Ponto de vista de Ashley
Com um movimento rápido, saí pela porta antes de qualquer outra pessoa. Estava ofegante enquanto seguia para minha próxima aula.
O sinal tinha acabado de tocar e eu precisava sair da vista de Blake.
Eu não estava pronta para falar com ele.
"Ley!", Blake gritou a uma certa distância de mim.
Senti o ar preso em meus pulmões quando meus passos quase se transformam em corrida.
Passei pelo alunos que estavam muito atentos ao que estava acontecendo. Eles focavam em Blake e eu.
Prontos para o show que aguardavam ansiosamente.
Ver a porta de madeira da sala de cálculo me faz soltar um suspiro aliviado.
Estava a apenas alguns passos de distância.
"Ashley Grey!", Blake gritou.
Que dr*ga, ele possivelmente estava louco.
Blake só usava meu nome completo quando estava bravo comigo.
No fundo, eu sabia que era covardia fugir dele, mas não pude evitar.
Eu estava com medo de me machucar. Era apenas inevitável.
Meus dedos envolveram a maçaneta de metal frio e a abriram.
Dando um sorriso forçado e desajeitado para o Sr. Gustavo, entrei na aula. Felizmente, fui a primeira a chegar e sentei logo na cadeira de madeira.
Suspirando de alívio, coloquei minha bolsa na mesa de madeira rabiscada.
Alguns segundos depois, a porta abriu bruscamente e Blake entrou na sala.
Meu coração disparou quando ele entrou determinado.
Meu coração bateu forte quando seus olhos azuis fitaram os meus, me fazendo arder com um calor súbito. Eu estava encrencada.
"Ashley...", ele começou a dizer.
"Sr. Reed, não está nesta aula. Sugiro que vá para a sua aula", o Sr. Gustavo brincou. Ele era um homem muito rígido, assustador quando estava irritado.
Se sentindo derrotado, Blake suspirou e concordou. Ele se virou para mim e, em seu olhar, a promessa de que encontraria uma maneira de conversarmos a sós.
"Vejo você depois", foi a última coisa que disse antes de sair da sala.
Eu deveria ter sentido um alívio por ele não estar mais na mesma sala que eu, mas isso só me fez sentir uma rápida onda de ansiedade.
Eu conhecia Blake e sabia muito bem que ele faria qualquer coisa para conseguir o que quer. E era isso que eu mais temia.
A porta se abriu novamente e, dessa vez, Lucy e sua amiga entraram. Estavam rindo de algo sobre o qual estavam conversando. Ambas vestiam seus uniformes de líder de torcida, que tinha uma saia tão curta que não dava para cobrir o traseiro totalmente.
Lucy me fitou com um olhar frio rapidamente, como se sentisse alguém olhando para ela.
Desviei o olhar e peguei minha bolsa. Fiquei brincando com o zíper como forma de me distrair.
Ouvi o salto de seus sapatos batendo levemente no chão de ladrilho enquanto caminhavam em minha direção.
Endireitei as costas enquanto esperava ouvir delas qualquer bobagem ou insulto.
"Tem muita coragem de vir para a escola hoje sabendo o que fez", Lucy começou a dizer, e a ignorei, passando o dedo pelo zíper da minha bolsa como distração.
Ela zombou sentando no assento à minha direita enquanto dizia: "Agora, todo mundo sabe que você é uma vadia, já que foi atrás de um cara comprometido. Não parece tão inocente agora, não é, Ashley?" 
A amiga dela sentou à minha esquerda e agora estava imprensada entre as duas.
"Você é uma saf*da, dormiu com seu suposto melhor amigo sabendo que ele tinha namorada. Sempre esteve atrás dele, né?", ela continuou me xingando.
"Sim, como se Blake fosse se contentar com ela. Olhe só para ela, não há realmente nada para olhar. Apenas uma vadia triste querendo atenção", outra amiga dela concordou e bufou.
Não me incomodei em levantar a cabeça para encará-las.
Deixei o cabelo em volta do meu rosto para impedi-las de ver que eu estava chorando.
Meus dedos tremeram ligeiramente quando parei de me mover.
Não importava o que eu fizesse, nunca me distrairia o suficiente para não deixar que suas palavras machucassem.
Mordi meu lábio inferior com força até sentir o sabor metálico do sangue.
"Seu nome está manchado nesta escola e, se eu fosse você, nunca mais mostrava meu rosto", Lucy disse e riu. A sala já estava enchendo e eu podia sentir o ardor de seus olhares.
'Eu era realmente uma v*dia por beijar Blake? Talvez fosse.'
Eu realmente gostei disso, sentir ele me tocando tão intimamente sabendo que ele era comprometido.
Uma lágrima escorregou e eu rapidamente esfreguei a ponta dos meus dedos sobre a lágrima derramada. Ouvi uma gargalhada alta quando notaram que tinham conseguido me atingir.
"Quietos, pessoal, temos muito o que aprender", Sr. Gustavo anunciou.
O resto da turma ficou em silêncio enquanto eu pensava sobre as palavras de Lucy e sua amiga.
Eu era realmente uma vagabun*a?
____________________
Evitei Blake o tempo todo pelo resto do dia. Mas agora, era hora do almoço e meu estômago estava roncando. Eu não seria capaz de escapar dele.
Empurrei minha bolsa para dentro do armário e depois fechei a porta. Me contorci ao sentir os olhares de acusação de todos.
Felizmente, não tinha visto Stacy hoje, era como se ela não tivesse se preocupado em vir para a escola. Isso me deixou ainda mais culpada.
Suspirei, me virei e andei para o refeitório. Eu estava com fome e, mesmo que todos me provocassem, isso não me impedia de comer. Fugir tanto de Blake me deixou com fome.
Minha barriga roncava quando entrei no refeitório.
O lugar já estava cheio e eu esperava que houvesse alunos o bastante por perto para que Blake não me visse imediatamente.
Quanto mais esperava, mais tempo tinha para acalmar meus nervos.
Andei até a fila de braços cruzados. Havia cerca de cinco pessoas antes de mim, não era muito, mas o suficiente para me deixar impaciente para pegar a comida.
Fiz uma dancinha de felicidade mentalmente quando finalmente chegou a minha vez.
Estendendi a mão para pegar uma bandeja e a levantei.
Meus olhos fitaram um par de olhos azuis.
Minhas sobrancelhas franziram quando a pessoa não desviou o olhar.
Ela era pequena e tinha cabelo preto, que estava bem enrolado dentro de uma rede de cabelo.
Ela não era velha, mas definitivamente não tinha vinte e poucos anos.
Ela era definitivamente nova aqui, era a primeira vez que a via.
Seus olhos me analisaram, e ela olhou fixamente para a corrente de ouro que Blake me deu de aniversário no ano passado.
"Eu quero um hambúrguer, por favor", eu disse tirando ela desse transe.
Como se estivesse voltando à realidade, ela balançou a cabeça levemente.
Com um sorriso largo, ela disse: "Claro, querida." Sua voz era suave.
Olhei para os hambúrgueres na bandeja, e minha barriga roncou. Olhei para ela e sorri timidamente, dizendo: "Dois, por favor, e um suco de caixinha."