Victoria Becker narrando:
Fomos até a farmácia e compramos os remédios de Helena, vi também que Joana comprou algumas coisas e entre elas, um antidepressivo, fiquei curiosa para saber por que ela tomava mas não quis perguntar, em algum momento tenho certeza que a mesma me falará.
Voltamos pro hospital, assim que passamos pela entrada paraliso ao ver quem estava ali.

Cristian.
O mesmo estava na recepção perguntando alguma coisa a recepcionista, acho que ele nota que esta sendo observado e começa a procurar.
Seus olhos se encontram com os meus e ficamos nos encarando.
Meu coração estava acelerado, parecia que todos ali ouviam as batidas fortes do mesmo.
Quebro nosso contato visual quando Joana começa a falar.
- O que foi? _perguntou preocupada_ quem é aquele cara?

- Ele é o Cristian, irmão do Marius _falei.
- Você está ficando pálida _disse ela.
- Eu quero minha filha _falei enquanto começava a andar desesperada.
- Calma, nós vamos até ela _disse_ o que ele te fez?

- Outra hora eu te conto _falei_ só me leva até o meu bebê.
- Certo, vamos _disse segurando minha mão.
Saímos de lá rapidamente, e quando nos aproximamos dos meus sogros, corro para pegar Helena.
- O que ouve querida? _pergunta Crystal.
- O Cristian está aqui _falei.
- Vou falar com ele _disse Anton saindo.
- Ele não vai te fazer nada _disse minha sogra passando a mão carinhosamente pelo meu braço.
- Eu sei... Mas, não deixa ele chegar perto de mim _pedi.
- Ele não vai _me garantiu.
Dei o remédio para febre de Helena e ficamos ali durante alguns minutos, até que o médico veio falar com a gente.
- Como está meu filho Dr. Adam? _perguntou Crystal.
- Primeiramente peço desculpas por terem ficado todo esse tempo sem notícias _disse o doutor.
- Meus pais são sócios do hospital _disse Eliza_ eles também todo ano doam uma grande quantidade de dinheiro para que eles façam reformas e comprem equipamentos necessários, eles também doam para instituições de caridade, mas eles não ficam falando que fazem isso, eles não gostam de se mostrar.
Olho pra eles chocada, meus sogros são ótimas pessoas, me sinto orgulhosa de fazer parte dessa família.
- Tudo bem, só me fale sobre meu filho, Ele está bem?
- A cirurgia foi um sucesso, Marius está bem, o mesmo foi para a UTI onde receberá todos os cuidados possíveis e ficará em observação constante _disse Dr. Adam.
- Podemos ver ele? _perguntei.
- Só posso deixar ir duas pessoas _disse ele_ e não podem demorar, você irão vê-lo apenas por um vidro, não poderam se aproximar.
- Vão vocês duas _disse Eliza, ela se referiu a mim e minha sogra_ eu ficarei com Helena, Joana ficará me fazendo companhia.
- Me acompanhem _disse o doutor.
Rapidamente entreguei Helena para Eliza e seguimos até onde Marius estava.
Meus olhos se enchem de lágrimas quando o vejo deitado sobre uma cama ligado a aparelhos, ele tinha alguns roxos no rosto e estava bem abatido.
Coloco a mão sobre o vidro enquanto olho para Marius, as lágrimas desciam constantemente pela minha bochecha, sinto os braços da minha sogra abraçarem minha cintura, e eu rapidamente retribui o abraço.
Ela chorava baixinho abraçada a mim.
- Dr. Adam, sobre a cirurgia, como ele ficará? _perguntei.
- Ele teve uma fratura na coluna vertebral, tivemos que corrigir com a cirurgia, foi um processo lento e delicado _disse.
- Ele pode ter alguma sequela por causa da cirurgia? _perguntou Crystal, a mesma ainda estava abraçada a mim.
- Isso só saberemos quando ele acordar _disse.
- E isso será quando? _perguntei.
- Dependerá dele _disse_ ele pode acordar hoje, amanhã, daqui uma semana, não sabemos.
- Ele pode receber visitas todos os dias? _perguntou minha sogra.
- Sim, mas temos algumas regras _disse_ só poderam vê-lo pelo vidro, não poderam ficar muito tempo por aqui, e vou liberar apenas duas visitas por dia.
- Certo, e quando ele irá sair da UTI e ir para o quarto? _perguntei.
- Isso dependerá da recuperação dele, quanto mais rápido ele melhorar, mais rápido ele irá para o quarto _disse.
Tiramos mais algumas dúvidas e depois demos uma última olhada no Marius antes de sairmos.
- Eles só irão liberar duas visitas por dia _disse minha sogra a Eliza, andei até ela pegando Helena_ como eu e Victoria o vimos hoje, amanhã você e seu pai poderam visitá-lo.
- Tudo bem mãe _disse ela_ agora eu só quero ir pra casa descansar um pouco.
- Também irei pra casa _falei_ Helena precisa de um banho e depois dormir para melhorar logo.
- Também irei pra casa _disse Crystal_ irei procurar por Anton, acho que ele ainda está conversando com Cristian.
Ela logo saiu junto com Eliza, fiquei apenas com Joana, a mesma ainda estava ali.
- Por que você não vem pra minha casa hoje? _falei pra ela_ pode dormir lá, podemos relembrar os velhos tempos.
- Eu aceito, temos muitas coisas pra conversar né? _disse ela, eu assenti.
Saímos de lá e fomos para minha casa, Joana olhava tudo encantada, aquilo era muito luxuoso, até eu as vezes não acreditava que morava ali.
- Você mora aqui? _perguntou-me.
- Sim _respondi.
- Meu Deus amiga... Fico feliz que você agora tenha a vida que tanto merece _disse_ você já passou por tantas coisas ruins... tantas dificuldades.
- Agora eu tenho uma vida boa, meus sogros são como pais pra mim _falei sorrindo_ e Marius é incrível, eu o amo tanto.
- Fico tão feliz por saber disso _disse.
- Vamos, preciso dar banho em Helena _falei.
Assim subimos para meu quarto, Joana me ajudou a banhar Helena e após isso a mesma tomou sua mamadeira, passei pomada na sua gengiva e ela logo dormiu.
Não levei ela para seu quarto, a deixei sobre minha cama, logo nos deitamos na mesma com Helena entre a gente.
- Estou feliz que esteja de volta _sussurrei.
Ela apenas me olhou e sorriu.
- Eu te amo my boo _sussurrou de volta.
- Eu te amo Jô _estendi minha mão para ela que a pegou.
Não quero ela longe nunca mais, Joana é a única coisa boa do meu passado, e também a única que restou dele.
Lado a lado ou milhas distantes, amigas irmãs serão sempre conectadas pelo coração.
Mesmo estando longe de Joana todo esse tempo, sempre estivemos conectadas pelo coração, e ela é muito mais do que minha melhor amiga, ela é minha irmã.