Engoli em seco profundamente, enquanto o observava abraçá-la de volta com igual ternura. Meus olhos estavam grudados neles. Eu queria desviar o olhar, mas meus olhos se recusaram a seguir qualquer outro comando.
Eles pareciam tão fofos... Ah, eles ficavam tão bem juntos... Isso fez meu coração doer tanto e eu mal conseguia respirar enquanto continuava a observá-los.
Uma dor que eu nunca soube que era capaz de sentir martelou no meu peito.
Mais uma vez eu engoli o nó na garganta e finalmente me obriguei a mudar minha atenção para o meu celular, fingindo que não os tinha visto.
O som da porta se abrindo me fez virar a cabeça. "Vamos indo?" Grey falou e minha bolha de pensamentos desapareceu.
Catrina ainda estava ao lado dele. Suas mãos delicadas estavam possessivamente envolvendo seus braços. Ela estava silenciosamente me observando sob seus longos cílios volumosos.
Relutantemente, saí do carro enquanto Grey me observava atentamente.
'Vamos ter um jantar com alguém de vela? Ou eu era a vela?' Eu me perguntei, mas mantive meus pensamentos para mim mesma.
"Posso me juntar a vocês?" Catrina perguntou. Ela não estava olhando para Grey, mas para mim, como se estivesse pedindo minha permissão.
"Vá logo para casa." Grey disse a ela, mas Catrina o ignorou. Ela estava esperando minha resposta.
"Eu não me importo." Eu respondi e forcei um sorriso em meus lábios.
"Obrigada", ela sorriu para mim, revelando dentes brancos perolados, lembrando-me de um modelo comercial de pasta de dente. "Estou faminta. Vamos entrar." Catrina comentou e então puxou Grey pelo braço.
Segui ao lado deles.
Que tipo de tortura mental era essa? Eu me perguntei e me questionei por que havia concordado em deixá-la se juntar a nós. O jantar ainda não havia começado, mas já havia sido arruinado.
Minhas bochechas ficaram quentes de vergonha. Eu gostaria que o chão se abrisse e me engolisse agora.
Eu não deveria ter concordado em sair com Grey. Eu pensei comigo mesma, suspirando.
Cerrando meus punhos ao meu lado, eu atirei a Grey um olhar mordaz. Ele tinha uma namorada. Ele não deveria ter me convidado para jantar com ele.
Grey percebeu o olhar penetrante que lancei para ele.
Ele abriu a boca como se quisesse dizer algo, mas de repente mudou de ideia e fechou-a novamente. Ele então encolheu os ombros com indiferença, como se estivesse me dizendo que tinha sido minha culpa deixar Catrina se juntar a nós.
Que ousadia!
Catrina era a namorada dele! Era claro que eu iria deixá-la se juntar a nós!
Entramos no restaurante. Instantaneamente, o olhar de todos se voltou para nossa direção.
Isso era embaraçoso!
Sem olhar para o espelho, eu sabia que minhas bochechas estavam vermelhas como se tivesse levado uma chinelada na cara.
O garçom veio e nos deu as boas-vindas. Depois, ele nos conduziu a uma mesa para três.
Grey tentou puxar uma cadeira para mim primeiro, mas eu fui mais rápida que ele e já havia puxado uma cadeira para me sentar.
Ele se virou para Catrina e puxou uma cadeira para ela, na qual ela se sentou. Ele se sentou entre nós duas.
O garçom nos entregou o cardápio e fizemos nossa escolha. Depois de anotar nossos pedidos em seu bloco de notas, ele deixou nossa mesa.
Quando ficamos sozinhos, um silêncio constrangedor caiu sobre nossa mesa.
"Eu já volto, senhoras." Grey disse, incapaz de aguentar mais o silêncio. Ele lentamente se levantou de seu assento, em seguida, fez o seu caminho para o banheiro masculino.
"Você gosta dele, né?" Catrina falou quando ele desapareceu de vista. Não era uma pergunta, mas sim uma afirmação.
"Meu Deus, claro que não!" Eu respondi alto o suficiente para que os ocupantes das mesas próximas ouvirem. Algumas cabeças se voltaram inquisitivamente em nossa direção.
"Quero dizer, não, eu não gosto dele." Eu disse a ela em uma voz muito mais suave desta vez.
Catrina olhou para mim incrédula, sem acreditar em uma palavra minha.
"Mentirosa." Ela murmurou baixinho. Um sorriso suave puxou o canto de seus lábios carnudos.
Que mulher mais estranha. Eu pensei comigo mesma, me perguntando por que uma mulher como ela estava perguntando a outra mulher se ela gostava de seu namorado. Sinceramente, achei ela bem estranha.
"Eu vi como você olhou para Grey um tempinho atrás." Sua expressão ficou séria e ela me olhou atentamente. "Eu também notei o jeito que você olhou para mim com um olhar mortal em seus olhos. Se olhares matassem, eu já estaria caída no chão com um ferimento mortal."
Ela estava me confrontando? Ela estava me dizendo para me afastar de seu namorado?
Reunindo toda a coragem que pude, olhei-a diretamente nos olhos. "Não tenho planos de tirar seu namorado de você." Eu assegurei a ela. "Você não precisa se preocupar comigo."
"Jesus amado", Catrina exclamou, estremecendo enquanto acrescentava, “Grey não é meu namorado! Ele é meu primo!"
Minha boca se abriu em descrença. Eu não fui capaz de dizer uma palavra por um tempo.
"Fecha a boca! Ou um mosquito vai entrar nela." Ela me disse e sucumbiu a uma gargalhada, que fez algumas cabeças se virarem curiosamente em nossa direção. Seus ombros esguios tremeram até lágrimas brotarem no canto de seus olhos.
"Você deveria ter visto sua reação no espelho!" Catrina enxugou as lágrimas do canto dos olhos. Ela se forçou a se endireitar e parou de rir, mas a alegria continuou a dançar em seus olhos.
"C-como isso aconteceu?" Eu perguntei, enquanto ainda tentava me recuperar da revelação surpreendente.
"É um segredo de família guardado há muito tempo. Eu não poderia dizer a você agora, mas tenho certeza de que Grey certamente vai explicar o porque, se você perguntar para ele."
"Eu entendo… Só não consigo acreditar que você é prima dele." Eu deixei escapar em voz alta. Meu olhar examinou seu rosto para procurar qualquer semelhança entre ela e meu ex-marido, mas não havia nada parecido entre os dois.
"Seja franca comigo, Lily. Você ainda está apaixonada pelo meu primo?" Catrina perguntou sem rodeios. Instantaneamente me deixando sem palavras mais uma vez.
Reuni toda a coragem que pude reunir e me obriguei a encontrar seus olhos. "Não, eu não o amo." Respondi em um sussurro fraco, mas aquele tom não convenceu nenhuma de nós duas.