Capítulo 102
1010palavras
2023-01-22 00:01
"Lily está mortinha!"
Uma risada histérica emergiu dos lábios de Natalia quando ela viu o corpo de Lily desabar no chão. Ainda comemorando triunfalmente por seu sucesso, ela imediatamente fechou a janela do carro e saiu da cena antes que alguém a visse e a identificasse.
Do outro lado do céu,  um raio riscou o céu seguido por um trovão ensurdecedor. Parecia que os céus estavam irritados com Natalia, mas ela pouco se importou. Ela não se importava com mais ninguém.
A rodovia estava vazia e parecia que o carro dela era o único veículo na estrada naquela hora.
Percebendo que ela era a única pessoa dirigindo a essa hora da noite, ela pisou fundo no acelerador e começou a dirigir em alta velocidade.
A chuva, que ela estava esperando cair, entrava pelo no teto do carro. Ainda assim, ela não diminuiu a velocidade e deixou o carro percorrer seu caminho pela espaçosa estrada.
Ela estava feliz… Tão feliz que Lily havia sumido de sua vida... Em breve, ela teria que encontrar Grey e matá-lo para ficarem quites. Se ela não podia tê-lo, então era melhor que ele esteja a dois palmos abaixo do solo.
Ele só tinha duas opções, ficar com ela ou morrer... E ele havia deixado claro a sua decisão. Era a morte que ele queria e por isso iria conseguir logo logo.
A emoção de matar Lily ainda corria em suas veias como uma droga. Ela reviveu em sua mente como apontou a arma para a cabeça dela e então puxou o gatilho.
Uma satisfação imensurável inflou seu peito enquanto ela dirigia.
Agora que Lily estava morta, ela não tinha mais nada a temer. Ninguém tiraria sua felicidade novamente.
De longe, Natalia avistou o sinal vermelho no cruzamento, sinalizando para que ela parasse. Ela foi desacelerar o carro um pouco pisando no freio.
Uma carranca surgiu em sua testa quando a velocidade do carro não se alterou. Ela pisou no freio novamente, nada mudou. O carro continuou a disparar pela estrada desenfreadamente.
Um medo agonizante apertou seu coração.
Xingando baixinho, ela pisou no freio várias vezes. O carro nem desacelerou. Antes que ela pudesse fazer qualquer coisa, seu Lamborghini atravessou o cruzamento sem parar.
Momentos depois, o som ensurdecedor de metais colidindo quebrou a paz da noite, seguido por uma forte explosão que incendiou a estrada na escuridão.
Então o silêncio se instalou.
***
Natalia lentamente abriu os olhos. A primeira coisa que ela viu foi o teto branco de um quarto de hospital.
Ela então percebeu o zumbido do aparelho de ar condicionado e o bipe suave do monitor que estava ao seu lado.
Todo o seu corpo estava dolorido. Não apenas doendo, mas parecia que cada osso de seu corpo tinha se quebrado. Até sua cabeça latejante estava com curativos. Ela não sabia quão profunda era a ferida, mas sabia que deixaria uma cicatriz permanente.
"Sinto muito Sra. Romani... você sobreviveu ao acidente de carro, mas seus gêmeos não." A enfermeira responsável pelo caso deu a má notícia.
Seus olhos se arregalaram de medo e choque. Ela sentiu todo o seu mundo desabar diante de seus pés ao ver sua barriga menos proeminente. A vida crescendo dentro dela se foi – foi tirada dela muito cedo.
Ela conseguiu acreditar na notícia, talvez porque ela realmente não quisesse acreditar.
Sua mente ficou anestesiada.
Ela olhou para a enfermeira. "Você está mentindo, né?"
A enfermeira olhou para ela com pena em seus olhos. "O acidente de carro fez você perder seus gêmeos." Ela explicou fracamente, mas para Natalia, nem mesmo uma voz gentil poderia aliviar a dor de saber que seus preciosos bebês haviam partido.
"N-não! Isso não está acontecendo. Isso é algum tipo de piada? Deixe-me dizer, isso não é mais engraçado!" Ela berrou. Seus gritos preencheram todo o quarto do hospital e chegou até os corredores..
"Lamentamos pela sua perda."
A verdade doía e, por isso, ela se recusou a aceitar.
"Não, você está mentindo! Meus gêmeos não podem estar mortos. Estou viva, então não faz sentido eles morrerem." Ela respondeu, levantando a voz, mas saiu em um sussurro quase inaudível.
"Por favor, acalme-se… Os pontos vão se abrir se você se mexer muito."
A enfermeira tentou ajudá-la a se deitar na cama, mas Natalia a empurrou.
"N-não! Não! Não! Isso é apenas um sonho. Não! Me acorde! Me acorde! Isso não pode estar acontecendo!" Seus gritos histéricos tomaram conta da sala mais uma vez.
Lágrimas escorriam por seu rosto como uma cachoeira sem fim.
"Eu quero ver meus filhos. Por favor, eu imploro." Ela soluçou, implorando à enfermeira enquanto agarrava seus braços. "Traga-os de volta para mim! Eles não estão mortos! Eu sou a mãe deles! Eu sei que eles ainda estão vivos!"
A enfermeira lutou para escapar das garras de Natalia, mas ela se recusou a soltar a mulher.
Sem que ela soubesse, a enfermeira apertou o botão de emergência e dois enfermeiros entraram pela porta para conter o paciente histérico.
"Eu sinto muito." A enfermeira sussurrou.
Natalia continuou gritando como uma doida. No entanto, quando a seringa cheia de tranquilizante afundou em sua carne, ela parou de lutar.
Lentamente, o ambiente brilhante de sua cama de hospital começou a desaparecer em meio de uma escuridão rodopiante.
"Meus bebês..." Ela sussurrou com uma voz rouca. Ela lentamente fechou os olhos, sucumbindo à escuridão.
***
Lágrimas escorriam por suas bochechas lisas de porcelana como uma cachoeira sem fim, enquanto ela traçava a suavidade da lápide com os dedos.
Ela se ajoelhou no chão onde seus gêmeos estavam enterrados, sujando seu lindo vestido floral com terra.
A chuva começou a cair, mas ela ficou parada no seu lugar. Ela não queria deixá-los.
Suas roupas encharcadas de água grudavam firmemente em seu corpo, fazendo seu corpo tremer de frio. Mas a frieza do ar não era nada comparada à dor em seu peito.
"Eu prometo que vou vingar vocês... vou terminar o que falhei em fazer..." Ela jurou. Desta vez, ela faria de tudo para cumprir essa promessa, mesmo que isso custasse a sua vida.