.
— Só isso?— questiona.
— Por enquanto sim.— falo.
— Bom o pai dele é dono de uma multinacional e internacional, e a mãe dele é organizadora de eventos, e não é de qualquer tipo de evento. Eles são bem ricos e...— a interrompi.
— Rebecca quais os nomes? Diz logo.— falo já sem paciência.
— Jeremy Brenner e Suzan Mark Brenner.— diz ela e fecho os olhos.
— Tudo bem, obrigado e Becca?— falo preocupada.
— Oi.-responde baixinho.
— Você está bem?— pergunto e olho diretamente para Sean que abaixa a cabeça.
— Não se preocupe comigo, sabe que meu sobrinho vai sentir se você ficar assim né?— ele diz e por dou uma risada.
— Ele vai ficar bem, te ligo depois.— falo.
— Okay.
Ligação OFF
Os dois homens chatos da minha vida me observam ansiosos, mordo o lábio e respiro fundo.
— Então...— diz Sean.
— O pai dele é dono de uma empresa multinacional e internacional e a mãe dele é organizadora de eventos caríssimos.— falo e meu pai sorri de lado.
— E qual o nome dos pais dele?— pergunta meu pai.
— Jeremy Brenner e Suzan Mark Brenner.— falo e Sean arregala os olhos e papai dá uma risada.
— Não acredito, ele é o filho do meu chefe? É aquele moleque do shopping não é?— Sean pergunta e mesmo confusa assinto.
— Filha, você achou o ponte de ouro no fim do arco íris.— papai disse e o olhei confusa.
— O quê? Como assim?— perguntei.
— Querida pelo menos uma vez na sua vida, de ir pra festas idiotas, você fez uma burrada que nos renderá bastante.— diz ele.
— Ainda não entendi.— falo.
— Vou descer meu nível para lhe explicar melhor. Enfim, pelo menos dessa vez você soube pra quem dar, e essa coisinha ai dentro vai ser uma boa forma de Jeremy e eu fecharmos uma parceria.— abro a boca surpresa e indignada pelo o que meu pai acabou de dizer, olho pra Sean e ele demonstra a mesma reação.
— Pai não acho isso certo.— Sean fala.
— Isso não está em discussão, iremos falar com Jeremy Brenner amanhã, sobre o que ela carrega ai na barriga.— diz ele.
— Não fala assim do meu filho, você não tem esse direito.— grito.
— Isso é o que você pensa, agora suba e amanhã cedo esteja pronta para irmos visitar seu futuro sogro.— ele diz sorrindo.
— O quê? Não vou me casar com o Jordan ou algo do tipo.— falo irritada.
— Repito mais uma vez: isso não está em discussão. Agora suba e às nove esteja pronta.— diz ríspido.
— Eu odeio você, queria que a mamãe estivesse aqui!— grito assim que passo por ele.
— Mas ela não está, agora suba.— ele diz e começo a subir as escadas, quando ele me chama.
— O que é?— digo brava.
— Ainda irá me agradecer por isto Sam, apenas quero o melhor para você. Você irá sim, me agradecer.— ele diz e sorrio ironicamente.
— Então espere sentado, pois isso não vai mesmo acontecer papai.