Capítulo 61
1536palavras
2022-09-08 04:57
Helena estava na casa de seus pais neste último fim de semana, quando três carros blindados pararam em frente à casa deles. E é claro que toda esta movimentação na frente da casa dos Petropoulos chamou a atenção dos vizinhos.
Do carro da frente saiu pelo menos uma meia dúzia de seguranças, alguns estavam armados. Do carro de trás também saiu mais uma meia dúzia de seguranças, também armados. Um deles que parecia ser o chefe deu ordens para todos ali se posicionarem. Do carro do meio, saiu um segurança da porta da frente e foi abrir a porta de trás. Desta porta saiu alguém de boné, óculos escuros e barbado, olhando com um sorriso estampado no rosto para a modesta residência dos Petropoulos.
Dona Joaquina, uma das vizinhas mais fofoqueiras da rua, foi logo se aproximando para saber o que está acontecendo. Ela é a vizinha que apanhou de Sophia quando vazou o vídeo da Núbia chamando Helena de prostituta e saiu espalhando por toda a vizinhança.
— Com licença senhora. — Perguntou o bonitão misterioso: — Por acaso é aqui que mora a senhorita Helena Petropoulos?
A velha antipática o olhou de cima a baixo, se perguntando quem era aquele belo homem e o que queria com a filha de Sophia e Constantino. Quando ela finalmente o reconheceu, um dos seguranças repetiu a pergunta de forma mais áspera:
— Senhora, o cavalheiro aqui fez uma pergunta. Seria bom se a senhora cooperasse conosco.
Assustada, a velha somente afirmou que sim com a cabeça e o convidou a entrar. Ele entrou sozinho e os seguranças ficaram do lado de fora. Assim que ele passou pelo portão, dona Joaquina pensava consigo mesma:
— Aposto que a santinha do pau oco aprontou mais uma. Mal posso esperar para espalhar a novidade para todo mundo.
Dentro de casa, Helena estava na cozinha com sua mãe fazendo kourambiedes, um típico biscoito amanteigado grego para o café da tarde. A receita está na família de Sophia há gerações, foi trazida da Grécia pela avó materna de Helena para o Brasil. É uma tradição passada de mãe para filha. Sophia espera que quando Helena tiver uma filha, também a ensine a fazer os biscoitos.
E também é algo muito trabalhoso para fazer. Era preciso duas ou mais pessoas para o preparo dos kourambiedes. Por isso que Sophia só os fazia quando a filha está lá para ajudá-la. Estavam concentradas na preparação dos biscoitos, quando ouviram alguém bater na porta.
— A senhora está esperando visitas mamá?
— Não. Sua avó não disse que viria hoje. Ela sempre avisa quando vem nos visitar.
Continuaram a bater na porta. Ninguém foi atender.
— Acho que o bampá não deve ter escutado que bateram na porta...
— Ah imagina, seu pai quando está lá no fundo do quintal, pode caiu o céu que ele não ouve. Mas Heitor que está com ele podia muito bem ouvir!
De novo bateram na porta. E mais uma vez ninguém foi atender. Sophia começou a perder a paciência e mandou a filha ver quem era que insistia tanto em bater.
— Vai lá por favor Koukla. Deve ser o Hermes que saiu e como sempre esqueceu a chave. Aquele menino só não esquece a cabeça porque está emendada ao corpo.
Helena largou o que fazia para atender a porta. Perguntou quem era, mas ninguém respondeu. Só abriu porque quem estava do outro lado insistia muito.
— Ei você não tem boca para dizer seu nome não, é?
Quando abriu a porta, teve uma grande surpresa. Ficou totalmente petrificada ao vê-lo. Até tentou dizer algo, mas a voz não saía. Ela praticamente perdeu o ar. E como sempre, ele precisou falar por ela:
— Hola chica!
Sim... ele mesmo: Sabriel Reyes.
*
Helena não estava acreditando na bela imagem que estava bem diante de seus olhos. Teve que se auto beliscar para ter a certeza absoluta de que não estava sonhando. Deixou a pele do braço toda dolorida e roxa.
— Oh não faça isso nena (querida), vai se machucar. E eu adoro o tom natural da sua pele. — Disse já entrando porta adentro.
— O que está fazendo aqui? — Ela perguntou ainda assustada com o fato de Sabriel descobrir o endereço da casa de seus pais e estar ali.
— Eu vim te ver. Você mesma disse que queria me ver mais uma vez...
— Eu disse? — Sim ela disse, mas para suas amigas, não para ele..., mas lembrou de comentar o fato na entrevista do jornalista Mitchel Junqueira... ou ele viu a entrevista ou então...
"Ele não faria isso! Ou faria?"
— Parece que você não ficou lá muito feliz em me ver... — Fingiu estar desapontado e ao mesmo tempo dando o seu melhor sorriso.
— Oh não. Não é isso. É que... é que... ó Christe mou...
Helena não conseguia pensar direito. Realmente não esperava revê-lo, mesmo sendo o que ela mais queria. Ainda mais que ele já chegou chegando, com aquele sorriso muy sexy abalando todas as suas estruturas emocionais e reacendendo o fogo da paixão... aquele fogo do qual a gente adora se queimar e necessita ser apagado daquele jeito.
Mais uma vez Sabriel despertou a sua deusa interior!
Não resistindo mais, ele a puxou para si, a pegando de jeito pela cintura. Sem querer, ele colidiu com tudo os seios dela em seu peito. E ela pôde sentir o coração dele batendo por ela, junto com um leve roçar da barba dele em seu belo rosto. No meio daquele roçar, sentiu o seu hálito refrescante, quente e cheio de desejo. Como já sabia, começou a beijá-la do jeito que ela mais gostava, dando um selinho atrás do outro, sentindo aqueles lábios de mel quentes e macios.
Por sua vez, Helena foi correspondendo as investidas de Sabriel. Enquanto ele a agarrava pela cintura, ela passou os braços pelo seu pescoço. E quando menos se esperava, ela finalmente abriu os lábios para recebê-lo, lhe dando aquele beijo do qual ele já sabia o significado.
— Eu senti tantas saudades de tus besos chica... — Disse Sabriel com a voz rouca, a deixando enlouquecida.
— Oh só do meu beijo? — sussurrou e fazendo beicinho.
— Oh no. Tambien senti saudades da sua pele... do seu abraço... do seu perfume... destas suas caderas pulando em cima de mim... Sim, eu senti saudades de você chica. Te quiero siempre a mi lado.
Voltaram a se beijar com muito mais amor e tesão. Nada poderia estragar aquele momento muy caliente deles.
— Mas que porra tá acontecendo aqui? — Exceto isto.
Os dois estavam tão envolvidos um com o outro, que praticamente se esqueceram que estavam na casa dos pais dela. Quando Helena virou para o lado, viu seu pai bufando de raiva... e Heitor ao lado dele, tentando acalmá-lo.
— Helena Petropoulos o que significa isto? Que pouca vergonha é essa no meio da nossa sala? E quem é este aí?
— Mas que mancada você deu agora hein Lena! — Heitor a reprendeu mais assustado que ela.
— Pai calma, eu posso explicar! — Ela até tentou, mas pergunta se ele queria ouvir?
— E quanto a você seu Cérbero! _ apontou o dedo para Sabriel com fúria: _ tira a mão da minha koúkla!
— Com todo respeito senhor, mas meu nome não é Cérbero. É Carlos Sabriel. E eu não estou pegando na sua... o que é mesmo?
Helena nem teve tempo para explicar. Seu pai foi com tudo para cima dos dois. Ela pulou com tudo no colo de Sabriel para escapar de uma surra.
— Mas que gritaria é esta? Os titãs fugiram do Tártaro de novo e estão causando o caos na Terra? — Perguntou Sophia entrando com tudo na sala.
— Mãe eu posso explicar! — Helena desceu do colo de Sabriel para tentar conversar com a mãe, mas seu pai não deixou.
— Ah, mas você quer mesmo saber?
— Mas é claro né Tino, se foi exatamente isso que eu perguntei. — Ironizou Sophia.
— A sua filha estava de sem-vergonhice na nossa sala, debaixo do nosso teto com esse aí. Se eu não tivesse chegado a tempo, essa menina teria ficado grávida! — Constantino cuspiu as palavras com ódio para cima de Helena e Sabriel. Por sua vez, estes não sabiam onde enfiar a cara. Sophia só olhou com cara de paisagem para o marido.
— É impressionante né Tino, quando os nossos filhos fazem coisa boa, você enche a boca para dizer que são "seus", mas é só fazerem algo errado, são somente "meus" filhos, né homem.
Ao notar que a esposa não lhe deu a mínima atenção, ele surtou geral e exigiu um prato para ser quebrado... havia uma tradição grega onde quebrar pratos era uma maneira de afugentar os maus espíritos. Porém no caso de Constantino, era para descontar a sua ira em alguma coisa.
— Toma aqui o prato bampá! — Heitor arrumou o prato que ele tanto queria. Nesta hora todo mundo ali saiu correndo, com medo de serem atingidos pelos estilhaços. Levou o objeto para cima e o arremessou com toda a sua força para o chão...