"Boa noite, senhora." Blake me cumprimentou. Seu tom formal, mas ainda educado. Ele destrancou os portões, permitindo-me entrar antes de fechá-los novamente.
Blake era o chefe de segurança de Bradford. Ele era mais jovem do que eu em termos de idade – dois anos para ser exata – mas seus olhos azuis inteligentes e penetrantes, e a maneira como ele se comportava o faziam parecer mais velho do que sua idade real. Ele era educado o tempo todo, e ainda assim tinha uma parede impenetrável ao seu redor, não deixando ninguém se aproximar dele para saber o que havia dentro de seu rígido exterior.
Além disso, ele estava trabalhando na Mansão Bradford há quase quatro anos e meio, mas nunca o tinha visto sorrir. Ele sempre usava aquela expressão impecável em seu rosto inegavelmente bonito.
"Boa noite, Blake." Consegui responder educadamente. Blake era alto, quase um metro e oitenta de altura ou talvez até mais alto do que eu pensava que ele era, então eu tinha que olhar para cima para encontrar seu olhar.
"Grey está lá dentro?" Eu acrescentei em um sussurro abafado, embora não houvesse ninguém por perto para ouvir minha pergunta.
Por um momento, Blake hesitou. Uma dúvida cintilante cruzou seu rosto, mas imediatamente desapareceu tão rápido quanto surgiu. Mais uma vez, seu rosto ficou sem emoção. Deixando-me pensando se eu não tinha apenas imaginado a dúvida que vi cruzar seu rosto.
Ele não respondeu imediatamente. Em vez disso, ele levou um momento para fechar a porta, como se estivesse comprando alguns segundos para considerar o que ia me dizer.
Os portões se fecharam e o som de metais se rangendo chegou aos meus ouvidos. Quase um minuto depois, ele voltou. Sua expressão era ilegível e não havia indício ou alguma pista em sua expressão para saber o que ele estava pensando lá no fundo. "Sr. Bradford está lá dentro." Ele respondeu. Embora ele parecesse querer dizer algo a mais, no fim ele franziu os lábios para impedir que qualquer outra palavra saísse de seus lábios.
Encolhendo os ombros, agradeci antes de ir direto para a grande porta da enorme mansão. No meio do caminho para o gramado, parei abruptamente depois de avistar dois carros na garagem. Imediatamente reconheci o elegante Bugatti Chiron estacionado como o carro de Grey, mas o Chevrolet rosa claro estacionado ao lado dele não me era familiar.
Uma ideia repentina surgiu em meu pensamento, fazendo meus olhos se arregalarem em descrença.
'Ele... ele trouxe uma mulher para a Mansão?' O pensamento fez a fúria borbulhar dentro de mim. Não precisava adivinhar quem era que meu marido trouxe para casa. Apenas um nome surgiu em minha mente no momento. Natalia.
O pensamento de Gray trazendo sua amante para nossa casa fez meus lábios franzirem em uma linha fina. "Como ele ousa! Como ele ousa!" Xinguei baixinho, meu peito arfando com a intensidade da minha emoção.
Respirando fundo, permiti que minhas emoções esfriassem antes de tirar o melhor de mim. Assim que fiquei tão calma quanto as águas fluindo suavemente na fonte, marchei para dentro da mansão para ver o que Grey e Natalia estavam fazendo.
...
Grey Bradford estava sentado enigmaticamente em sua cadeira giratória, um documento em uma das mãos e uma caneta na outra. Sua mente estava focada exclusivamente na leitura. A sala estava silenciosa, como se o escritório estivesse vazio. O único som que se ouvia era o zumbido fraco do aparelho de ar condicionado e o som quase inaudível do tique-taque do relógio ao fundo.
A carranca franzindo sua testa desapareceu, e ele lentamente relaxou. Com facilidade, ele colocou o documento em cima da mesa e colocou sua assinatura onde era necessário antes de desviar o olhar para a mulher que quase esqueceu que estava com ele.
"Bem-vindo à Bradford Enterprises. Fico feliz que você aceite a oferta para se tornar uma de nossas endossantes de produtos." Ele sorriu. Na verdade, não era um sorriso, mas um sorriso forçado e praticado que ele sempre exibia depois de uma hora aparentemente interminável lidando com negócios e outras coisas.
Natalia sorriu de volta para ele. Sob a mesa de vidro transparente, ele a viu cruzar as pernas, fazendo com que a bainha do vestido escasso que ela usava se levantasse, quase revelando a plenitude de suas coxas macias e cremosas. Ele quase podia ver uma polegada de sua calcinha de renda vermelha espreitando onde suas coxas se encontravam.
Grey imediatamente desviou o olhar. Ele estava feliz por sua esposa não gostar de usar roupas escandalosas como aquela, ele pensou severamente e parou. 'Em breve ex-esposa.' Ele pensou dolorosamente, corrigindo-se.
"Estou feliz por fazer parte da sua companhia, Grey." Natalia falou muito suavemente, quase com uma voz cantada. Por um momento, ele ficou feliz com a distração temporária. Ele foi capaz de esquecer Lily, mesmo que por pouco tempo.
Grey apertou a mão de Natalia do jeito que sempre fazia com qualquer um com quem acabava de fazer um acordo. Após o aperto de mão formal, ele esperou que ela se levantasse e se despedisse. Ela o desapontou cruzando os braços sob os seios, o suficiente para que o seu seio subisse ainda mais. Ele temia que, se ela se movesse um pouco mais, suas roupas não seriam fortes o suficiente para suportar a pressão e o tecido delicado derramaria seus seios enormes.
Natalia recostou-se mais confortavelmente em sua cadeira estofada, Grey teve que respirar fundo para conter sua crescente irritação.
"Estou com sede." Natalia sussurrou, seus olhos ansiosos enquanto ela olhava para ele. Mas Grey duvidou que fosse um refresco o que ela desejava, enquanto seu olhar avidamente devorava seu corpo.