Ponto de vista de Ashley
Minha testa descansava no vidro da janela e observava os galhos das árvores enquanto o carro seguia pela pista. Blake pediu a seu pai o jipe emprestado e ele concordou tranquilamente.
O som suave da música ao fundo e a vibração contínua do veículo em movimento eram relaxantes. Suspirei, apreciando a paisagem. Blake teve que me buscar mais cedo para o nosso encontro.
Eram apenas 21h05. Aparentemente, a viagem era longa. E era mesmo, porque estávamos na estrada há pelo menos 40 minutos e eu ainda não sabia para onde ele estava me levando. Eu perguntei a ele, mas ele respondeu com o óbvio: "É segredo."
Me afastei da janela e olhei para ele. Ele parecia nervoso, estava sugando o lábio inferior de forma tensa. Abri um sorriso suave.
"Estou começando a achar que você vai me matar e desovar meu corpo na floresta." Brinquei observando enquanto ele virava numa rua estreita e tortuosa.
Sua palma da mão quente pousou na minha coxa que estava exposta. Com o calor do dia, escolhi uma calça jeans curta e uma camiseta justa. Senti minha coxa formigar e a região entre minhas pernas latejar.
Ele se virou para mim por um segundo e sorriu antes de voltar os olhos para a estrada. "Mas por que eu iria querer matar minha futura esposa?", ele brincou, mas eu pude ouvir a seriedade em sua voz. Meu coração bateu forte com sua declaração.
'Futura esposa?' Gostei do som disso, sem motivo.
Ele apertou minha coxa e diminuiu a velocidade até parar ao lado de uma cabana. Era de um tamanho razoável e parecia ser bem cuidada, a julgar pelas flores em vasos bem vivas na varanda.
Árvores densas cercavam a cabana e as folhas verdes criaram uma sombra sobre nós quando saímos do jipe.
Pisei de tênis na terra e o cheiro de palha e flores silvestres alcançou meu nariz. Senti o cheiro e adorei. Os pássaros cantavam uma bela melodia bem acima, nos galhos das árvores.
Os raios de sol penetravam pelas folhas e lançavam um brilho suave sobre o chão. Sorri e olhei para cima, avistei um passarinho voando alto.
"Que lindo", eu elogiei enquanto seguia Blake para dentro da cabana.
"Qual parte?", ele brincou, e se virou levantando a sobrancelha. Revirei os olhos e dei de ombros.
"Tudo", admiti e olhei ao redor da cabana. Ela tinha uma energia caseira capaz de acalmar qualquer um. "Bela cabana", elogiei.
Ele sorriu e disse: "Ela era da minha tia Rebecca, mas, como fui concebido aqui, ela deu a cabana para meus pais. A gente vem para cá com frequência, minha irmã adora as flores."
Engasguei com minha própria saliva e levantei as sobrancelhas. "Espero que não tenha me trazido aqui para me engravidar também. Pelo menos, não agora", eu brinquei.
Ele jogou a cabeça para trás e soltou uma risada. "Então quer dizer que você já está planejando filhos no futuro?", ele perguntou.
Minha bochecha ficou levemente corada e respondi: "Não se iluda." Revirei os olhos e ele riu sabendo que eu estava nervosa.
"Nosso encontro não é bem aqui", ele declarou e me desviou do caminho que levava à cabana.
Me virei e observei de sobrancelhas franzidas enquanto ele abria o porta-malas do jipe e tirava o que parecia ser uma cesta de piquenique.
Meu coração se aquece sabendo que ele realmente se esforçou nesse encontro. Sorri e caminhei até ele equanto ele me chamava. "Eu deveria levá-la para fazer um tour pela cabana, mas já impaciente, quero logo que esse encontro role, então terá que esperar", ele desembucha.
Senti um aperto no peito e um leve sorriso se formou em meus lábios. Ele entrelaçou os dedos nos meus e começou a me guiar por entre as árvores.
"A cesta está pesada?", questionei depois de cinco minutos de caminhada. Ele segurou minha mão enquanto carregava a cesta. Pude ouvir o som suave da água batendo nas pedras bem perto dali.
"Seu homem aguenta uma cesta de piquenique, querida", ele disse orgulhosamente antes de bufar e apertou minha mão. Sorri e pulei sobre um galho no chão.
"Sempre tão arrogante", eu disse e ri. Esmaguei as folhas mortas com meus tênis enquanto caminhávamos pelo caminho estreito.
Quanto mais caminhávamos, mais alto ficava o som da água corrente. Meu estômago apertou de animação sabendo que faríamos o piquenique com vista para a água. E minha suposição estava certa, pois, depois de um minuto caminhando, chegamos a uma bela cachoeira.
Suspirei espantada com a clareza da cachoeira. As águas esguichavam sobre as rochas e criavam um som muito relaxante. Blake colocou a cesta na grama verde e macia e se virou para me encarar. "E aí, gostou?", ele perguntou nervoso coçando a nuca.
"Está louco?", eu perguntei com os olhos arregalados e corri até ele. Saltei em cima dele, e Blake tropeçou. Suas mãos seguraram minha b*nda para me impedir de cair. "Adorei isso!", disse honestamente e colei meus lábios nos dele.
Ele gemeu com o beijo, apertando minhas nádegas até que seu toque bruto deixasse uma marca dolorida. Afastei meu tronco do dele e sorri. "Que bom! Queria que nosso primeiro encontro fosse especial", ele admitiu e beijou a ponta do meu nariz.
"Está sendo", eu disse e o beijei uma última vez antes que ele me colocasse suavemente no chão. "Sempre fomos melhores amigos e e nunca soube que você era tão meigo", disse emocionada enquanto ele puxava um cobertor que estava na cesta e o estendeu na grama.
As flores ao redor balançavam conforme a brisa suave passava. O aroma era de madressilva. "Só sou bobão assim com você, então não conte para ninguém. Este é o nosso segredo", ele disse e riu colocando a comida que trouxe no centro do cobertor.
Eu balancei a cabeça e ri. "Segredo está seguro comigo", cruzei os dedos sobre o peito e ri enquanto ele me fitava sério.
Finalmente feliz com a posição da comida sobre o tecido, ele olhou para cima e sorriu tímido. "O almoço está na mesa", ele disse.