Capítulo 38
787palavras
2022-12-04 03:09
Andando nervosamente pela sala com os braços cruzados sob o peito, lancei um olhar preocupado para o telefone antes de meu olhar se voltar para o celular em minha mão. Até agora, Celine não tinha ligado ainda. Mas logo, confiava em meu instinto, ela iria ligar.
Celine era do tipo que me ligava quando acontecia uma emergência. Eu sabia que havia uma razão válida para ela não ter ligado ainda.
Assegurando-me de que Celine ligaria assim que estivesse disponível, esperei pacientemente. E então, o telefone tocou alguns minutos depois. O som me fez pular e trouxe meus pensamentos de volta à realidade. Deslizando pelo carpete macio, peguei o telefone em minha mão gelada, "A-alô?" Eu disse trêmula, em um sussurro quase inaudível.
"Sou eu." Disse uma voz familiar na outra linha.
"Celine!" Eu engasguei em reconhecimento. Meus dedos apertaram o telefone até minhas juntas ficarem brancas. "Como está a mamãe?" Eu perguntei, incapaz de esconder o tremor em minha voz. Sentindo que minhas pernas fracas iriam desmoronar em breve, desabei no velho sofá vitoriano, prendendo a respiração enquanto esperava sua resposta. Eu nunca tinha estado tão apavorada na minha vida do jeito que eu estava agora.
"Sua mãe está bem agora." Celine respondeu, e soltei a respiração que não sabia que estava segurando enquanto ela dava a boa notícia. "Ela está dormindo na cama." Ela adicionou. Alívio tomou conta de mim e eu enxuguei as lágrimas na borda dos meus olhos.
"Ela desmaiou de novo?" Eu perguntei, já que isso vinha ocorrendo de vez em quando, depois que mamãe teve alta do hospital há um mês. O médico nos informou que é por causa do enfraquecimento do sistema dela.
Respirando fundo e longamente, ela respondeu: "Sim."
Engoli o nó na garganta, enquanto lutava contra a vontade de começar a chorar.
"Ainda bem que eu estava dentro do quarto dela quando ela tentou se levantar da cama e caiu. Eu a avisei para não se esforçar demais, mas ela é teimosa e não queria me ouvir. Desta vez, ela tentou ir ao banheiro sozinha e desmaiou. Eu a peguei a tempo antes que ela caísse no chão." Celine explicou, sua voz tensa ao fazê-lo. Eu poderia dizer, ouvindo sua voz, que ela estava lutando contra a vontade de chorar também.
"Ela vai ficar bem?" As palavras mal saíram dos meus lábios. Dolorosamente, fechei os olhos.
"Não sei, Lily. Só Deus sabe. Só podemos rezar para que sua condição fique bem", ela me disse. Desta vez, ouvi uma fungada na outra linha. Eu também sentia vontade de chorar, mas não queria piorar a situação. Em vez disso, enchi meu peito de ar e depois expulsei com um suspiro. Repeti o processo até que minhas emoções estivessem sob controle, antes de quebrar o silêncio com uma pergunta. "Você esqueceu de trazer seu telefone com você quando saiu?" Parecia uma pergunta estúpida, mas foi a primeira coisa que me veio à cabeça, então falei em voz alta. Queria mudar de assunto para um menos deprimente.
"Eu esqueci." Celine respondeu após uma pausa. Ela parecia um pouco envergonhada quando acrescentou: "Entrei em pânico e esqueci de colocá-lo dentro da gaveta. Na verdade, na pressa que eu estava, coloquei até o par de chinelo errado."
"O quê?" Engoli em seco, tentando conter o riso que irrompeu em meus lábios.
"Bem, pelo menos não fui no hospital descalça." Ela acrescentou, e eu quase podia imaginar suas bochechas ficando vermelhas quando ela disse essas palavras. "De qualquer forma, peguei emprestado os chinelos da sua mãe. Ela não vai precisar dele por um tempo." Celine acrescentou com uma risada suave.
"Não se preocupe, estarei aí em uma hora. Vou cuidar da mamãe para que você possa ir para casa e trocar os chinelos, se necessário, as roupas também."
Antes de desligar, perguntei a Celine em que hospital mamãe estava internada. Ela me disse o endereço, então nossa ligação foi encerrada. Baixei o telefone e levantei-me.
Lá em cima, no meu quarto, tomei um banho rápido e vesti um confortável macacão lilás, que foi a primeira coisa que peguei dentro do armário. Sentei-me na frente da penteadeira e sequei meu cabelo com o secador de cabelo, antes de prendê-lo em um rabo de cavalo bem no topo da minha cabeça.
Examinando-me no espelho, notei que meu rosto estava um pouco pálido. Eu apliquei um batom de leve em meus lábios e os esfreguei para espalhar a cor uniformemente. Quando terminei, coloquei minhas rasteirinhas favoritas e peguei minha bolsa de ombro. Eu estava pronta para ir.
Com a chave do carro na mão, abri a porta apenas para ficar de queixo caído quando avistei o homem parado na minha porta. Não era outro senão Grey Bradford, meu marido.