Capítulo 3
936palavras
2022-09-28 01:18
Marius fitzy narrando:
Acordo com uma dor de cabeça infernal.
Com muita dificuldade abro meus olhos e vejo que estou no meu quarto, tento buscar na mente como cheguei aqui mas não lembro de nada.

Nunca mais bebo na vida, resmunguei enquanto tentava levantar.
Segui até o banheiro onde tomei um banho e fiz minhas higienes, depois vesti apenas uma cueca e uma calça moletom e desci para tomar algum remédio pra ressaca e dor de cabeça.
Assim que cheguei na sala de estar vejo meu irmão esparramado no sofá com a cabeça no colo da nossa mãe, a mesma fazia cafuné em seu cabelo.
- Filho você está melhor? _perguntou ela preocupada.
- Sim, mas preciso de um remédio pra dor de cabeça e tentar comer algo sem botar pra fora _falei sentindo meu estômago revirar só por falar em comida.
- Ontem você estava péssimo _disse ela_ seu irmão e seu pai tiveram que te levar até o quarto pois você chegou desmaiado.

- Você estava doidão _disse Cristian_ e por falar em ontem, que morena era aquela que você pegou em, tá de parabéns.
- Não me lembro de nada _falei sentindo uma pontada de dor na cabeça_ só lembro de chegar e começarmos  a beber e aí não lembro de mais nada.
- Eu não lembro de muita coisa também, mas lembro de você sair e depois passar pela gente indo em direção ao banheiro com uma mulher _disse meu irmão_ depois de um bom tempo, ela passou pela gente e você voltou e se sentou, você estava bem ou parecia, logo depois desmaiou, o Logan teve que me ajudar a levar você até o carro.
- Pelo menos não desmaiei na frente dela _falei_ imaginem a vergonha que eu passaria.

- Eu iria te zoar tanto _disse Cristian sorrindo.
- Eu só queria lembra dessa garota _falei pensativo_ deixa pra lá, agora só quero tomar meu remédio.
- Venham, mamãe vai mandar a Leonor fazer uma sopinha pra vocês _disse nossa mãe nos tratando como se fôssemos crianças, reclamo? Claro que não.
[...]
Victoria Becker narrando:
Sinto alguém me sacudir e com isso acabou acordando,  vejo Joana segurando um comprimido e um copo com água.
- O que é isso? _perguntei.
- Pílula do dia seguinte _respondeu_ você transou com aquele cara lá na boate e com certeza não devem ter usado preservativo.
- Obrigada _sorri pegando o remédio.
Depois daquele sexo maravilhoso no banheiro com aquele homem super gostoso acabei ficando com muita vergonha e inventei uma desculpa que eu precisava ir embora.
Assim que sai do banheiro procurei por Joana e pedi para irmos embora.
Sorri internamente ao lembrar dele, aqueles olhos azuis, a barba macia e o seu delícioso perfume, aquela pegada dele e o seu corpo musculoso que eu fiz questão de me deliciar em cada parte.
Será que algum dia irei reencontrá-lo de novo?
- Pensando no cara da boate? _perguntou minha amiga curiosa se sentando ao meu lado.
- Sim, ele era lindo e foi tão bom _sorri.
- Fico feliz por você _disse ela empolgada_ agora vamos levantar para comermos algo e aproveitarmos um pouco antes de você voltar pra sua casa.
Tentei aproveitar ao máximo aquela manhã pois quando voltasse pra casa o meu inferno pessoal iria começar.
[...]
- A vagabunda chegou _disse meu pai assim que passei pela porta de casa.
Continuei calada enquanto andava em direção ao meu quarto.
- Dormiu aonde? _perguntou.
- Na casa da Joana _respondi.
- A outra vagabunda _resmungou.
- Não fala assim dela _o repreendi.
- Ela é vagabunda sim e você também _falou só pra me irritar.
Sem querer entrar em uma discussão com ele, resolvi não questionar e ir para meu quarto.
O final de semana passou bem na medida do possível, fiquei a maioria do tempo trancada no quarto pois toda vez que eu saia ele ficava me xingando ou falava mal da Joana.
Não sei por que meu pai me odeia tanto...eu fui abandona igual ele, fico me perguntando se um dia ele voltará a ser aquele homem carinhoso que brincava comigo e me chamava de princesa.
Talvez isso nunca aconteça... as drogas já o consumiu e agora só restou a carcaça de um homem que ele já foi um dia.
E se algum dia ele quiser largar tudo isso terá que batalhar muito, mas eu sei que nunca voltará ao normal...
Arrumada para trabalhar, saiu do quarto e por algum milagre ele estava na mesa tomando seu café quietinho.
Ele olhou pra mim e depois baixou a cabeça.
Ele está limpo...Pelo menos por enquanto, se ele sempre fosse assim seria tão maravilhoso.
- Bom dia _falei
- Bom dia _sussurrou baixinho.
Tomamos café em silêncio, sinto um aperto no peito quando o vejo assim, sei que muitas vezes ele tenta me bater mas não é ele naquele momento, é a droga agindo e o controlando.
No começo ela pode ser libertadora  mas no final ela te prende e aí não tem mais volta, você se tornou o refém dela.
Suspiro triste e assim levanto e saiu para trabalhar, não ganho muito mas da pra comprar comida pra casa e ainda guarda uma boa quantia pra quando finalmente eu tiver o suficiente pra sair daqui.
Meu dinheiro é bem guardado pois meu pai uma vez roubou o que eu tinha juntado, para comprar drogas, agora a Joana guarda pra mim pois se eu deixar em casa corro o risco de ficar sem nada.
Minha vida não é fácil mas vou vivendo um dia de cada vez e assim vou sobrevivendo.