Capítulo 77
2293palavras
2023-02-06 11:26
- Não. Eu vou viajar.
- Viajar? Como assim? Para onde você vai?
- Noriah Sul. Vou ficar uns tempos na casa de uma conhecida... Eu, Ben e Salma.

- Você não pode fazer isso, Babi.
- Eu posso, Sebastian. Você sabe que eu posso.
- E... Nós? Acabamos de nos conhecer... Temos ainda tantas coisas para fazer juntos.
- Ei, eu só disse que vou viajar. Não disse que vou morrer ou esquecê-lo – Sorri. – Meus amigos precisam de mim.
- E Tony e Ben?
- Sebastian, me diga uma coisa, sinceramente... Por favor.

- O que quer saber?
- Você acha que Tony largaria tudo e se assumiria algum dia, por Ben?
- Eu não sei, Babi – ele foi sincero. – Imagino o quanto Tony está confuso.
- Então não é amor, Sebastian.

Ele arqueou a sobrancelha:
- Eu fiz tantas porras com Milena... E eu a amava. Ainda amo. Nos afastamos por anos, mesmo nos amando de verdade.
Eu mesma amava Heitor e havia aberto mão dele em função do meu orgulho e medo de sofrer, fugindo porque no passado eu fui refém daquele sentimento.
- Eu conheço você há pouco tempo. Mas imagino que se tomou esta decisão, não vai voltar atrás, já que é por seus amigos.
- Sim. Não vou voltar atrás.
- Tem noção que está pedindo demissão da Perrone pela terceira vez?
Eu ri, envergonhada:
- Desculpe.
- Não haverá a quarta.
Estreitei meus olhos:
- Está tão chateado assim, a ponto de não me deixar voltar?
- Se você for embora, eu vou fechar a Perrone.
- Como assim? – levantei, aturdida. – Eu não sou a peça-chave para esta empresa funcionar.
- Ela foi criada para você. E através dela nos conhecemos. Então acho que ela cumpriu sua função. As vendas estão um fracasso. Os rótulos da North B. acabaram conosco e eu não sou um homem que espera muito tempo por resultados.
- Mas...
- Isso não é uma chantagem para você ficar. Mas eu não vou seguir sozinho com isso.
- Tem certeza? Não quero ser a responsável pelo fechamento da Perrone... Já que indiretamente sou. – Abaixei a cabeça.
- Como assim?
- Se eu não tivesse falado sobre os rótulos, você não teria investido tanto... Sem ter retorno. Me envolvi com Heitor, ele roubou a nossa ideia e... Depois disso tudo deu errado.
- Sinceramente, não sei se os rótulos personalizados seriam a solução para os nossos problemas, que já não vinham de agora. Eu prefiro fechar sem estar no fundo do poço do que esperar perder tudo e decretar falência. Vou pagar todos os funcionários corretamente antes de encerrar nossas atividades em Noriah Norte.
- E depois você... Vai para o seu país?
- Sim.
- E... Milena?
- Já nos relacionamos assim outras vezes. Aliás, foi a vez que mais demos certo.
- Está chateado comigo? – fui até ele, abraçando-o.
Ele deitou a cabeça na minha barriga:
- Eu deveria estar, mas não estou. Só me prometa que vamos manter contato.
- Claro que sim, Sebastian. Eu amo você... Não o deixaria por nada.
Ele me apertou com seus braços e depois levantou a cabeça, me encarando:
- Por que não vem com seus amigos para minha casa?
- No seu país?
- Sim.
- Não... Melhor não.
- Poderia conhecer suas origens, a nossa empresa lá...
- Não quero, Sebastian. Obrigada pelo convite.
- Babi, como você vai viver em Noriah Sul? Pretende trabalhar?
- Eu me viro, Sebastian. Sempre fiz isso.
- E sua avó?
- Bem, mais um probleminha. Mandy esteve doente e precisa de mim... Mas Salma e Ben também precisam. Então... É uma escolha complicada e difícil. A questão é que Salma é como uma irmã para mim. Nos conhecemos desde criança. A relação que tenho com ela e Ben é mais do que uma relação familiar entende?
- Está dizendo que entre eles e sua avó, escolhe seus amigos?
Não respondi. Praticamente já havia dito exatamente isso, porém usando outras palavras, para amenizar.
- Eu entendo que família não é o sangue que nos une... E sim os laços que criamos. Admiro muito a amizade de vocês três. E não sou capaz de criticar a sua decisão, acredite.
- Me dói um pouco ver este lugar fechando. – Confessei, olhando para a minha sala.
- Por hora, é o melhor que posso fazer. Mas não sabemos o que será do amanhã, não é mesmo? Tenho esperanças de que você visite meu país um dia. E podemos conversar sobre a Perrone numa outra hora, quando você resolver o que precisa com seus amigos.
- Nunca diga nunca! – sorri. – Então não direi.
Para minha surpresa, Salma não disse “não” para nossa viagem sem data de retorno. Creio que ela também tenha levado em conta os vários fatores que nos levariam a fazer aquilo.
Já Mandy não gostou da ideia. Ainda assim prometi ir visitá-la mensalmente, mesmo que a distância fosse longa.
Dois dias depois, Sebastian anunciou oficialmente o fechamento da Perrone, causando certo tumulto na área comercial de Noriah Norte.
Eu já começava a fazer as malas para nossa partida. Deixaria algumas coisas na casa de Mandy e levaria o que conseguisse nas duas malas que tinha.
Salma havia saído com Ben para fazer compras e eu estava sozinha naquela noite.
Demorei para ouvir a campainha com o som alto da música “Saturday Night” ecoando pela casa. Abaixei o volume e fui atender. Abri a porta e dei de cara com Heitor. Fiquei imóvel.
Ele vestia moletom e estava com o capuz na cabeça. Irreconhecível? Talvez... Nunca vi nada tão lindo em toda a minha vida.
- Tudo bem? – Ele me olhou.
Hum... Você pode me juntar, por favor? Eu estou completamente derretida.
Confirmei com um gesto de cabeça.
- Eu... Posso entrar?
Não, claro que não, seu desclassificado. Lembra que terminamos nosso relacionamento falido antes mesmo de começar?
Saí da frente da porta, permitindo a passagem dele. Porque meu corpo e minha mente não se entrosavam muito com a presença dele.
Fechei a porta e ele ficou de pé, com as mãos no bolso, me olhando.
- Eu... – começou.
- Quer sentar? – perguntei, com a voz fraca, o coração batendo rápido demais e as pernas trêmulas.
- Não... Estou bem assim. Eu vim pedir desculpas.
Arqueei a sobrancelha, não entendendo. Eram tantos os pedidos de desculpas dele que eu nem sabia mais sobre o qual se referia.
Eu não conseguia afastar os olhos dos dele, por mais que tentasse.
- Pelo que?
- A Perrone. Eu... Não sabia que fecharia as portas. Mas... Eu prometo que posso fazer qualquer coisa para ajudar. – Parecia preocupado.
- Heitor, eu... Eu acho que não há o que fazer.
- E você está desempregada? Meu Deus... O que eu fiz? – ele passou as mãos pelo rosto, nervosamente.
- Não se culpe, Heitor. Era para ser assim.
- Já há grandes valores entrando na conta que abri para você.
- Jura? – fiquei impressionada.
- Vou pedir para alguém lhe passar os dados bancários amanhã. Pode passar na North B.?
- Não. Eu não vou passar na North B. – Garanti.
- O que eu posso fazer para que você me perdoe?
- Nada. Tinha que ser assim. Não se preocupe, Heitor.
- Eu não posso perder você, porra. Eu faço qualquer coisa... Para que a Perrone não feche as portas. Posso tentar falar com Sebastian.
Peguei as mãos dele:
- Não.
Me aproximei e senti o hálito alcóolico dele:
- Você bebeu?
- Não.
- Não minta para mim.
- Sim, bebi. – Desviou o olhar.
- Quando vai parar com isso?
- Quando estiver com você.
- Pra tudo você usa desculpas, não é mesmo? – balancei a cabeça, com raiva. – Vai lembrar que pediu desculpas amanhã?
- Tudo que é relativo a você eu não esqueço, por mais que queira.
Deus, é preciso que ele me mate assim, com palavras?
- Onde está Cindy?
- Como eu vou saber, porra?
- Ela... Ainda está empregada na Babilônia?
- Quer que eu faça o quê? Que acabe a porra da coisa que mais amo na vida por você? A Babilônia é tudo que eu tenho...
- A coisa que mais ama é Cindy?
Ele balançou a cabeça:
- É... É... A Babilônia. E demitir ela é perder o meu negócio. Mais da metade das pessoas vão lá para vê-la dançar.
- Você pode conseguir outra melhor do que ela.
- Como eu queria que isso fosse verdade. Mas ela tem muitos fãs...
- Acha que nada nem ninguém supera Cindy, Heitor? – fiquei furiosa. Ele passou dos limites.
- No poste do pole dance, não.
- Que raiva! – bati os pés no chão, furiosa, enciumada, parecendo uma criança.
Ele se aproximou e eu fui andando para trás, até chegar na parede e ficar trancada com os braços dele, que foram apoiados pelas mãos, na parede.
- Me mostre o que você faz no poste de pole dance... Na minha casa. Vamos... Agora mesmo! Me deixa te levar para lá. Eu juro que você não vai se arrepender.
Eu quero muito. É o que eu mais quero. Mas vou tentar ser firme e forte e resistir a você, amor da minha vida inteirinha.
- Jamais vou tocar no que aquela Barbie das trevas tocou.
- Eu retiro o poste... Podemos botar fogo, juntos. E depois você dança para mim, na cama... Ou no chão... Ou prefere rebolar no meu pau? – falou a última parte do meu ouvido, causando arrepios na minha pele.
- Prefiro rebolar no seu pau. – Toquei nele, sobre o tecido fino da calça esportiva, sentindo-o ficar duro imediatamente.
- Você quer me enlouquecer, Bárbara... É isso?
- Não... Eu só quero aproveitar-me do seu corpo, Heitor. Nada mais.
- Posso... Me aproveitar do seu?
- Não. – Continuei a tocá-lo, ainda sobre a calça.
- Ainda bem que não sou obediente. – Mordeu o lóbulo da minha orelha, descendo a língua pelo meu pescoço, fazendo meu corpo estremecer.
- Ela... Ainda está no mesmo prédio que você?
- Podemos parar de falar da porra da Barbie das Trevas? – mordeu meu ombro. – Quer dizer, Cindy...
Sorri, sem deixá-lo perceber.
- Quando você vai criar coragem de tirar esta mulher da sua vida?
- Mais do que eu já tirei? O que você quer de mim, porra? – ele ajoelhou-se e eu fiquei sem ação.
- Isso é um pedido de perdão... De joelhos? – perguntei, aturdida.
Ele riu:
- Não... Isso é... Um homem louco, completamente insano, para sentir o gosto da mulher da sua vida.
Ele abriu o botão da minha calça, abaixando-a junto com a calcinha, de forma rápida.
Fechei os olhos e meu coração disparou.
- Eu sou fraca... Muito fraca quando você se ajoelha aos meus pés...
- Pede para eu te tocar... Por favor. Diga que precisa disto, tanto quanto eu.
Ele tocou minha intimidade lentamente com o dedo médio, sentindo cada parte umedecer. Depois levou o dedo à própria língua, com o olhar completamente devasso.
- Por favor... Me toque, me lambe... Me fode. – Implorei.
Ele sorriu antes de abrir minhas pernas com suas mãos e saborear minha intimidade com a língua ávida. Gemi, me sentindo a mulher mais pervertida do mundo, que se deixava comprar por um sexo oral do homem que amava.
Peguei seus cabelos com as mãos, puxando-os. A língua dele entrou na profundidade quente enquanto o dedo brincava com o clitóris.
- Nada na vida me dá mais prazer que a sua língua... – Confessei, abrindo mais as pernas e sentindo o calor invadir meu corpo.
As mãos dele pegaram minha bunda com força, que ele usava para trazer meu corpo de encontro à sua boca, enquanto adentrava mais profundamente com a língua dentro de mim.
Minha respiração começou a ficar ofegante e embora eu não quisesse gozar tão rápido, já não conseguia mais me conter.
Puxei com força os cabelos macios dele, que gemeu, percebendo que eu estava gozando, sem parar de me foder com sua língua perfeita. Meu ápice chegou e ele seguiu com seus movimentos, até meu corpo amolecer por completo.
Mas não parou por ali. As mãos passaram de forma delicada pelas minhas pernas, descendo até meus joelhos.
- Quando eu deito na cama, sonho com minha língua em cada parte do seu corpo, da sua pele...
- Também sonho com você, seu desclassificado – confessei, olhando nos seus olhos. – Amanhã você vai lembrar do que houve?
- Cada segundo. – Garantiu.
- Me beija... Por favor. – Pedi.
Ele levantou e tomou minha boca, com voracidade. A língua era exigente e os lábios sugavam os meus enquanto as mãos me apertavam a cintura, levando-a de encontro ao seu corpo, fazendo com que eu sentisse seu pênis, que se esfregava em mim com força.
Quando nosso fôlego acabou, nos soltamos.
Empurrei-o contra a parede e puxei o moletom para cima, alisando seu abdômen, sentindo a pele perfeita, rígida e cada pequeno músculo.
O gozo misturava-se à umidade excessiva e minha intimidade implorava por penetração.
Em vez de obedecê-la, puxei minha calça, vestindo-a junto da calcinha, e depois ajoelhei-me na frente dele. Nos encaramos e percebi o coração de Heitor batendo forte, movendo o tecido do moletom.
Abaixei a calça fina, com elástico na cintura. Admirei por alguns segundos aquele monumento robusto e duro esperando por mim, sob o tecido da cueca, que desci vagarosamente, enquanto seu pau saltava na minha direção.
Heitor passou o dedo polegar com força sobre os meus lábios. Fechou os olhos e gemeu antes mesmo de eu abocanhá-lo.