Capítulo 88
1607palavras
2023-01-30 00:01
Tirando o pano úmido de sua boca, ele continua a encará-la sem se incomodar com os gritos atrás dele.
Seus olhos tomando-a por inteiro.
Que hematomas ao longo de seu pulso, das correntes que a amarraram.
Mostrando suas incontáveis horas de luta para se libertar, a ponto de se machucar.
Aqueles belos olhos cinzentos, vermelhos de lágrimas. Que secaram e choraram de novo, tomando novos caminhos em suas bochechas a cada vez.
Sem ninguém para limpá-los ou detê-los.
Essas impressões digitais em sua bochecha pálida. Mostrando a forma como alguém ousou tocá-la. Manchando sua pele delicada com um tom de sangue.
Que só merecia ser beijada e acariciada.
Aqueles lábios que ele beijou e adorou, machucados, secos e pálidos. Com um corte no canto.
Fazendo gotas de sangue escorrerem pelo queixo.
Arruinando-a, contaminando-a.
Seus olhos escuros estavam indo para baixo quando uma voz áspera e cansada tentou detê-lo.
Quase implorando a ele.
"Por favor, não"
Ela diz. Movendo a cabeça para o lado e fechando os olhos. Pedindo para ele não olhar para baixo.
Envergonhada de seu estado.
Quando ele mostrou a ela que não havia nada de que ela deveria se envergonhar.
Os lobos atrás de repente começam a arranhar os olhos. Gritando por misericórdia. E Alexandra sente o coração cair ao ver sangue saindo de seus olhos.
Ele os estava deixando cegos.
Por ver o que só lhe pertencia.
Seus olhos negros como breu se fixaram nos olhos lacrimejantes dela, dando sua resposta a sua súplica.
E ela se rende. Fechando os olhos cansados. Deixando ele. Sentindo-se segura de sua presença.
Sabendo que com ele aqui, ninguém pode ousar tocá-la e muito menos machucá-la.
Exceto por ele.
Seu olhar desce para ela nua e ele se lembra de cada corte em seu pescoço e braço.
Cada um.
E a seguir os lobos começam a arranhar o próprio peito. Rasgando a própria carne. Fazendo o sangue escorrer de seus cortes e colorir o chão da masmorra.
Vermelho.
"Tá... que bom que estamos... com você.. por favor..merc..y"
Um implorou. Pensando que ele pode parar. Depois de saber que eram cães de caça. Mas, em vez disso, Thaneos cerra mais o punho.
Fazendo os meninos gritarem para intensificar.
Seu grito estridente se distingue dos outros, e depois eles sabem. Seus membros são torcidos em diferentes ângulos.
"Por favor... não... por favor"
Mas nenhuma misericórdia foi mostrada. Até que esses gritos tornem o sangue ondulante. Para ser seguido apenas pelo silêncio.
Seu corpo jaz no chão. Tremendo com choques e depois nada.
Ele estava morto.
Fazendo os outros olharem para ele com medo. Se eles soubessem que Thaneos não tinha lados.
Ele não estava com ou contra ninguém.
A garota na frente dele, seu tudo.
E ele poderia fazer qualquer coisa por ela.
Matar sua própria espécie, nada para ele.
Alexandria estava muito perdida. Muito entorpecido. Seus sentidos distorcidos e o corpo não parecendo o dela.
Quando outro calor a atinge. Fazendo o suor escorrer pela testa. E ela chorar por ele desesperadamente.
" Que..."
Ela diz respirando pesadamente. Seu rosto se transformou em dor enquanto ela apertava as coxas juntas, sentindo uma dor muito forte atingi-la.
E os olhos de Than suavizam. Abrindo o punho para soltar o lobo moribundo.
Vendo que ela precisava mais dele.
Tirando o sobretudo, ele o envolve em torno dela e, em seguida, remove as correntes de seu pulso, fazendo com que o corpo dela caia sobre o dele.
Antes que seu corpo flácido pudesse cair, ele a envolveu em seus braços.
Fazendo seu rosto ser pressionado contra seu peito, segurando seu corpo trêmulo em seu aperto.
Sua frente inteira para tocar a dele. E ela finalmente consegue respirar de forma constante.
Seu corpo se acalmando sob seu toque.
"Shh estou aqui pombinha. Ninguém vai te machucar"
Ele fala baixinho. Envolvendo firmemente seus braços ao redor de seu frágil corpo trêmulo. Fazendo seu interior se acalmar de repente.
A dor subjugando e as faíscas explodindo como mágica.
Acalmando seu calor.
Eles continuam a ficar lá. Quando de repente Alexandria recua. Olhando para ele com olhos temerosos.
"Então....Elora...s-ele...sh-e..."
" Shhh calma minha pombinha. Eu sei"
Thaneos tenta acalmá-la, segurando seu rosto nas mãos, mas ela move a cabeça em um não. Olhando para ele com olhos ansiosos cheios de lágrimas.
Seus dedos apertando firmemente o ombro da camisa dele para se apoiar.
"Não... então... você não sabe... ela... vai machucá-lo... por favor...."
"Alexand-"
"Você não entende! Ela vai machucar Silas! Por favor! Ela vai matá-lo! Nós... nós precisamos nos apressar... por favor... nós temos que salvá-lo!"
Ela literalmente grita com ele para apenas implorar até o fim. Incontáveis lágrimas escorrendo.
E Than continua.
Suas mãos segurando o rosto dela em suas palmas caindo para se acomodar ao lado dele.
Silas.
Novamente é Silas
Ele deveria saber.
Silas. Silas. Silas.
Só ele importava para sua pequena Pomba. Ele mesmo nunca o fez.
Ela estava perto de seu próprio leito de morte, mas ela só se preocupa com a existência patética dele. Sobre a vida daquele bastardo.
Quando foi por causa dele que ela ficou nessa condição.
Quando ele falhou em salvá-la e protegê-la.
Seus pensamentos são interrompidos. Quando ele sente aquelas faíscas em seu rosto, ao vê-la segurando seu rosto em suas mãos.
Seus hipnóticos olhos cinza olhando para ele com esperança.
Seus lábios rachados e secos, tremendo enquanto ela implorava por sua vida.
"Por favor, então...você tem que salvá-lo...eu não posso vê-lo...morrer...por favor...ou eu vou morrer com h-!"
"Shhh"
Ele a silencia. Colocando a palma da mão nos lábios dela.
Apenas olhando.
Ela estava chorando por ele. Desesperado. Vulnerável. Teimoso. Determinado.
Tudo para ele.
Ele estava errado?
Pensar que ela vai começar a amá-lo, quando ela deixou claro que Silas era tudo para ela?
A felicidade dela é com ele?
Ele estava sendo egoísta para mantê-la presa em sua jaula com ele, quando ela nasceu para voar?
Ele questiona seu propósito.
A felicidade dela. Ele estava fazendo tudo isso por isso. Deve estar sempre acima dele.
O amor dela deveria vencer, mesmo que o amor dele por ela tivesse que perder por isso.
O amor é altruísta, não egoísta Thaneos.
Trata-se de dar-lhes tudo,
Não tirar tudo deles em nome do amor.
Ele se lembra das palavras de Selene e fecha os olhos.
" Por favor"
Alexandria diz uma última vez. Vendo seus olhos fechados. Essas nuvens escuras ainda cercando.
Mas tudo parecia ter parado.
Ela não pode perder tempo. Nada pode acontecer.
Ela tem que avisar Silas. Ela tem que salvá-lo.
Vê-lo parado. Não fazendo nada para ajudá-la. Ela se afasta dele. saudades dessas faíscas.
"Tudo bem. Se... se você não quiser. Eu vou."
Seu corpo cambaleia para trás assim que ela se afasta dele. Perdendo seu apoio.
Para segurar apenas a parede atrás.
Com um último olhar para seu rosto estóico, ela se vira para olhar para a porta.
Determinado a alcançá-la.
Ela dá passos vacilantes. Mas consegue. Suas pernas tremem, mas estão determinadas.
Estou indo Silas. Aguentar.
Com o corpo dolorido e a mente entorpecida. Ela dá mais um passo, alcançando quase o centro da masmorra.
Sua visão está um pouco embaçada, mas ela treme de tontura.
Olhando por cima do ombro. Para encontrá-lo ainda lá onde ela o deixou. Olhos ainda fechados e punhos cerrados.
Ele não ajudaria. E por que ele iria?
Ele ficaria feliz em vez disso.
Que Silas vai morrer.
Voltando na frente. Ela dá mais um passo. A cada passo que se afastava dele, o coração batia pior.
E então aconteceu.
Ela estava quase no limiar, quando uma dor aguda e excruciante irrompe em seu abdômen, estendendo-se até as pernas.
E ela grita. Suas pernas perdendo a força.
Junto com uma dor aguda e entorpecente, fazendo-a ver pontos escuros.
"Ahhhh dói...... aha ahhhhhh"
Ela cai. Seu corpo caindo com um baque. E pareceu acordar Thaneos de seu mundo de esquecimento.
"Alexandria!!!"
Ele corre para ela imediatamente. Colocando a cabeça no colo. Vendo o sangue fluindo de sua cabeça.
Medo entrando em seu coração como qualquer coisa.
"Merda! Está tudo bem. Respire minha pombinha. Por favor, respire!"
Ele diz, avaliando seu ferimento. Para encontrá-lo de antes. A queda fazendo-a abrir.
Suas mãos tremendo enquanto ele tenta segurá-la, para apenas tê-la segurando seu pulso parando-o.
Seus olhos pesados e fechando sobre ele. Enquanto ela olha para ele sob seus cílios molhados.
"Não... então... você vai precisar disso... para a guerra..."
"Alexandria! Não seja estúpida! Eu preciso-"
"Não! Por favor. Vou ficar bem"
Ela estava perdendo muito sangue. Sua camisa branca ficando vermelha. E ele nunca sentiu um medo como este antes.
Movendo seus dedos finos para deslizar em suas mãos grandes, ela os entrelaça. Para firmemente pressiona-lo. Parando ele.
"Prometa-me que... por favor..."
"Você disse que pode fazer qualquer coisa por mim"
"Salve-o"
Seu coração batia forte. Vê-la assim. Ainda desejando a segurança de Silas. E foi aí que ele decidiu.
Assentindo, ele aperta a mão dela. Puxando suas mãos unidas para beijar seus dedos.
"Eu prometo minha pombinha"
E é aí que ele vê aquelas rugas na testa dela desaparecendo. Uma lágrima solitária caindo de seus olhos para pousar em seu colo.
Enquanto ela genuinamente sorri para ele pela primeira vez em sua vida.
" Obrigada"
E parecia que era tudo o que ela precisava. Porque no segundo seguinte sua respiração ficou muito áspera e ela fechou os olhos.
Entregando-se à escuridão.
" Pequeno pombo?"
Ele a sacode, tentando acordá-la. Segurando seus ombros para ver seu pescoço cair para trás. mole.
Inconsciente.
E Than não poderia ajudar. Puxe-a para mais perto de seu peito, embale-a em seus braços.
E abraçá-la em seu abraço caloroso.
Beijando sua testa.