Capítulo 62
1156palavras
2023-01-16 00:01
Ponto de vista da Ashley
Fechei a porta silenciosamente, pois não queria que mamãe soubesse que eu havia chegado em casa... Tão cedo. Eu xinguei baixinho quando mesmo assim a porta fez um estrondo alto.
Prendi a respiração quando a pequena mulher virou a esquina com uma cesta cheia de roupas. Seu cabelo castanho foi preso em um coque bagunçado no topo de sua cabeça. Seu rosto mostrava o esforço da força para segurar a cesta.
Ela se virou para a porta e seus olhos se arregalaram em confusão, colocando a cesta no chão e caminhando em minha direção.
"Por que chegou tão cedo, amor? Está passando mal?" Ela perguntou, usando as costas da mão para pressionar minha testa e pescoço.
"Uhh..." Eu me afastei, sem saber exatamente o que dizer.
Deveria contar a ela a verdade? Não, eu provavelmente não deveria. Abri a boca para falar, mas, nesse momento, o telefone tocou na sala.
"Já volto." Mamãe disse, se virando para caminhar rapidamente até o telefone. Suspirei e comecei a subir as escadas, mas ela apareceu na esquina freneticamente. Seus olhos fixos em mim. Engoli em seco.
"Ashley Grey, por que quebrou o nariz de uma garota!?" Mamãe sibilou vindo em minha direção com o telefone ainda pressionado contra o ouvido.
Mordi meu lábio inferior, encolhendo-me com a intensidade de seu olhar. "Foi um acidente."
Ela fez uma careta. "Seu punho não vai parar magicamente no nariz de alguém, Ashley."
Dei de ombros. "Ela estava pedindo para apanhar."
Seus olhos se estreitaram. A seguir, mãe ligou para alguém. "Amor, já retorno. Preciso falar com nossa filha sem que você me faça perguntas pelo telefone. É uma distração."
Então empalideci. Papai sabia. Na verdade, foi ele quem ligou. Mas como ele... O diretor William. Claro que sim. Agora eu estava começando a odiá-lo.
"Certo, vejo você daqui a pouco." Depois de desligar, ela mudou sua atenção para mim. "Ashley, o que você estava pensando? Eu não criei você para ser violenta!" Ela fez uma careta.
Agora foi a minha vez de fazer cara feia. "Violenta? Mamãe, foi só um soco, nada mais. O nariz dela vai sarar, infelizmente." Murmurei a última parte a contragosto.
Ela engasgou, colocando as mãos nos quadris. "Infelizmente? Ashley, o que deu em você? O que essa garota fez para te deixar tão chateada?"
Eu cerrei meu punho do lado do meu corpo com raiva. "Nada me chateou, mãe. Digamos que eu apenas estava cansada. Estava cansada de ser um alvo. Estava cansada de manter meu relacionamento com Blake em segredo porque temia o que as pessoas diriam. Estava cansada de tudo!" Eu gritei entre os dentes.
Seus olhos se arregalaram quando ela se afastou. "Você e Blake estão namorando?" Ela engasgou.
Só isso que ela resumiu do meu pequeno discurso?
Eu concordei com a cabeça. "Estamos. E aquela garota que eu soquei é a ex-namorada dele, a qual pensou que seria engraçado fingir uma gravidez e depois me insultar."
Seus olhos se arregalaram ainda mais, quase comicamente. "Ela fingiu uma gravidez?" Mamãe engasgou.
Eu acenei. "Sim, eu a ouvi. Blake ainda não sabe que ela não está realmente grávida. Eu deveria dizer a ele antes que as coisas piorem."
"Ashley, isso ainda não te dá o direito de socá-la no nariz. Você poderia ter causado sérios danos. Estou feliz que saiba se defender, mas essa não era a maneira certa de resolver isso." Ela franziu a testa.
Suspirei sem vontade de debater. Ela estava certa, Stacy não merecia um soco. Ela merecia dois. Mas eu não ia dizer isso. "Eu sei mãe, e me desculpe. Não fique com raiva, por favor."
Ela suspirou. "Eu não estou com raiva de você, querida, só vamos esperar que seu pai não te coloque de castigo novamente. Conhecendo-o, acho que ia durar um ano inteiro."
Meus olhos se arregalaram. Eu não poderia sobreviver a um ano inteiro de castigo. "Mãe, você precisa conversar com ele antes." Eu implorei.
"Sim, vou fazer isso, mas só se você me contar sobre você e Blake." Ela sorriu.
Eu não consegui conter o riso fraco que escapou dos meus lábios. "Só não vou fazer isso agora. Eu preciso trocar de roupa e provavelmente tomar um banho."
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"Ashley Grey, venha aqui agora!" Era o papai. Sua voz era alta. Tão alto e ele parecia chateado.
Eu pulei da minha cama, quase escorregando no chão por causa dos meus pés com meias. Rapidamente meus dedos abriram a porta rapidamente e desci as escadas. Um pai zangado não era bom.
Meu Deus, eu não queria ficar de castigo por um ano inteiro.
Quando desci a metade da escada, avistei meu pai. Ainda usando seu terno, o que significava que ele acabou de chegar do trabalho. Sua cabeça estava abaixada, olhando para um envelope branco que ele segurava com firmeza.
Algo não parecia certo.
Olhei para o envelope e notei que ele não estava apenas segurando o envelope, mas uma foto também. Meu estômago revirou e senti o sangue escapar do meu rosto enquanto a náusea sobia pelo meu corpo, querendo uma saída.
Não poderia ser. Poderia?
Ele pareceu ouvir meus passos porque levantou a cabeça. Seus olhos estavam escuros de raiva e sua mandíbula estala. "Eu encontrei isso no meu carro hoje." Ele gesticulou para o envelope. O suor começou a se formar na minha pele.
Seu tom era calmo, um pouco calmo demais. Cheguei ao pé da escada já sentindo a umidade se instalar em meus olhos. "Qual o significado disso?" Ele rugiu. O volume de sua voz me fez recuar em estado de choque.
Mamãe virou a esquina, avental amarrado na cintura e farinha nas mãos. Suas sobrancelhas franziram enquanto ela nos encarava.
"O que há de errado, amor?" Quando ela o vê segurando a foto com força, ela espiou e estremeceu afastando os olhos rapidamente.
Ele me mostrou a foto e meu coração começou a doer atrás do peito. Tudo foi tirada no mesmo dia, mas desta vez a mão de Blake estava puxando meu cabelo enquanto ele empurrava atrás de mim.
"Explique isso para mim!" Ele sibilou.
Meu lábio inferior tremeu. Nunca havia me sentido tão humilhada. "Eu... Eu..." gaguejei soluçando.
"Onde conseguiu isso, amor?" Mamãe perguntou a ele, roçando suavemente a palma da mão sobre a mão dele.
Ele se virou para ela. "Esqueci uma coisa no escritório e fui buscar. Quando voltei, isso estava me esperando. Eles devem ter enfiado entre o vidro." Ele explicou.
O que eu vinha evitando estava bem na minha frente. Agora eu era uma vergonha para eles.
"Que horas são?" Ele perguntou a mamãe.
"Deve ser umas 15:30h. Como?" Ela questionou confusa.
Ele se virou para mim. "Ligue para Blake e diga a ele para vir aqui agora."
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